O relacionamento conjugal abençoado tem suas regras – Maio/2007

Casamento é um compromisso a dois
que requer companheirismo, disposição
em compreender um ao outro, força nos momentos
difíceis e muita união.
Por isso, o matrimônio é uma comunidade de vida
e de amor para sempre, onde os cônjuges
se ajudam e se completam.

O Jornal do SBT, na edição do dia 13 de outubro de 2006, trouxe uma reportagem em que mostrava o Censo do IBGE. Nela constava que o número de matrimônio no Brasil subiu em dez por cento. A estatística mostrava, ainda, que as pessoas resolvem se casar por volta dos trinta anos e que, em um ano, há aproximadamente setecentos mil casamentos no Brasil.

Outro fato interessante, porém negativo, é que, mesmo havendo um aumento no número de casamento, a média de sua duração, dividido por estado, é: Rio de Janeiro, onze anos; São Paulo, sete anos; Minas Gerais, seis anos. A repórter terminou dizendo: “que seja eterno enquanto dure”. Mas o que fazer para que um casamento dure até que a morte separe os cônjuges?

Gênesis 2: 24 diz: “por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne”. Esse texto traz princípios que, se observados, podem levar um casal a não entrar na estatística do IBGE, mas, sim, ingressar na vontade de Deus.

Quando Deus criou o homem logo viu que não era bom que este ficasse só. Com isso, a vontade de Deus foi de fazer uma auxiliadora que lhe fosse idônea. Isto é, uma pessoa que estivesse ao lado do homem e fosse semelhante a ele. Quando o homem viu esta mulher, aprovou a criação de Deus e, com isto, fora implantada a primeira lei entre os homens, a do casamento, que assim pode ser resumida:

Deixar pai e mãe

Na atualidade, tanto o homem quanto a mulher buscam independência pessoal dos seus progenitores. Com isso, o relacionamento no casamento tem o sentido de começar algo novo sem a interferência de ninguém. É a chamada independência pessoal.

Porém, independência pessoal e casamento não caminham juntos. Salomão já dizia: “o solitário busca o seu próprio interesse e insurge-se contra a verdadeira sabedoria”, Pv 18: 1. Sem sabedoria no dia-a-dia da vida conjugal, as dificuldades serão mais difíceis de serem superadas. Por isso, os dois precisam dar o sentido bíblico à união conjugal e saber compartilhar esse novo relacionamento.

Unir à sua mulher

No namoro, as pessoas se conhecem; no noivado, os dois fazem um acordo; e, no casamento, este pacto é selado diante dos homens e de Deus através da cerimônia civil e religiosa. Assim, vamos pedir a bênção de Deus para esta união. Bênção essa que concede o poder ao casal para alcançar sucesso, prosperidade, fertilidade e longevidade: “o que acha uma esposa acha o bem e alcançou a benevolência do Senhor”, Pv 18: 22. Cônjuges, percebam e entendam que o casamento não é com a mamãe e nem com o papai, mas o dois vão se tornar marido e esposa.

O Senhor criou o homem e a mulher com vocação para o amor, a comunhão e a união particular, pessoal e íntima. Ele fez o necessário para que a solidão do homem fosse suprida pela mulher e a da mulher pelo homem. Deus fez uma mulher com a capacidade de ajudar o seu companheiro, pois ela tinha os mesmos sentimentos e afeições do seu parceiro. Os dois poderiam caminhar juntos.

Tornar uma só carne

Neste ponto começa o maior desafio para o casal. Porque se trata de duas pessoas com cultura, hábitos, costumes e manias diferentes. E, quando começam a viver juntos, logo tudo aflora. Quando eram namorados conseguiam disfarçar bem os defeitos, mas, na convivência a dois, as coisas complicam. Por isso, o tempo de relacionamento mostrado pelo IBGE pode ser explicado. O relacionamento interpessoal deve ter um objetivo comum. E, se o objetivo é “viver juntos até que a morte os separe”, os dois devem envidar esforços para vencer a si mesmos nos pontos que os conflitam e procurar avançar mais nos aspectos que os unem e os aproximam.

Para iniciar, um relacionamento perfeito só é possível quando há harmonia e, para viver em harmonia, é preciso que ambos sejam um e não dois. O exemplo da maionese pode explicar, pois, na maionese, todos os ingredientes se unem para formar um novo sabor. O casamento deve ter um novo sabor. Depois, não deve ser esquecida a auto-regulagem, que é a capacidade de controlar todos os impulsos e reações que venham colocar a união em perigo, produzindo desarmonia. E aconselha-se a pôr em prática:

A criatividade – que é a capacidade de juntos terem idéias para resolver problemas, pois problemas todos têm. Mas o que faz a diferença é a capacidade criadora para saírem deles juntos, sem ninguém ficar para trás.

O compromisso – que é saber que no casamento os dois têm obrigações e deveres, e que eles devem ser respeitados. Cada um deve saber seu papel e função no casamento. Se um falhar, os dois sofrerão as conseqüências; se os dois acertarem nas decisões, haverá bons momentos entre eles e o fortalecimento do relacionamento.

A responsabilidade – que implica na obrigação de cada um responder pelos seus atos ou, quando for responsável por alguém, responder por este também. No casamento, os dois respondem diante dos homens e de Deus por esta nova família.

Com isso, os cônjuges podem caminhar para um casamento perfeito, pois casamento perfeito não é aquele que não tem problema, mas aquele em que há uma atuação mútua entre marido e esposa para que esta aliança se mantenha sólida até que a morte os separe. Isto é simbolizado pela aliança que os dois usam. Há dois instrumentos poderosos que Deus deu a todos: o pensamento, para refletir, e o diálogo, para chegar a um acordo. Tudo isso temperado com amor e fidelidade.

Considerações finais

Podemos perceber que o casamento não é somente uma cerimônia, mas é uma vivência que requer esforço próprio. Cada um deve pensar sempre na felicidade do outro para que a união seja duradoura. Isso tudo deve ser de acordo com a vontade de Deus que é até que a morte os separe.

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Fonte: Jornal Aleluia, maio/2007

Alguns comentários
De André Prado
Igreja Batista de Bonsucesso
Rio de Janeiro

É muito importante estarmos cientes dos planos de Deus para a formação do lar, pois assim poderemos estar mais capacitados a resistirmos às investidas do diabo. O destruidor de nossas vidas tem investido fortemente no relacionamento conjugal, pois, conseguindo destruí-lo, atinge um sem número de pessoas que, direta ou indiretamente, estão ligadas a ele. Vejo que este artigo do pastor Nilton, ainda que abordando de forma compacta este assunto, traz à luz tudo o que é necessário para um bom alicerce matrimonial.

