MOTIVAÇÃO: REQUISITO ESSENCIAL AO MINISTÉRIO PASTORAL
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/0 Comentários/em Advanir Alves Ferreira, Artigos /por IPRBDia das Mães ou Dia da Mãe é uma data comemorativa em que se homenageia a mãe e a maternidade. Em alguns países é comemorado no segundo domingo do mês de maio, como no Brasil e Irlanda. Em Portugal é comemorado no primeiro domingo do mês de Maio. Segundo a Enciclopédia Wikipédia, mãe, também chamada de nai (neologismo usado em certas regiões da Galiza, que ganhou conceito de mãe), genitora, progenitora, ou ainda geradora, é o ser do gênero feminino que gera uma vida em seu útero como consequência de fertilização. Mãe é, também, para todos os efeitos, aquela pessoa do gênero feminino que adota, cria, e cuida de uma criança gerada por outrem, que por alguma razão não pôde ficar com seus pais. Verdade é que o dia das mães é uma data que deve ser comemorada todos os dias.
Eva, que em hebraico significa vida, é o nome que Adão deu a sua mulher. Ela é mãe de todos os seres humanos. Eles tiveram três filhos: Caim, Abel e Sete, e depois geraram filhos e filhas, Gn 3: 30; 4: 1, 2, 25; 5: 4. O princípio bíblico estabelecido por Deus no Jardim do Éden para que uma mulher se torne mãe perdura até hoje.
Ou seja, o homem deixará seu pai e sua mãe e unir-se-á a sua mulher, e os dois serão uma só carne, gerando filhos e filhas, como herança do Senhor, Gn 2: 24 e Sl 123: 3. Assim, nesta oportunidade, gostaríamos de parabenizar e homenagear com esta reflexão bíblica, todas as mães do Brasil e do mundo.
JOQUEBEDE: UMA MÃE PROVADA E APROVADA
Seu nome quer dizer “Jeová é glória”. Ela foi a mãe do grande estadista Moisés, que quer dizer “tirado das águas”. Como deve ser difícil para uma mãe gerar um filho e não poder dizer a todos que ele lhe pertence. Que provação terrível! Esta foi a história dessa mulher, que foi provada e aprovada por Deus. Moisés nasceu, mas não pôde ficar de imediato, sob os seus cuidados. Porém, a intervenção de Deus foi tão precisa que Joquebede teve a oportunidade de cuidar de seu filho até crescer.
Segundo o decreto de Faraó, todas as crianças do sexo masculino deveriam morrer ao nascer, Ex 1: 16. Então, nasce Moisés, um menino muito formoso. Sua mãe o esconde por três meses. Não podendo ficar com ele por mais tempo, pois os egípcios poderiam matá-lo, ela o coloca dentro de um cesto de junco e o larga no rio Nilo. Sua irmã, a pedido da mãe, fica observando de longe o que haveria de acontecer. A filha de Faraó e suas donzelas que passeavam pela beira do rio, logo pegam a criança, que chorava muito, Ex 2: 5.
Joquebede tinha a glória de Deus em sua vida, por isso era uma mulher iluminada. A princesa egípcia, sem compreender os mistérios de Deus, por meio da própria irmã, entrega a criança à sua própria mãe para criá-lo, e ainda lhe paga um bom salário, Ex 2: 9. Depois de grande, Joquebede entrega o menino à filha de Faraó, que o adota como filho. Como é importante confiarmos no agir de Deus. A você, mãe, que tem sido provada de muitas maneiras, ore, persevere e acredite na intervenção divina. Ele vai trazer de volta aquilo que é seu, pois ele tem visto suas lágrimas.
ANA: UMA MÃE PIEDOSA E INTERCESSORA
Israel vivia o período dos juízes (1200-1020 A.C.) A situação político-espiritual nesse tempo era instável e caótica. O governo nesse tempo ainda era teocrático, mas Deus já estava se movendo e preparando grandes mudanças em Israel. Para isto, havia necessidade de um grande líder. Quem seria ele? De onde viria essa pessoa? De que linhagem? Então Deus se manifesta na história fazendo surgir no cenário israelita um grande juiz, profeta e sacerdote, que se chamava Samuel.
