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O trono da violência – Julho/2000

A expressão “trono da violência”
foi usada pelo profeta Amós (6: 3)
para falar de líderes políticos e religiosos
que desrespeitavam o direito do povo
para proteger seus próprios interesses.
Agiam de má fé, lesavam a parte mais fraca.
Todos precisavam calar-se diante deles

Caim matou Abel. Desde então, os relatos bíblicos mostram uma sociedade impregnada pela maldade. Quem lê o profeta Oseias (4: 2) vê em suas palavras os crimes retratados todos os dias nos jornais: “O que só prevalece é perjurar, mentir, matar, furtar e adulterar, e há arrombamentos e homicídios sobre homicídios.” Séculos antes de Cristo, a conduta de um povo que dizia conhecer a Lei do Senhor era vergonhosa.

A violência serve de cenário para a parábola do Bom Samaritano. Jesus refere-se à conduta dos salteadores que, após terem roubado tudo o que o homem possuía, o deixaram muito ferido e semimorto.

Violência que atemoriza a sociedade

Pessoas violentas promovem a insegurança da família e da comunidade. Recentemente um fato abalou o Brasil. Um homem seqüestrou um ônibus no Rio de Janeiro e, após diversas horas de tensão, o desfecho foi trágico. Uma senhora que estava sendo usada por ele como escudo humano foi baleada e morreu. Depois, morreu também o bandido, enquanto era levado ao hospital.

Assaltos a ônibus de turistas, roubos de veículos, seqüestros, crimes cometidos no trânsito, arrombamentos de residências, estupros são apenas alguns exemplos de como anda a criminalidade em nosso país. Há pouco tempo, a TV divulgou o seqüestro de um pastor no Rio de Janeiro. Com idade avançada, ele ficou vários dias em poder dos bandidos. Sem receber alimentação, ao ser resgatado seu estado de saúde era extremamente debilitado.

A população sente-se atemorizada, desamparada como parte mais fraca diante da ousadia dos bandidos e do poderio de suas armas. Os alarmes nos carros, as grades nas janelas, o seguro que se faz contra roubo são apenas alguns dos recursos que as pessoas usam para sentir-se um pouco mais protegidas e, assim, defender seu patrimônio.

Violência que fez o governo
pensar num plano emergencial

Preocupado com a segurança pública, recentemente o governo federal divulgou um plano que tem como objetivo diminuir a violência em nosso país. Alguns dos pontos mais importantes são os seguintes: suspensão, por seis meses, da emissão de registros de arma; criação de um fundo para financiar ações de segurança nos Estados; desbloqueio de verbas destinadas à construção de penitenciárias estaduais; projetos de reforma do Código Penal e do Código de Processo Penal; projetos que autorizem a infiltração policial em organizações criminosas e a ampliação do programa de proteção à testemunha.

Violência que recebe oposição da Igreja

A Igreja cristã é por natureza pacifista. No Sermão da Montanha, Jesus referiu-se aos pacificadores como bem-aventurados, porque serão chamados filhos de Deus, Mt 5: 9. A expressão “Deus da paz” é usada diversas vezes no Novo Testamento para referir-se ao Senhor. Veja, por exemplo, Rm 16: 20. Um dos requisitos para alguém ser líder eclesiástico já aos tempos do Novo Testamento é que tal pessoa não fosse violenta, 1Tim 3: 3.

Na história da Igreja Cristã, há eventos marcados pela violência. Um exemplo foi o período da chamada “Santa Inquisição”. Atitudes violentas, no entanto, não têm nada a ver com a essência do Cristianismo e do Evangelho.

O melhor caminho para diminuir a violência

Um plano de combate à violência é, sem dúvida, um importante passo e as medidas, se devidamente implementadas, com certeza vão inibir a ação dos bandidos. Mas isso não é tudo. É preciso haver mudanças individuais. Há alguns dias, o governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, contou uma ilustração interessante numa de suas entrevistas. Um pai estava trabalhando em casa. O filho, pequenino, a todo momento o interrompia. Pensando em ocupar o tempo do filho, o pai pegou um mapa-múndi, recortou-o, separando os continentes, os mares, etc. Depois, entregou ao filho os pedaços de papel e disse-lhe que só voltasse quando houvesse juntado as partes corretamente.

Não demorou quase nada e lá estava o menino de volta, com a tarefa realizada. O pai ficou admirado e perguntou: “como você conseguiu fazer isso tão depressa?” O filho respondeu: “Eu olhei na parte detrás do mapa e havia figuras de diversas partes do corpo humano. Fui juntando tudo: cabeça, pescoço, braços, mãos, tronco, pernas, pés. Quando acabei, olhei do outro lado e o mundo também estava certinho!”

A lição é clara demais: o caminho para consertar o mundo é consertar, primeiro, o homem individualmente. E isso, só o Evangelho pode fazer: “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.”, 2Coríntios 5:17.

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Fonte: Jornal Aleluia de julho de 2000

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