Do Pr. Marco Aurélio
Lagamar, MG

A ideia de casamento surgiu na mente de Deus, e sua instituição se concretizou com a criação do homem e da mulher. Atualmente o desafio de marido e esposa é entender suas diferenças e olhar para aquele que os criou com o propósito de serem um e de compartilharem os desafios cotidianos. O Pr. Nilton Vieira de Mattos foi muito feliz em sua reflexão sobre o relacionamento conjugal abençoado. Ele tem suas regras. Isso pelo fato de que é necessário que haja a coparticipação para o sucesso no casamento, deixando uma realidade passada e vivendo uma situação presente, onde os dois formam uma nova família. Parabéns, pastor Nilton; continue a escrever e a cooperar para o sucesso de tantos lares carentes de uma palavra segura e orientadora.

Do Pr. Eliandro Costa Cordeiro
Seminário Presbiteriano Renovado
Cianorte, PR

O Pr. Nilton relembra-nos elementos simples, porém impreteríveis ao casamento. Infelizmente esta instituição divina tem-se tornado, a cada dia, apenas um ritual de passagem, onde um ou outro assume um papel independente ou até mesmo de déspota. “Ancorar-nos” na Palavra de Deus é sempre o melhor caminho. Ainda que “aparentemente” simples, a realidade requer esforço, conforme diz o autor, mas nada que o amor não vença. Portanto, parabéns ao pastor pelo artigo e ao Jornal Aleluia por procurar ser sempre atual e bíblico.

Renovando a vida

“E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro em vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne”
Ez. 36.26

Todos nós desejamos renovar alguma coisa. Uns pensam em fazer uma reforma na casa, ampliar, pintar, modificar. As mulheres querem apenas trocar alguns móveis: o guarda-roupas, o sofá, algumas cadeiras… Boa parte dos homens sonha em trocar de carro. Eles têm várias razões para isso. A verdade é que todos nós desejamos renovar alguma coisa de nosso uso ou de nosso trabalho, mesmo que sejam algumas peças de roupa.

Agimos assim porque renovar é preciso! Só que há um detalhe: para qualquer reforma, substituição ou renovação é preciso dinheiro. São necessários recursos financeiros, o que nem todos têm. Mas, quero apresentar algumas áreas de nossa vida que podemos renovar sem comprometer o orçamento da família.

Para quem está pensando numa ampla renovação, já começamos pelo nome de nossa Comunidade: Presbiteriana Renovada.

Na área espiritual, todos nós sempre quisemos e sempre haveremos de querer uma vida Renovada. Como a maioria, eu também gosto de pensar assim, mas desejo algo mais, quero uma vida renovada, longa e útil, que eu não precise trocar a todo o momento. Quero uma VIDA RENOVADA que dure, mais do que algumas semanas, que faça a diferença neste ano e nos anos vindouros.

E fico pensando como conseguir isso. Como fluir dessa bênção.

E descubro que para renovar nossas vidas precisamos estar abertos para a novidade de vida que Deus traz a todos nós na pessoa de Jesus Cristo, seu Filho.

RENOVAR é possível para aqueles que querem ser regenerados

Ao nos entregarmos ao Senhor Jesus, recebemos um novo coração e um novo espírito, fomos regenerados, transformados em novas pessoas, renovados. Deus circuncidou os nossos corações incrédulos, dando-nos um coração que o ama e deseja obedecê-lo.

Ser regenerado é ser transformado de velha criatura em uma nova pessoa. É nascer de novo! É receber novo nome, mente renovada e a capacidade para ter novas atitudes. É a capacidade de abandonar velhos hábitos. O jeito antigo do nosso modo de ver e viver a vida; agora é transformado! E nos dá capacidade de ver e viver a nossa história a partir do prisma de Deus.

Ser regenerado é experimentar uma ampla, intensa e plena renovação.

Tudo quanto precisávamos Deus já fez ao nos regenerar, pois um coração duro é teimoso, não responde a Ele. O Senhor nos abençoou de tal forma, capacitando-nos a viver em novidade de vida.

Portanto: Chega de adiar, comece agora a renovação em sua vida!

Bônus sem ônus é o que todos querem, mas é preciso um investimento mínimo, senão nunca experimentaremos o que desejamos. Para que experimentemos a renovação em nossa vida é preciso simplesmente continuarmos vinculados em Jesus.

Nossa vida não pode estar alienada dos projetos, dos sonhos e dos objetivos de DEUS. No livro de Esdras vemos que ele compreendeu isto muito bem. (Ed 7.27) O apóstolo Paulo nos ensina assim: “Uma coisa faço, esquecendo-me das coisas que para trás ficam prossigo para o alvo da minha SOBERANA vocação de Deus em Cristo Jesus”.

Deus tem algo a mais para você, tem algo a mais para sua família, tem algo a mais para sua casa. Algo a mais da parte de DEUS. Mude hoje, mude agora tome uma decisão e aja segundo o PROPÓSITO de Deus. E você vai experimentar a mais profunda e mais significativa renovação que existe.

Renove a devoção e seja bênção na família e na sociedade

Por onde começar? Comece renovando seu relacionamento com Deus. A oração e a meditação da Bíblia certamente livrarão você do pecado, do marasmo, da inércia, do ranço e o colocarão numa nova dimensão espiritual.
Umas das coisas que sempre entendi é que Deus sempre busca se relacionar conosco. Ele criou meios para se relacionar com Abraão e os patriarcas, com Moisés, com Davi, com seus juízes, com seus profetas e tantos outros.

A grande nuvem de testemunhas de Hebreus 11 fica a nos rodear, indicando que Deus se relacionou com homens que tinham problemas como qualquer um hoje, que pecava como pecamos, mas Deus sempre separou homens e mulheres para se relacionarem profundamente com ELE.

Um cristão devoto é uma bênção na família, na igreja e sociedade. Tenho certeza de que tudo começará a fazer sentido para você, de que a vida será mais colorida, e de que o sofrimento e o vazio de sua alma deixarão de existir.

DEUS está nos esperando no lugar secreto!!! DEUS está à sua procura. Ele quer encontrar o verdadeiro adorador, aquele que chora na presença dele e que caminha em novidade de VIDA. Portanto, renove seu relacionamento dom Deus. Ao fazer isto, DEUS irá renovar seu relacionamento conjugal, familiar e profissional. Se essas coisas estão se desintegrando, é porque falta o principal – um profundo relacionamento com Ele.

Adore a Deus pelo que Ele é: santo, justo, amoroso, e por tudo quanto Ele fez e fará em sua vida. Quando estiver trabalhando, viajando, cantando ou mesmo comendo uma pizza, faça tudo para a glória de Deus. A adoração alegra o coração de Deus.