Não foi por acaso que Samuel surgiu e se tornou um grande ícone em Israel. Seu nascimento, vida e ministério são frutos de uma mãe piedosa, que orava muito e era cheia da graça divina. Deus tem prazer em se manifestar em terra árida, no deserto, no meio da crise, da tempestade, da provação e do sofrimento humano. O profeta diz que quando Deus age ninguém pode impedir, Is 43: 13. Foi nesse contexto que Deus se manifestou na vida de Ana quando Eli lhe disse que Deus haveria de atendê-la, 1 Sm 1: 17.
Ana (graça de Deus) era uma mulher estéril e menosprezada. Em uma das ocasiões em que orava no templo, o Sacerdote Eli a julgou por embriagada, de tão grande era o seu desgosto, 1 Sm 1: 14-16. Deus se compadeceu de seu sofrimento e lhe um filho, 1 Sm 1: 19-20. É assim que devemos nos comportar quando o solo em que vivemos parece improdutivo, árido e estéril. É nessa hora que devemos contar para Deus nossas angústias e aguarda sua intervenção. Seja uma Ana, minha irmã, e creia na soberania divina, pois ele virá ao seu encontro no tempo certo, Jó 19: 25.
EUNICE: UMA MÃE ZELOSA E EDUCADORA
Timóteo é filho de um casamento misto, ou seja, seu pai era grego e sua mãe judia. Sua mãe, Eunice (que significa vencedora), e sua avó, Lóide, possivelmente tenham se convertido a Jesus, por ocasião da primeira viagem dos missionários, Paulo e Barnabé, quando estiveram em Listra, na Licaônica. Quanto a seu pai, não há informações precisas de que ele tenha se convertido ao evangelho ou ao judaísmo. Talvez seja por esta razão que ele (Timóteo) não tenha sido circuncidado ao nascer, mas somente mais tarde, Atos 16: 3.
No entanto, apesar se ser um cristão dotado das mesmas paixões de um jovem, 2 Tm 2: 22, sua vida cristã ou sua conduta sempre chamou a atenção das pessoas onde morava ou por onde passava. Timóteo fora criado e educado nos princípios da Palavra de Deus desde os tempos de criança, 2 Tm 3: 15. Interessante que o Apóstolo Paulo, ao escrever sua segunda carta a esse moço, que também era pastor, deixou claro que o presbítero e o diácono precisam ser pessoas de vida cristã ilibada, 1 Tm 3: 1-13.
A educação que ele recebeu de sua progenitora e avó foram suficientes para fazê-lo um exemplo dos fiéis, 1 Tm 4: 12. Todavia, não podemos nos esquecer do espírito de dedicação e zelo dessas mulheres. À semelhança de muitas mulheres cristãs hoje, Eunice não tinha o marido cristão, mas isto não a impediu de transmitir ao seu filho a cultura de uma fé não fingida, 2 Tm 1: 5. Isto nos ensina que a mãe, dentro da sua polivalência, precisa ser uma educadora. Gostaríamos de dizer às mães, principalmente àquelas que não têm o marido crente, que sejam firmes na fé e não desistam nunca das promessas de Deus, Rm 12: 12.
MARIA: UMA MÃE AMADA E PRIVILEGIADA
Maria e José são nomes símbolos. Eles moravam em Belém, da Judéia, cidade natal de Jesus. A história de vida deles é contada por gerações e mais gerações e nunca poderá ser apagada, até porque eles são os pais de Jesus, o nome mais lido e falado no mundo inteiro. Falar de Maria, como mãe de Jesus, não tem nada a ver com fé cristã, salvação ou outro tema teológico. Apesar de ser uma mulher privilegiada, por ser a progenitora do filho de Deus, foi uma mulher normal e com as mesmas dificuldades que qualquer outra pessoa possui.
Mas um dos pontos da vida de Maria que queremos destacar é que José a amava profundamente. Quando ficou sabendo que ela estava grávida, não querendo infamá-la, recebeu a visitação de Deus, por meio do anjo, que lhe disse: “… não temas receber Maria, tua mulher, porque o nela foi gerado é do Espirito Santo”, Mt 1: 20. Ninguém discordaria de que não foi fácil para José conceber este fato e receber a Maria, 1: 24. Este é um ponto relevante da vida desse casal, que nos ensina a acreditar sem reservas nos planos de Deus.
Reconhecemos que ser mãe é uma dádiva de Deus. Gerar um filho dentro do propósito de divino é uma grande bênção. Quantas mulheres que dariam tudo para ser mãe. Maria foi uma mulher amada e privilegiada, mas o seu prestígio diante de Deus, por ter sido escolhida entre muitas para ser a mãe de Jesus, não ofusca o ato gratificante que uma mulher tem em dizer que é mãe. Você é uma privilegiada porque é mãe do filho ou dos filhos que Deus te deu para cuidar. Portanto, faça isto com zelo, honra e amor, pois nossos filhos pertencem ao Senhor e deles apenas cuidamos, 1 Sm 1: 27-28.
O SALÁRIO DE UMA MÃE
Um estudo mostrou que uma mãe atua em várias áreas: Ela cria os filhos, cuida e mantém limpa e em ordem a casa, lava a roupa e louça todos os dias, faz o trabalho de uma enfermeira e de um médico, quando os filhos estão doentes, de um psicólogo (a), quando estão em conflito, de uma economista, quando as finanças estão apertadas, e de uma professora, ajudando nas tarefas dos filhos.
Numa família comum, se uma pessoa (mulher) fosse contratada para fazer cada uma dessas tarefas seria uma fortuna. O site Americano www.salary.com calculou que o salário, em média, de uma mãe (americana), que fica em casa seria U.S. $134,121, por ano (R$ 482.835,00). Isso se ela fosse paga para fazer as tarefas ou atividades da casa.
Agora perguntamos: Quanto é que uma mãe ganha para fazer tudo isso? Em termos financeiros ou salário mensal, ela não ganha nada. No entanto, ela não faz nada disso pelo dinheiro, mas por amor. Seria justo que, ao menos, uma vez por ano, honremos com dignidade essas mulheres que fazem tanto sacrifício com tão pouco reconhecimento.
Pr. Advanir Alves Ferreira
Presidente da IPRB
DIA DO ÍNDIO: UMA OPORTUNIDADE DE REFLEXÃO BÍBLICO-MISSIONAL
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19 de abril é Dia do Índio, ou Dia dos Povos Indígenas, criado pelo presidente Getúlio Vargas, por meio do decreto-lei 5540, de 1943. Essa data foi proposta pelas lideranças indígenas do continente americano que participaram do 1º Congresso Indigenista Interamericano, realizado no México. A data, além de ser um motivo de reflexão sobre os valores culturais dos indígenas e a importância da preservação e respeito desses valores, trata-se de uma motivação para refletirmos sobre o grande desafio e a urgência da evangelização desses povos, abrangidos por Jesus em Mateus 28:19, bem como uma oportunidade para homenagearmos nossos obreiros e igrejas nas tribos indígenas, nos Estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Amazônia, São Paulo e outros.
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Jesus foi categórico em afirmar que todas as nações deste planeta precisam conhecer o seu nome, que está acima de todo nome (Mt 28:19; Mc 16:15; At 1:8). O apóstolo Paulo diz que, um dia, todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Jesus é o Senhor, para a glória de Deus (Fp 2:10-11). São evidentes as palavras de Jesus, registradas por Mateus, que dizem que, enquanto o evangelho não for pregado nos cantos e recantos deste mundo, em testemunho a todas as gentes, o fim não virá (Mt 24:14).