Renove sua paixão missionária

O mandamento da grande comissão ainda está em vigor e precisamos obedecê-lo. Provavelmente você tem um parente, amigo ou vizinho que ainda não ouviu a respeito da salvação, portanto, permita que eles vejam Jesus em sua vida.

Renove o serviço

Não há cristão convertido sem dom. Jesus aos subir ao alto levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens. Envolva-se em algo que glorifique ao Pai. Se observar atentamente perceberá que nesta igreja há um espaço para você servir. Servir é terapêutico, pois quando servimos sentimo-nos úteis e isso gera cura em nossa alma.

Comece servindo aqueles que são recém-chegados à sua Comunidade. Renove a alegria de pregar o Evangelho e servir aos irmãos. Você vai notar que Deus abrirá meios e oportunidades para que isto aconteça abundantemente em sua vida.

Renove seu amor pela sua família

Haverá um grande desequilíbrio se for bem sucedido na vida social, comercial ou profissional, e desqualificado por não ter amado e cuidado pela própria família.

Portanto, priorize a sua família. Se você é solteiro, honre seus pais e ame os seus irmãos. Se é casado, ame seu cônjuge e cuide dos seus filhos. Os filhos são herança do Senhor para nossas vidas.

Salomão registrou em Eclesiastes 9: 9 que a mulher de nossa mocidade é toda recompensa que obtivemos debaixo do sol. Sempre coubemos que o maior desafio de um cristão é viver o Evangelho dentro de sua própria casa. Encare esse desafio, seja um luzeiro em seu lar.

Ao renovar a sua vida você se tornará um instrumento de vida e paz na vida das pessoas.

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Fonte: Jornal Aleluia de fevereiro de 2014

Halloween, uma tradição exótica que teimamos em importar – Outubro/2003

Qual seria a necessidade de um estudo
sobre o Halloween, se esta é uma festa americana
e de alguns países europeus?

É que, apesar de essa festividade não ser muito
conhecida pela maioria das pessoas no Brasil,
ela vem ganhando grande espaço
em nossa cultura através de escolas primárias,
escolas de inglês, TV, clubes, etc.
Por essa razão, pais, professores e pastores
precisam saber mais sobre esta festa pagã.

O que são as festas de Halloween? O Halloween acontece nas noites dos dias 31 de outubro quando são geralmente celebradas as festas à fantasia, fogueiras e com crianças vestidas de monstros, fantasmas, bruxas, etc., as quais saem de casa em casa pedindo doces (brincadeira de “trick or treat”, “travessuras ou doces”).

Simbolismos e suas origens

Definição: “Hallowed” é uma palavra do Inglês antigo que significa “santo”, e “e’en” também de origem inglesa significa “noite”, então o significado é “Noite Santa” ou “All Hallows Eve”, “Noite de Todos os Santos”.

O dia 31 de outubro

O dia 31 de outubro não é uma escolha por acaso. No calendário celta, este é um dos quatro principais dias de descanso das bruxas, os quatro dias de “meio trimestre”. O primeiro, 2 de fevereiro, conhecido como Dia da Marmota, honrava a Brigite, a deusa pagã da cura. O segundo, um feriado de maio chamado Beltane, era, entre os bruxos, o tempo de plantar. Neste dia os druidas executavam ritos mágicos para incentivar o crescimento das plantações. O terceiro, uma festa de colheita em agosto, era comemorado em honra ao deus sol, a divindade brilhante, Lugh.

Esses três primeiros dias marcavam a passagem das estações, o tempo de plantar e o tempo de ceifar, bem como o tempo da morte e ressurreição da terra. O último, Samhain, marcava a entrada do inverno. Nesse tempo, os druidas executavam rituais em que um caldeirão simbolizava a abundância da deusa. Dizia-se que era tempo de “estado intermediário”, uma temporada sagrada de superstição e de conjurações de espíritos.

Para os druidas, 31 de outubro era a noite em que Samhain voltava com os espíritos dos mortos. Eles precisavam ser apaziguados ou agradados; caso contrário, os vivos seriam ludibriados. Acendiam-se enormes fogueiras nos topos das colinas para afugentar os espíritos maus e aplacar os poderes sobrenaturais que controlavam os processos da natureza. Recentemente alguns imigrantes europeus, de um modo especial os irlandeses, introduziram o Halloween nos Estados Unidos. No final do século passado, seus costumes se haviam tornado populares. Era ocasião de infligir danos às propriedades, e consentir que se praticassem atos diabólicos não tolerados noutras épocas do ano

A Igreja Católica celebrava originalmente o “Dia de Todos os Santos” no mês de maio e não dia 1 de novembro como é feito atualmente. O Papa Gregório III, em 835, tentando apaziguar a situação nos territórios pagãos recém conquistados no noroeste da Europa, permitiu-lhes combinar o antigo ritual do “Dia de Samhain” ou “Vigília de Samhain” (algo parecido com o que os católicos fizeram no Brasil com os deuses africanos e os santos da igreja no tempo da escravidão). O Panteão de Roma, templo edificado para adoração de uma multiplicidade de deuses, foi transformado em igreja. Os cristãos celebravam ali o dia dos santos falecidos no dia posterior ao que os pagãos celebravam o dia de seu Senhor dos Mortos.

Druidas

Estes eram membros de um culto sacerdotal entre os celtas na antiga França, Inglaterra e Irlanda que adoravam deuses semelhantes aos dos gregos e romanos, mas com nomes diferentes. Pouco se sabe sobre eles, pois os sacerdotes passavam seus ensinamentos apenas oralmente jurando e fazendo jurar segredo.

Algumas práticas porém são conhecidas. Eles moravam nas florestas e cavernas, e diziam dar instruções, fazer justiça e prever o futuro através de vôo de pássaros, do fogo, do fígado e outras entranhas de animais sacrificados. Os druidas também ofereciam sacrifícios humanos e tinham como sagrados a lua, a “meia-noite”, o gato, o carvalho, etc. Os druidas foram dizimados pelos romanos na França e Inglaterra antes do final do primeiro século, mas continuaram ativos na Irlanda até o quarto século.

Bruxas e fantasmas

Os antigos druidas acreditavam que em uma certa noite (31 de outubro), bruxas, fantasmas, espíritos, fadas, e duendes saiam para prejudicar as pessoas.

Lua cheia, gatos e morcegos

Acreditava-se que a lua cheia marcava a época de praticar certos rituais ocultos. O gato estava associado as bruxas por superstição. Acreditava-se que as bruxas podiam transferir seus espíritos para gatos, então acreditava-se que toda bruxa tinha um gato. O gato era tido como “um espírito familiar” e muitos eram mortos quando se suspeitava ser uma bruxa.