É impressionante a velocidade com que o tempo está passando e as profecias estão se cumprindo. O Cristianismo é, hoje, a maior religião do mundo. Seu crescimento tem sido gradativo e constante, mas há ainda milhões e milhões de pessoas que nunca ouviram falar de Jesus. Nem é preciso falar dos mais de 3 milhões que vivem na Janela 10×40 e que sequer ouviram falar de Jesus. Verdade é que existem muitas etnias que ainda precisam ser alcançadas pelo evangelho.
Conceito de etnia
Segundo a missiologia, etnia é um grupo de pessoas distinto de outro grupo humano, devido à sua língua e cultura. Ou seja, são povos ou gente que possuem crenças, valores e instituições totalmente diferentes. Por exemplo, os japoneses no Brasil são um grupo de pessoas etnicamente diferente dos coreanos que aqui residem. As diferenças entre essas etnias são várias: comida, aparência, comportamento social, religião, modo de pensar, etc.
Nesse aspecto, os povos indígenas, que provavelmente vieram da Ásia e depois se espalharam pelas Américas, estão inclusos nas palavras de Jesus no texto da Grande Comissão, e precisam ser alcançados pelo poder do evangelho. Aliás, os grupos indígenas que vivem no Brasil podem ser considerados verdadeiras nações de costumes absolutamente diferentes. Vale ressaltar que nação, aqui, não se trata de país politicamente consolidado, mas de um grupo de gente que tem sua própria cultura.
Gente carente de Jesus
Antes da descoberta do Brasil, por Pedro Álvares Cabral, os indígenas já estavam aqui e dominavam as terras brasileiras. Um índio Caimbé, referindo-se a eles como os primeiros habitantes do solo brasileiro, disse: “O Brasil não foi descoberto, o Brasil foi roubado”. O censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que a população indígena é de quase 897 mil, sendo que 63,8% vivem na zona rural e 36,2%, na urbana, distribuídos em 305 etnias.
A maioria dos indígenas mora na bacia amazônica, os demais estão espalhados pelo Brasil, sendo 38,2% na região Norte, 25,9% no Nordeste, 16% no Centro-Oeste, 11,1% no Sudeste, e 8,8% no Sul. Dos mais de 250 povos indígenas brasileiros, 133 possuem presença missionária evangélica e 20 têm igrejas com liderança autóctone. Dessas 20 igrejas, apenas 14 possuem o NT traduzido para a sua língua. Precisamos orar para que Deus levante tradutores, pois se sabe que grande parte dos tradutores não consegue conciliar tradução e evangelização, devido à intensidade do trabalho.
O número de tribos que não possuem nenhuma porção da tradução da Bíblia é ainda muito grande. As etnias indígenas carecem de grande empenho para serem alcançadas. A Igreja precisa se inteirar da situação cultural, social e religiosa desses povos para apresentar-lhes o Evangelho Integral Sustentável.
Igrejas autóctones
O que seria uma igreja autóctone? É a igreja nascida em um país e que não possui influência externa, ou seja, influência cultural importada, já que os seus padrões são todos nativos. A igreja autóctone atenta mais para os princípios da Palavra de Deus do que para os métodos, de forma que a exposição do evangelho seja compatível com o povo no meio do qual ela existe ou está sendo plantada. Jesus não interferia na cultura e nos costumes dos povos evangelizados (Jo 4:1-30).
Ele anunciava o reino de Deus e, com isso, as cidades eram transformadas, porque as pessoas eram, primeiramente, transformadas pelo poder de sua Palavra (Jo 6:63). Esse deve ser o foco para plantação de igrejas em outras culturas, isto é, ter como objetivo primeiro a criatura humana (Mc 16:15), para que, depois de convertida, o evangelho alcance o grupo de pessoas no meio do qual ela vive. Desta forma, as verdades bíblicas serão muito mais proveitosas pelo grupo étnico alcançado.