Os druidas também tinham os gatos como animais sagrados, acreditando terem eles sido seres humanos transformados em gatos como punição por algum tipo de perversidade. Representavam portanto seres humanos encarnados, espíritos malvados, ou os “espíritos familiares” das bruxas. A cor do gato originalmente não era um fator importante. O morcego, por sua habilidade de perseguir sua presa no escuro, adquiriu a reputação de possuir forças ocultas.

O mamífero voador também possuía as características de pássaro (para o ocultismo, símbolo da alma) e de demônio (por ser noturno). No período medieval acreditava-se que demônios transformavam-se em morcegos.

Cabeças de Abóbora (“Jack-o-lanterns”)

A lanterna feita com uma abóbora recortada em forma de “careta”, veio da lenda de um homem notório chamado Jack, a quem foi negada a entrada no céu, por sua maldade, e no inferno, por pregar peças no diabo. Condenado a perambular pela terra como espírito até o dia do juízo final, Jack colocou uma brasa brilhante num grande nabo oco, para iluminar-lhe o caminho através da noite. Este talismã (que virou abóbora) simbolizava uma alma condenada.

“Travessuras ou Doces” – “Trick or Treat”

Acreditava-se na cultura celta que para se apaziguar espíritos malignos, era necessário deixar comida para eles. Esta prática foi transformada com o tempo e os mendigos passaram a pedir comida em troca de orações por quaisquer membros mortos da família. Também neste contexto, havia na Irlanda a tradição, que um homem conduzia uma procissão para angariar oferendas de agricultores, a fim de que sua colheitas não fossem amaldiçoadas por demônios. Uma espécie de chantagem, que daí deu origem ao “travessuras ou doces” “Trick or Treat”.

As máscaras e fantasias

As máscaras têm sido um meio de supersticiosamente afastar espíritos maus ou mudar a personalidade do usuário e também de comunicação com o mundo dos espíritos. Acreditava-se enganar e assustar os espíritos malignos, quando vestidos com máscaras. Também em outras culturas pessoas tem usado máscaras para assustar demônios que acreditavam trazer desastres como epidemias, secas, etc. Grupos envolvidos com magia negra e bruxaria também usam máscaras para “criar uma ligação” com o mundo dos espíritos.

As fogueiras

A palavra inglesa para fogueira (de acampamento, festas, etc.) é “Bonfire”. Alguém pode até pensar que quer dizer “fogo bom”, mas na verdade vem de “Bone” (osso) + “Fire” (fogo). Nas celebrações da “Vigília de Samhain” nos dias 31 de outubro, os druidas acreditavam poder ver boas coisas e mal agouros do futuro através do fogo. Nestas ocasiões, os druidas construíam grandes fogueiras com cestas de diversos formatos e queimavam vivos prisioneiros de guerra, criminosos e animais. Observando a posição dos corpos em chama, eles diziam ver o futuro.

As cores laranja e preta

As cores usadas no Halloween, o laranja e o preto, também tem sua origem no oculto. Elas estiveram ligadas a missas comemorativas em favor dos mortos, celebradas em novembro. As velas de cera de abelha tinham cor alaranjada, e os esquifes eram cobertos com tecidos pretos.

O Halloween hoje

Vejamos agora a celebração atual do Halloween. Não é uma temática de trevas, morte, medo, ameaças, destruição e mal? Há bruxas, vassouras, morcegos, corujas, esqueletos, morte e monstros. Há lugares do mundo (cada vez mais) em que as crianças se disfarçam de demônios, bruxas e fantasmas, e saem à rua quando já está escuro, para repetir o que faziam os Druidas: pedir comida – só que agora pedem guloseimas e, em vez de maldições, ameaçam com travessuras.

No Halloween há adivinhações, velas e invocação de espíritos. Há sacrifícios de cães, gatos, ratos, galinhas, cabras e até de seres humanos! Podemos pensar: “não é para levar isso tão a sério”. No entanto, o maligno leva a sério, e Deus também.

O que a Bíblia diz

Sobre o culto ao medo: 2Tim 1: 7

Sobre um dia especial dedicado ao mal: Salmos 118: 24

O que Deus pensa dessa práticas e seus praticantes: Deut.18: 9-14;
Isa. 8: 19; Lev. 19: 26, 31; 20: 6-8; 20: 27;

Sobre as chantagens da esmola: Salmo 37: 25

No Novo Testamento: Gal. 5: 19-21; Apoc. 21: 8; 22: 15

Nossa resposta: Rom. 12: 2; 1João 4: 4; Efés. 6: 12; 1Pedro 5: 8-9; 2Cor. 2: 11.

Refletindo …

Existe algo de ruim nisto?

Quer dizer que esta simples festividade com pessoas e crianças se fantasiando, pedindo doces é um remanescente de antigas práticas de magia negra, culto aos mortos e outras coisas sinistras?

Tire suas conclusões:

Nos Estados Unidos foram proibidas as orações públicas. O princípio do sectarismo tirou das escolas a celebração do Natal. Mas o Halloween permanece.

O abrigo de gatos de Chicago tem uma procura muito grande de gatos pretos durante os festejos de Halloween. Temendo que os gatos estivessem sendo usados em rituais macabros pelos que se auto-proclamam bruxos, a Sociedade Protetora de Animais excluiu a adoção durante essa temporada.

No Brasil e no mundo estão aparecendo pessoas se auto-intitulando bruxos. Simbolismo apenas? Pense em alguns símbolos e analise-os. Há algum significado? Há alguma importância? Há alguma influência? Exemplo: bruxas, fantasmas, cabeças de abóbora, fantasias macabras, etc.

Deve uma igreja acolher tais festividades?

Deve um crente participar de tais festividades? Hoje, mais e mais casos de sacrifícios humanos ocorrem no mundo ocidental justamente nesta época.

Em Jeremias 10: 2, lemos: “Não aprendais o caminho das gentes”. Uma pessoa que deseja agradar a Deus deveria dedicar seu tempo e apoio a celebrações como esta? Deveria permitir que seus filhos participem nas atividades populares relacionadas com esse festival pagão? Estamos cultivando os frutos do Espírito ou permitindo que ocasiões como esta nos façam cultivar uma tendência à idolatria, inimizade, luta, ciúmes, ódio e egoísmo (Gl 5: 19-23)? O Halloween promove o amor a Deus e a Seu Filho Jesus ou nos envolve com demônios, bruxarias e uma quantidade de outras atividades que são especificamente condenadas na Bíblia?

O Halloween nunca foi uma festividade cristã e não tem lugar na vida de um crente que nasceu de novo em Cristo Jesus. Na verdade, é uma abominação ao Senhor, e devemos tomar uma posição firme contra essa festa e tudo aquilo que ela encerra. Vemos que sua história é claramente pagã, e que a expressão moderna também o é.

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Fonte: Jornal Aleluia de outubro de 2003

Desceu Cristo ao Inferno? – Outubro/2002

O texto de 1Pedro 3: 18-20 tem sido motivo
de muitos debates entre teólogos
e cristãos. Mas, será que Cristo desceu
a um mundo inferior entre
a sua morte e ressurreição?
É o que vamos analisar.

As várias interpretações

1) Interpretação arminiana – Defende que os contemporâneos de Noé não tiveram nenhum redentor e nenhum guia. Portanto, Deus teve de lhes suprir esta deficiência e, assim, por fim, o Senhor ressuscitado lhes trouxe a salvação. Para eles, a rejeição do Evangelho no passado não foi uma rejeição final e definitiva.

Mas, será que a morte não coloca um fim no período em que Deus opera com Sua graça para salvar pecadores? Será que existe neste texto de Pedro o ensino de uma nova oportunidade para os ímpios se salvarem, mesmo depois de sua morte? A grande dificuldade é que os santos do Antigo Testamento já haviam crido no Messias e, por isso, estavam justificados, Rm 4: 3; Gl 3: 6-9.

2) Interpretação luterana diz que Cristo morreu e, antes de ser ressuscitado, teve seu espírito restituído ao corpo e, na totalidade de sua natureza humana, foi ao inferno e proclamou sua vitória a Satanás. Mas, essa interpretação traz dificuldade porque não havia tido ainda nenhuma manifestação de vitória de Cristo.

3) Interpretação anglicana ensina que a alma de Cristo desceu ao inferno para conquistar a morte e o diabo (tomar as chaves) e para libertar as almas dos homens justos e bons, que desde a queda de Adão morreram por causa de Deus e na fé e na crença em Jesus, que estava para vir. Sua conquista destruiu qualquer reivindicação que o diabo tinha sobre os homens, e a descida foi parte do “resgate” pago por Cristo.

Mas, as Escrituras não ensinam que os crentes do Antigo Testamento foram para o Hades e que Jesus lá desceu para libertá-los. Esses crentes foram estar com Deus após a sua morte, Sl 73: 23-24. Enquanto Cristo estava na terra, Elias e Moisés já estavam com Deus no céu, e não no Hades, 2Rs 2: 11; Lc 9: 29-32.

Análise bíblica de 1Pedro 3: 18-20

1) Qual o significado das expressões
“carne” e “espírito vivificado”?

Neste texto, Pedro está contrastando dois estados de existência de nosso Redentor.

a) O estado de limitação de Cristo.

“Na carne”: este estado é a natureza humana de Cristo, 1Pe 4: 1; 1 Jo 4: 2; 2Jo 7; Jo 1: 14; 1Tm 3: 16, Rm 1: 3-4. A expressão “morto na carne” faz referência quando Jesus morreu e saiu do estado de fraqueza e de limitação.

b) O estado de não-limitação

“Espírito vivificado”. A expressão “vivificado no espírito” se refere à natureza divina de Jesus. Seu estado antes de sua encarnação. E foi neste estado que Ele pregou aos “espíritos em prisão”.

Quando o texto fala que Jesus “vivificado em espírito foi e pregou, não está se referindo a um lugar depois de sua morte, mas onde Ele estava quando havia desobedientes dos tempos de Noé” (v. 20). Foi neste espírito que Ele pregou através dos profetas.

“Também”. A palavra “também” do v. 19 mostra a ênfase do estado de limitação para o estado de não-limitação. Dito de outra forma: Cristo pregou quando estava em nosso meio, como homem (dias de Sua carne), mas também pregou como Divino (não-limitação) nos dias de Noé através dos profetas.

2) Quando Cristo pregou?

O ensino desta passagem não é o que Cristo fez entre a morte e a ressurreição, mas o que Ele fez no seu estado antes da Encarnação – estado não-limitado, no tempo de Noé, 1Pe 1: 8-12.

3) Qual o conteúdo da pregação? O que Cristo pregou?

Jesus pregou o evangelho aos contemporâneos de Noé. Espiritualmente, Cristo estava presente em Noé quando este era o “pregoeiro da justiça”, 2Pe 2: 5. Em 1Pe 1: 10-11, o apóstolo mostra o evangelho sendo pregado pelos profetas. Noé certamente pregou aos seus contemporâneos o evangelho e convocou-os ao arrependimento.

4) Quem são estes “espíritos em prisão”
a quem Cristo pregou?

A expressão “espíritos em prisão” se refere às pessoas que no tempo de Noé (noutro tempo) rejeitaram a sua pregação e que foram consideradas “espíritos em prisão”, incapazes de fazer qualquer coisa que os deixassem livres. Permaneceram no cativeiro espiritual; permaneceram incrédulos quanto à mensagem pregada por Noé e na prisão de suas almas.

Concluímos, portanto, afirmando que:

1) Não aceitamos: uma descida literal de Cristo ao Inferno; que o diabo possuía as “chaves” da morte e do inferno, que Jesus as tomou dele; uma segunda chance de salvação aos desobedientes após sua morte.

2) Aceitamos: que Cristo esteve sempre presente tipologicamente no Antigo Testamento, pregando através dos profetas o Evangelho de Salvação, Rm 4: 3; Gl 16-9, 2Pe 2: 5.

Fontes bibliográficas

1) Revista Fides Reformata, vol. IV, nº 1, 1999
2) Revista Os Puritanos, nº 1, ano IX, 2001

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Fonte: Jornal Aleluia de outubro de 2002

Simonton: o missionário que trouxe o Presbiterianismo ao Brasil – Novembro/2002

Texto elaborado pelo Pastor Mário de Jesus Arruda

(1833 – 1867)

Durante o curso no Seminário,
a idéia de ser missionário não
o deixava em paz, até que escreveu à junta de missões oferecendo-se para trabalho
no Brasil.

Depois de 54 dias num barco
a vela, Simonton entrou na baía
de Guanabara. Era agosto
de 1859.

Simonton nasceu em West Hanover, estado da Pensilvânia, nos EUA, sendo o nono e último filho de um conceituado médico, deputado federal e devoto cristão. Ao batizarem o filho, os pais o dedicaram a Deus e ao ministério do evangelho. Sendo muito honesto consigo mesmo, não se sentia um bom cristão.

No seu diário, transcrito em parte no livro “Simonton”, podemos ver sua luta íntima. Aos 22 anos, sentiu necessidade de buscar seriamente a Deus pela oração e cuidadosamente pela leitura da Bíblia. Fez então sua pública profissão de fé e seguiu para o seminário de Princeton. Durante o curso, a ideia de ser missionário não o deixava em paz, até que escreveu à junta de missões oferecendo-se para trabalho no Brasil.