Por isso, precisamos admitir que um obreiro indígena possui suas particularidades étnicas, e que não temos como exigir que ele se enquadre dentro dos princípios de um obreiro não-indígena. Um pastor autóctone tem maiores possibilidades de ser bem-sucedido como missionário do que um obreiro que não seja daquele contexto. Somos gratos a Deus pela vida dos irmãos Carmo da Silva e Emenergildo Balbino, hoje pastores/missionários autóctones da IPRB nas aldeias indígenas de Miranda, MS. Deus abençoe suas vidas, famílias e igrejas indígenas renovadas no Brasil.
Igreja missional
A igreja em Antioquia era a “base missionária” da igreja primitiva. É o protótipo para todas as demais igrejas. De lá saíram os primeiros missionários: Paulo e Barnabé. Por isso, missões é tarefa da igreja local, e não exclusiva das agências missionárias. Estas devem funcionar como parceiras das igrejas na evangelização. A igreja local é o celeiro, de onde homens e mulheres são chamados e enviados para os campos missionários, e ela deve prover os recursos necessários para manutenção dos missionários.
O leitor poderia perguntar: mas o que seria uma igreja missional? Seria uma igreja missionária? Sim, mas o conceito do termo “missional”, segundo Rubens Muzio, é uma forma de enfatizar a verdadeira vocação da igreja na terra como povo chamado e enviado para servir e evangelizar. Isto é, o termo impõe sobre a igreja uma responsabilidade mais aguda, exigente e urgente. Ser uma igreja missional significa ser uma igreja urbana que faz o mesmo trabalho de um missionário, a partir do bairro onde está inserida.
A igreja missional cumpre o que está escrito em Atos 1:8, evangelizando em Jerusalém (dimensão urbana-local), Judeia (dimensão urbana-nacional), Samaria (dimensão urbana-continental) e os confins da terra (dimensão urbana-mundial). Em outras palavras, igreja missional significa adotar a postura profética de um missionário, que se adapta ao contexto do outro sem perder de vista a essência dos ensinos da Bíblia Sagrada. Ser uma igreja missional é um estilo de vida cristã.
Missionário em potencial
Discipular ou fazer discípulos de todas as etnias é a missão dada à Igreja. O desafio da evangelização do indígena não é uma tarefa apenas das agências missionárias, mas de qualquer cristão. Ou seja, cada crente é considerado um “missionário em potencial”. Ninguém pode se eximir dessa responsabilidade, dizendo: “Eu não posso sair da minha cidade”. Se não podemos ir, podemos contribuir ou até mesmo orar a favor das tribos indígenas, para que Deus levante pessoas para trabalhar entre esses povos.
O apóstolo Paulo, escrevendo aos crentes de Corinto, traça de maneira prática o perfil de um missionário: “Quem é Apolo? E quem é Paulo? Servos por meio de quem crestes, e isso conforme o Senhor concedeu a cada um” (1Co 3:5). Missionário é, portanto, um servo de Deus, por meio de quem as pessoas vão crer em Jesus (2Co 3:4). É claro que cada um tem a sua especificidade. Um foi chamado para plantar, outro foi para regar e assim por diante. Cada um faz para Deus aquilo que está vinculado ao propósito divino para sua vida (1Co 3:6-8). Todo cristão deve ser uma testemunha viva da Palavra de Deus (At 1:8).
Para refletir
“Era uma vez quatro indivíduos chamados: Todo Mundo, Alguém, Ninguém e Qualquer Um. Quando havia um trabalho importante para ser feito (por exemplo, a obra de Deus), Todo Mundo estava certo de que Alguém faria; Qualquer Um poderia ter feito, mas Ninguém o fez. Quando Ninguém o fez, Alguém ficou nervoso, porque isso era obrigação de Todo Mundo. No final, Todo Mundo culpou Alguém, quando Ninguém fez o que Qualquer Um poderia ter feito”. Jesus disse: “Trabalhemos enquanto é dia, porque a noite vem” (Jo 9:4).