Depois de 54 dias num barco a vela, Simonton entrou na baía de Guanabara. Era agosto de 1859. Diz o seu diário: “É difícil descrever as emoções com que saudei esses píncaros elevados (o Pão de Açúcar e Corcovado). O sentimento predominante é de alegria, pela conclusão feliz da longa jornada, aliado ao temor da grande responsabilidade e dos problemas dos trabalho que me espera”.

A primeira tarefa a que se dedicou de corpo e alma foi a de aprender a língua portuguesa. Procurava conversar tanto com adultos como crianças, sempre estudando e se aprimorando, até que dominou o português tanto na fala como na escrita. Esse fato muito contribuiu para o sucesso do jornal “Imprensa Evangélica”, cujo primeiro número foi publicado em novembro de 1864.

Entre as metas cardinais para a implantação do reino de Jesus Cristo no Brasil, Simonton realçava a importância de literatura evangélica. “A Bíblia, e também livros e folhetos evangélicos, devem inundar o Brasil. É impossível envolver um país tão vasto sem o auxílio da palavra impressa”. Muitos liam e reliam a “Imprensa Evangélica”, na qual Simonton publicava editoriais e seus sermões, além de contribuições de outros. Passados muitos anos, ainda havia um crente chamado Juca, que morava no Rio das Antas e ainda preservava sua coleção, recitando de memória trechos dos sermões de Simonton.

Em seu primeiro ano no Brasil, iniciou uma Escola Dominical com os filhos de amigos e vizinhos. Em seu diário escreve: “Este é o primeiro ano completo que passo no Brasil. Essa escola, algumas Bíblias e folhetos postos em circulação, constituem o conjunto do meu trabalho entre os brasileiros. Sinto a minha falta de fé e oro por sucesso. Almejo por pregar Cristo mais experimentalmente por ser capaz de falar daquilo que conheço, porque Cristo o revelou a mim”. Não tardou a fundação de uma igreja em 1862, recebendo duas pessoas por pública profissão de fé.

Nesse ano Simonton fez uma viagem aos EUA para ver sua mãe enferma e prestar relatórios às igrejas. Também conheceu Helen Murdoch, com quem se casou em março de 1863. O diário diz: “Para mim, meu futuro lar no Brasil colore-se de cores vivas. Dou graças a Deus por me ter provido graça, coragem e amor no coração daquela a quem dediquei afeições, a ponto de se dispor a separar-se de amigos, do lar e da terra natal, a fim de compartilhar da minha vida o dos meus labores”.

Voltaram ao Brasil. Foi um ano de alegrias inéditas até o nascimento de sua primeira filhinha. Nove dias depois, diz o diário: “Que Deus tenha misericórdia de mim, pois águas profundas rolam agora sobre minha alma. Helen jaz num caixão, na sala. Deus a tirou tão rapidamente que tudo ainda parece sonho”. Depois de algum tempo a pequena Helen foi para a casa dos tios, missionários em São Paulo. O versículo que sustentara Simonton no passado ainda falava ao seu coração: “Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos”.

Simonton, agora mais que nunca, vivia pelo trabalho de compartilhar Cristo. Nesta época o padre José Manoel da Conceição professou a sua fé em Cristo e foi batizado. Simonton e Conceição foram grandes colaboradores no trabalho de implantação da igreja nestes primeiros tempos, cooperando também na “Imprensa Evangélica”, cuja influência não foi alcançada por nenhuma outra agência empregada pela missão.

O ano de 1865 viu a organização do primeiro presbitério e o Sr. Conceição foi ordenado o primeiro ministro presbiteriano brasileiro. Nesta época, quando o Presidente Lincoln foi morto, Simonton pregou o sermão usando como texto o salmo 46:1-3, sermão que tocou os corações de crentes e descrentes.

No final de 1866, diz o diário: “No retrospecto de minha própria vida durante o ano que agora se finda, sinto-me culpado. Aponto algumas obras realizadas da melhor maneira possível, mas em medida tenho eu progredido na direção do céu? Aí é que me sinto em falta. Não consigo ir além da prece do publicano ‘Tem misericórdia de mim, pecador’. Como suspiro por um coração inteiramente dominado por Cristo!”

Fundou no Rio a primeira Escola Dominical e Igreja Presbiteriana, um jornal, um presbitério e, agora, um seminário para alcançar uma outra meta principal: “a formação de um ministério nacional idôneo, isto é, pastores brasileiros para brasileiros”. Cristo certamente o vinha dominando.

Sem o saber, chegara ao seu último ano de ministério. No prédio da igreja no Rio funcionava uma escola primária com 70 alunos. Escolas para os filhos de crentes também eram uma meta principal. Continuava a viajar pelo interior, pregando e zelando pelo testemunho fiel de cada membro e pela evangelização pessoal, cada crente comunicando o evangelho a outra pessoa.

Em seu dia a dia, Simonton vivia o que pregava. Neste curto ministério de oito anos recebeu 80 pessoas na igreja, fruto visível de uma vida consagrada a Deus. Em dezembro de 1867, contando somente com 34 anos, Simonton morreu em São Paulo, vítima de febre amarela. Dois dias antes de sua morte, sua irmã perguntou se tinha alguma palavra à sua igreja no Rio. Simonton replicou: “Deus levantará alguém para tomar o meu lugar. Ele usará os seus instrumentos para o Seu trabalho”. E assim o tem feito. Louvado seja o Senhor!

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Fonte: Texto elaborado pelo Pastor Mário de Jesus Arruda
Fonte principal: TICKER, Ruth A. Até aos Confins da Terra.
São Paulo. 1986. Vida Nova
Biografia publicada no Jornal Aleluia de novembro de 2002

Retroceder? Jamais – Maio/2016

Hebreus 10.36-38

Em verdade vos afirmo que necessitais de perseverança, a fim de que, havendo cumprido a vontade de Deus, alcanceis plenamente o que Ele prometeu; pois dentro de pouco tempo “Aquele que vem virá, e não tardará. Mas o justo viverá pela fé! Contudo, se retroceder, minha alma não se agradará dele”

Desde o início há aqueles que perseveram e avançam, e, aqueles que desanimam e retrocedem. Ao longo de minha caminhada cristã e pastoral tenho observado este fato. Mas a questão é: de que grupo você faz parte. Dos que avançam ou dos que retrocedem? À luz do texto acima, pense comigo:

I – Volta de Jesus: “Aquele que vem, virá e não tardará”

Em Habacuque 2.3, lemos: Porquanto esta visão se cumprirá num tempo determinado no futuro; é uma visão que fala do fim, e não falhará! Ainda que demore, aguarde-a confiante; porque ela certamente virá e não se retardará. Deus é fiel em cumprir sua Palavra. Nesta linha precisamos avançar cheios de fé e esperança.