Pr. Advanir Alves Ferreira
Presidente da IPRB
Entrevista – Somos parte significativa da Igreja do Senhor Entrevistador: Pr. Émerson Garcia Dutra – Julho/2002
/0 Comentários/em Advanir Alves Ferreira /por adminEntrevista concedida
pelo Pastor Advanir Alves Ferreira,
presidente da IPRB,
ao pastor Émerson Garcia Dutra, titular
da Secretaria Central da IPRB
PANORAMA DA IPRB EM 2002
A igreja evangélica vem se consolidando no Brasil de uma forma gradativa e constante. Informações do último Censo apontam que os evangélicos cresceram 70,7% nessa última década. Ficamos felizes porque a IPRB tem sua participação nesse crescimento, pois nesses últimos 10 anos seu número de membros multiplicou-se. Esse resultado evidencia a boa aceitação de sua linha doutrinária e de seu trabalho social.
O crescimento revela que sua membresia foi conquistada em razão de sua mensagem libertadora, pregada através de um evangelismo dinâmico. E revela ainda mais: que a Igreja Renovada tem estrutura suficiente para continuar crescendo, servindo ao povo brasileiro, às famílias em conflitos, aos desesperançados, levando-lhes a autêntica e bíblica mensagem de Jesus.
No 3º domingo de julho, a IPRB estará louvando e agradecendo ao Senhor pelos 27 anos de sua organização. São quase três décadas de um árduo e constante trabalho em busca dos pecadores para o reino de Deus. Nesse período, surgiram muitas barreiras que tentaram impedir a marcha da Igreja, mas nem por isso ela estagnou-se. Pelo contrário, a Renovada vem demonstrando, ao passar dos anos, que não é apenas mais uma igreja evangélica neste país, mas, na verdade, é uma Igreja que tem procurado dar uma contribuição positiva para a melhoria de vida material e espiritual de nosso povo, Mt 5: 13-14.
Aproveitando o momento desta festiva data, quando todas as IPRs estarão tributando ao Senhor louvor e adoração por mais um ano de vitórias, o leitor terá a oportunidade, através desta entrevista elaborada pela Secretaria Central (SC), de saber o que pensa o presidente da IPRB, pastor Advanir Alves Ferreira, e o que ele tem a dizer aos membros, às lideranças e aos pastores da Igreja.
SC: Como está sendo o relacionamento
da IPRB com as demais igrejas
evangélicas no Brasil?
Presidente: Somos uma parte da Igreja de Jesus – O corpo de Cristo. Nossa missão, juntamente com as demais igrejas, é a de evangelizar e ganhar o Brasil e o mundo para Cristo. Para isso, consideramos cada denominação que tem bases bíblicas sólidas como coirmã e evitamos polemizar ou questionar, pois isso seria uma forma de julgamento. Toda vanglória e partidarismo não agradam a Deus, geram isolacionismo e são um mau testemunho diante da comunidade. Considerando a todos como irmãos venceremos qualquer tipo de barreira denominacional, e o Senhor será glorificado em nosso meio.
SC: O que poderia ser feito
para que as igrejas evangélicas
se tornassem mais unidas?
Presidente: É possível ser a Igreja de Jesus sem perder sua identidade. Para sermos mais unidos, é necessário que cada igreja respeite e reconheça o trabalho das demais, ou seja, sua maneira de trabalhar. Eu até acredito que Deus confiou a cada denominação um ministério específico. Já pensou se a Igreja no seu todo fosse da mesma maneira, fizesse tudo de igual para igual? Se assim acontecesse, como é que iríamos conseguir alcançar os diversos tipos de pessoas? É preciso haver unidade nos propósitos de salvação, pois só assim iremos fazer Cristo conhecido, Jo 17: 21.
SC: Como o Senhor avaliou
o resultado do Censo
sobre o crescimento dos evangélicos?
Presidente: Nos últimos 10 anos, a igreja evangélica brasileira cresceu mais de 70%; portanto, a tendência é de que esse crescimento seja avassalador nas próximas décadas. Estou crendo que Deus vai derramar um grande avivamento sobre o seu povo, e os evangélicos ainda serão maioria nesta nação. A igreja precisa se despertar e sonhar com essa realidade. De posse desse derramar do Espírito, sua mensagem será mais viva e poderosa e como resultado desse fato vidas se converterão e os milagres serão uma conseqüência dessa bênção.
SC: Dizem que a igreja evangélica
brasileira será o celeiro
de missões mundiais. O irmão vê dessa forma?
Presidente: Creio que sim. O brasileiro é sempre bem recebido no exterior, é um povo simpático e amigo. Acredito que temos tudo para ser esse celeiro. Por outro lado, somos devedores àqueles que trouxeram o evangelho ao Brasil. Reconhecemos que a igreja evangélica brasileira já vem sendo uma igreja missionária. Temos muitos missionários trabalhando aqui e fora do país. Mas para que ela seja esse celeiro, é necessário desprender-se muito mais, porque a obra de Deus requer profunda paixão pelos pecadores e recursos para seu sustento.
SC: Como o irmão avaliaria
a IPRB após as reformas
estatutárias ocorridas na última Assembléia?
Presidente: Já fazia algum tempo que a Igreja vinha clamando pelas reformas. A Igreja não pode deixar-se amarrar por leis ou regulamentos, se esses estiveram impedindo seu progresso. As reformas foram necessárias e foram muito bem feitas. Estamos ainda assimilando as mudanças. Mas já se pode perceber que as IPRs de modo geral aceitaram bem as alterações, pois representam aquilo que seus líderes pensam. Mas não podemos nos esquecer de que a Palavra de Deus é a nossa bússola. É ela que deve conduzir o cristão a uma vida de santidade ao Senhor. Jesus disse: “santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade”, Jo 17: 17. Estamos no caminho certo, pois Deus tem guiado sua Igreja.
SC: Com isso, a Igreja
tem-se demonstrado
madura e compromissada com o reino?
Presidente: Tudo indica que sim. A própria Assembléia que promoveu as reformas deu prova desse fato. Uma reunião que deveria demorar praticamente três dias foi realizada num dia de trabalho. Isso revelou maturidade e firmeza por parte das lideranças. Tenho visitado Presbitérios e visto que as igrejas estão alegres, firmes e preocupadas com a evangelização de vidas.
SC: Considerando estes 27 anos
de organização, pode-se afirmar
que a IPRB é uma Igreja estruturada?
Presidente: Claro que sim. Somos uma igreja equipada. Temos dois Seminários, que se empenham na formação de obreiros com bom nível cultural e espiritual; uma Editora que vem produzindo obras de qualidade, o jornal que serve como instrumento para amalgamar a denominação, as Revistas de EBD, que oferecem segurança doutrinária para a Igreja e todo tipo de material para as secretarias. Na área de missões, a Missão Priscila e Áquila tem realizado excelente trabalho.
A Renovada é hoje uma igreja reconhecida e conceituada. No dia 28 de fevereiro deste ano, por exemplo, a Câmara de Deputados de Brasília homenageou a IPRB por seus 27 anos de organização no Brasil. Neste ano recebemos a visita de líderes da Knox Fellowship, um grupo de renovação da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos, voltado ao treinamento para evangelismo e discipulado de Igrejas locais e presbitérios, que se mostraram interessados em estreitar relações com a IPRB e já nos convidaram para participar de reunião da Diretoria da Knox nos Estados Unidos, o que faremos no próximo mês de agosto.
SC: Quais os projetos
para o crescimento da denominação?
Presidente: A Diretoria Executiva, em sua última reunião, lançou um projeto que envolve todos os presbitérios, instituições, pastores e lideranças da IPRB. Esse planejamento que visa ao crescimento e à dinamização das igrejas precisa ser levado a sério. Agir como a igreja dos tempos primitivos, ou aquela que não esteja enclausurada entre quatro paredes deve ser o sonho de cada pastor ou liderança. Uma estratégia forte que a Igreja Primitiva aplicava eram as reuniões de casa em casa. Ainda hoje, essa estratégia, que tem recebido os mais diversos nomes, poderá ser o ponto chave de crescimento da obra de Deus.