A ordem bíblica é: vigiar e orar. Estamos vivendo tempo de apostasia, relativismo, credulidade e incredulidade. Mas hoje precisamos firmar nossa fé na Palavra. Há qualquer momento Ele (Jesus) pode vir buscar a sua igreja. Você está preparado? Pense com seriedade sobre esta questão tão séria.

II – Perseverança: “Em verdade vos afirmo que necessitais de perseverança”

Perseverar, permanecer, ser constante é atitude daqueles que não retrocedem. Adão e Eva, os patriarcas, os juízes, os profetas, os apóstolos, os crentes do NV sempre tiveram dificuldade em perseverar. Hoje não é diferente.

Se não cultivarmos a nossa vida espiritual através da oração, Palavra, comunhão, serviço e prestação de contas, fracassaremos. Não podemos perder o foco: “olhando para Ele autor e consumador da fé”. Ninguém chega a lugar nenhum se não tiver foco e perseverança.

III – Fé: “Mas o justo viverá pela fé”

Nada melhor do que lembrarmos Hebreus 11.1: “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem”. Qual é o fundamento da nossa fé? A Palavra de Deus, em Romanos 10.17, lemos: Logo a fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus. A nossa fé precisa estar arraigada, fundamentada, sedimentada na Palavra de Deus. Em Hebreus 11, temos o registro dos heróis da fé que venceram e não retrocederam. Leia com atenção e faça um confronto com a sua vida.

Concluindo, corajosa e ousadamente vamos declarar que pertencemos ao grupo dos que avançam e não retrocedem. Que Deus nos ajude. Por Jesus, amém.

Maio de 2016

Os sonhos e seu preço – Agosto/2013

“DEUS é o nosso refúgio e fortaleza,
socorro bem presente na angústia.”

Salmo 46:1

Toda pessoa que sonha paga um alto preço. Assim foi com José do Egito, um exemplo bastante conhecido. Os matadores de sonhos não são as pessoas mais distantes. São os da própria casa, os mais próximos, os da comunhão eclesiástica, os companheiros da liderança. Convido você a refletir sobre isso para não ser incluído na lista dos matadores de sonhos e nem ter seus sonhos mortos.

Sonhe os sonhos de Deus

Quando temos convicção de que Deus está conosco não temos medo ainda que todos se levantem contra nós. É óbvio que podemos pagar um preço alto, mas nada nos intimida. É bem conhecido o caso de Neemias que teve o sonho da reconstrução dos muros de Jerusalém. Foi em frente e Deus o honrou. Quando estamos na direção de Deus, temos segurança, firmeza.

Sonhe comigo os sonhos de Deus para esta Igreja. Deus tem feito muitas promessas que ainda não se cumpriram. As que se cumpriram são a garantia de que as demais se cumprirão. Concluir a construção do templo, enviar filhos da igreja para os campos missionários, implantar projetos sociais, produzir DVDs para o ministério de louvor, enfim, expandir e multiplicar as células de comunhão, edificação e evangelismo, tudo isto e muito mais está por vir.

Quero motivar esta nova geração visionária que está despontando, e aos mais experientes, a dar todo suporte necessário para que os sonhos de Deus se realizem e se cumpram efetivamente na vida desta igreja.

Seja perseverante:
José não desistiu

José sofreu a inveja e perseguição de seus irmãos, a calúnia da esposa de Potifar, o sofrimento do cárcere, o esquecimento do copeiro-mor, mas ficou firme esperando em Deus. Foi um alto preço pago, mas valeu a pena. Não pelo fato de ter-se tornado vice-rei do Egito, mas pelo fato de salvar a sua família, o seu povo da fome, da morte. “Se a semente cair na terra e não morrer fica só, mas se morrer produz fruto”.

Quantos que se levantam para abortar nossos sonhos. Por que razão? Porque todo sonhador incomoda. Constitui ameaça àqueles que querem ficar na zona de conforto, na mesmice, na rotina, no saudosismo, no passado. Quero motivar você a perseverar em seus sonhos. Há um campo fértil pela frente. Os desafios são enormes. Às vezes precisamos vencer gigantes; noutros momentos, temos de lidar com as ‘raposinhas’ que sutilmente procuram devassar nossos sonhos.

Lance sua confiança inteira
e plenamente no Senhor

Nas horas em que pensamos que estamos sozinhos, Deus levanta companheiros para estarem conosco na batalha. Sempre Deus coloca um ‘Cirineu’ em nosso caminho para amenizar nosso sofrimento.

Você e eu temos oportunidade, no curso de nossa caminhada, de servir de Cirineu a alguém e, vezes por outra, recebermos os benefícios dos cirineus que Deus coloca ao nosso lado, no nosso caminho. Vamos em frente. Vamos continuar sonhando.

Deus garante a vitória!

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O milagre da multiplicação – Agosto/2010

Que atitudes tomar para que
aconteça o milagre da multiplicação?

2Samuel 6: 1-7

Fomos criados para crescer, multiplicar, encher a terra, Gn, 1:28. Deus chama a Abraão e lhe faz promessas de que sua descendência seria tão numerosa como as estrelas no céu e a areia do mar, Gn 12. Jesus nos chama e envia para fazermos discípulos, Mt. 28: 19. De acordo com o relato de Atos 2: 47, Deus acrescentava todos os dias novos convertidos à Igreja. No século XXI, com todos os recursos que temos, convém entender que, para crescer, multiplicar, povoar o céu, precisamos:

Ampliar nossa visão de crescimento

O lugar em que habitamos nos é estreito, v.1. Precisamos nos libertar da visão míope e sermos levados para um lugar espaçoso, Sl 18:19. Temos de nos libertar das quatro paredes, da zona de conforto, dos embaraços desta vida, Hb. 12: 1. Há quem só pense em crescimento financeiro ou numérico. Mas é preciso pensar nas múltiplas áreas de crescimento, tanto social, cultural como, sobretudo, a espiritual.

Ser cooperador e aceitar sugestões

Ninguém consegue fazer nada sozinho, v. 2. Se atuarmos juntos, seremos melhores no trabalho, na obra de Deus. Há o apoio mútuo, o encorajamento, o incentivo. O companheirismo. Um complementa o outro, 1 Co 12: 12-31.

Estar debaixo da autoridade

Para crescermos sem conflitos é importante entendermos o princípio da autoridade. Os discípulos foram ao profeta Eliseu, pediram-lhe permissão e o convidaram para ir com eles, vv. 2b e 3. Os insubmissos dão lugar ao diabo e pecam contra Deus. (A rebeldia é pior que a idolatria). Esteja sempre debaixo da autoridade espiritual. Eliseu foi com eles, avalizando o trabalho por eles realizado. E houve bons resultados.

Prestar contas

Finalmente, temos de entender que somos convocados para fazermos a obra e precisamos prestar contas ao nosso Senhor. Precisamos assumir compromisso sério com o Senhor da obra. Precisamos devolver o “machado” ao seu legítimo dono, ou seja, fazer a prestação de contas. Um dia seremos chamados a fazer isso. Então, será necessário, no dia-a-dia, que o Senhor esteja conosco para fazer com que o milagre aconteça e o machado flutue.

Concluindo, acima de tudo, precisamos estar com as mãos limpas e o coração puro. Deus quer fazer o milagre da multiplicação em sua vida, em sua família, na sua célula, na Igreja. Então, de sua parte, eis o grande desafio: responder positivamente ao chamado Senhor.

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Fonte: Jornal Aleluia, ed. 355, p. 15, de agosto de 2010.

Jesus é amoroso e sensível – Fevereiro de 2014

A dádiva incomensurável de Jesus ao mundo é a revelação do amor de Deus para conosco! Ele próprio é o amor encarnado. É a expressão máxima da “Glória de Deus”. Jamais conheceríamos a Deus, se Jesus não no-lo houvesse revelado. Jesus, como Deus, e Deus homem, é amoroso e sensível às nossas dores, sejam elas quais forem. À luz dos textos de 1João 4.16; Lucas 19.41 e João 11.35, reflita comigo:

Deus é amor

Como podemos experimentar do amor de Deus? Podemos conhecê-lo em nossas vidas através de Jesus, do seu sacrifício por nós na cruz. Paulo, em Romanos 5.8, deixa claro que o “amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito que nos foi dado”. Jesus disse em João 15.26b: “Eu o mandarei a vocês da parte do Pai, e Ele falará a respeito de mim”.

Jesus foi obediente até a morte e morte de cruz tão somente por amor à humanidade. Porque Jesus é o amor de Deus encarnado, ele torna-se sensível às nossas lágrimas, decepções, sofrimentos, angústias e dores.

Chorou por Jerusalém

Quando ia chegando, vendo a cidade chorou – Lucas 19.41. O contexto bíblico nos mostra um momento de festa, de júbilo. Jesus entrava de forma triunfal na cidade de Jerusalém. Vestes e palmas eram colocadas na estrada, discípulos e multidão exclamavam extasiados: “Bendito é o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas maiores alturas.” Não obstante a euforia, Jesus olha para a cidade e chora.

Se pudéssemos retroceder no tempo e chegar próximo dEle e perguntar: Mestre, o clima é de alegria, é o auge de teu ministério, todos te aclamam, porque lágrimas rolam em tua face? Jesus sempre via além. A óptica de Jesus é bifocal. Viu a incredulidade do povo, a falsidade dos religiosos e a Jerusalém que seria destruída num futuro próximo. Compadeceu-se de Jerusalém. Jesus chorou!

Chorou por nós

Jesus, movido de grande compaixão, chorou, João 11: 35. Por inferência, acredito que Jesus chorou no horto de Getsêmani e, em muitos outros momentos, e chora até hoje por nós. Por que Jesus chorou? Porque é humano também. É o Verbo que se fez carne e habitou entre nós (João 1.14). Ele sente as nossas dores, nossos sofrimentos. Ele viu as lágrimas de Marta e Maria e a falsidade dos religiosos da época. Em Romanos 12.15 está escrito: “chorai com os que choram”. Como nós nascemos e vivemos uma boa parte de nossa vida chorando, Jesus chora conosco e por nós. Chora por nos amar.

Felizes os que choram

Mas Jesus também nos consola. Em Mateus 5.4 está registrado: “Felizes os que choram, porque Deus os consolará”. Que haja lágrimas de arrependimento, de confissão de pecados, de amor pelas vidas que perecem. Lágrimas por aqueles que sofrem à nossa volta, pelos doentes, enlutados. Chora pelos órfãos, pelos encarcerados pelo pecado, pelos víciados e pelos violentos. Chora por nós e pelos nossos irmãos que passam por dificuldades, as mais diversas possíveis.

Esse é o Cristianismo de um Jesus que chora. Que Deus nos ajude a sermos assim compassivos.

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Fevereiro de 2014

Como lidar com a morte – Dezembro/2013

A morte é consequência do pecado. “E o Senhor Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia que dela comeres, certamente morrerás” (Gênesis 2.16-17). Pela desobediência do homem, entrou a morte. A partir desse momento, a humanidade tem enfrentado a questão da morte.

A princípio, não gostamos de comentar nem de ouvir falar sobre este assunto. Parece que é algo tão distante que só acontece com outras pessoas, ou nas outras famílias. Quando chega a nossa vez, estamos despreparados e, muitas vezes, ficamos reféns destes momentos tão tristes. À luz da Bíblia, gostaria de refletir com você sobre esta realidade que acaba, dia mais, dia menos, alcançando a todos nós.

Somos consolados porque Jesus ressuscitou: “Ele não está aqui, mas ressuscitou” (Lucas 24.6a). A ressurreição de Jesus é a garantia da nossa ressurreição. “A estes também, depois de ter padecido (Jesus), se apresentou vivo, com muitas provas incontestáveis, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando das coisas concernentes ao Reino de Deus” (Atos 1.3).

Somos consolados porque Cristo venceu a morte: “Tragada foi a morte pela vitória” (1Coríntios 15.54b). Podemos desafiar a própria morte, pois a vida que temos é eterna. “E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no seu Filho. Aquele que o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida” (1João 5.11-12).

Somos consolados porque, enfim, o crente não morre: “Todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente. Crês isto?” (João 11.26). A morte física para o crente é o momento de sua promoção de sua casa terrena para a celestial, deste mundo de trevas para o mundo de luz. Aqui forasteiro, lá cidadão definitivo do céu. Você é convertido a Jesus? Seus queridos são também. Fique tranquilo. A morte é problema para os descrentes, para os perdidos. Para o salvo e, para seus familiares, não.

Somos consolados porque temos esperança: É o que nos assegura o apóstolo Paulo: “Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado” (Romanos 5.5). Estaremos para sempre com o Senhor.

Somos consolados porque cremos na ressurreição: A ressurreição de Jesus é a garantia de que ressuscitaremos no último dia (Romanos 6)

Conclusão: “Consolemo-nos uns aos outros com estas palavras”.

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Dezembro de 2013