SC: O que cada igreja
ou cada Presbitério poderia fazer
para que a IPRB se tornasse mais contextualizada?
Presidente: Poderia procurar servir-se mais dos avanços tecnológicos atuais, sem perder de vista os princípios da Palavra de Deus. Embora não sejam indispensáveis, são fundamentais como estratégia auxiliar de trabalho. Como pode o pastor trabalhar sem um veículo? Já imaginaram o que o apóstolo Paulo faria se tivesse em seu escritório um computador, na igreja os equipamentos de som, os meios de comunicação, ou se tivesse ao seu alcance os recursos que temos hoje? A Igreja dos primeiros séculos não possuía nada disso, mas mesmo assim fez muito para o reino de Deus. Não há dúvidas de que as nossas igrejas precisam se contextualizar e trabalhar sem se contaminar com o mundo.
SC: O irmão tem enfatizado
em suas mensagens a necessidade
de um reavivamento espiritual. Por quê?
Presidente: Prego e continuarei pregando a necessidade de um reavivamento espiritual legítimo e completo. Essa é a mensagem da Renovada. Prego porque acredito que somente através dele a igreja será despertada. E haverá desprendimento, vida com Deus e santificação. Uma verdadeira vida de oração e comunhão só será alcançada quando isso acontecer. Todo partidarismo, divisão e falta de amor serão desfeitos com essa bênção. Devemos desejar esse derramar e rogar ao Senhor para que esse dia chegue logo. A IPRB será outra quando isso acontecer.
SC: Tem uma palavra
para a Igreja Renovada nesta data?
Presidente: Desejo que nesse dia, 3º domingo de julho, sejamos imensamente gratos a Deus e nos tornemos mais próximos do Senhor. Lembremos sempre de que a Renovada é fruto da vontade de Deus, e não da vontade do homem. Vamos unir nossas forças e deixar um pouco as críticas ferinas de lado. Nas cidades onde há mais de uma Igreja, procurem irmanar-se, trabalhar juntos. Façam isso em nome de Jesus. Procurem realizar com amor a obra de Deus. Fiquemos com as palavras do apóstolo Paulo: “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade”, Fl 2: 3.
Maringá, julho de 2002
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Fonte: Jornal Aleluia de julho de 2002
Reforma Protestante: celebração de fé pelos 500 anos da liberdade eclesiástico-cristã – Outubro/2017
/0 Comentários/em Advanir Alves Ferreira /por adminÉ sabido que a Reforma Protestante foi um movimento reformista cristão ocorrido no início do século XVI, cujo marco inaugural
se deu por meio da publicação das 95 teses de Martinho Lutero,
em 31 de outubro de 1517, afixadas à porta da Igreja do Castelo
de Wittenberg, protestando contra diversos pontos doutrinários
da Igreja Católica Romana.
Os números são sempre significativos. Por vezes, falam de datas e marcas, de fatos e recordações, de pactos e compromissos, do passado e do presente, do ontem e do hoje, assim como de momentos de reflexão e desafios para novos objetivos. 500 é um número alto, difícil de ser alcançado e de ser comemorado. Não é qualquer segmento religioso que atinge essa marca. A Reforma Protestante fala, antes de qualquer coisa, de liberdade eclesiástico-cristã.
Sim, liberdade e rompimento com a idolatria, com a liturgia engessada e contaminada pelas heresias, com a devocional acasulada, com o sacerdócio pagão e místico e com o estado de vida cristã fria, monótona e acorrentada pelos dogmas do catolicismo romano. Em suma, a Reforma Protestante fala da liberdade cristã para cultuar e adorar ao Deus eterno, afirmando que Jesus, seu Filho, é o “único” mediador entre Deus e os homens (1Tm 2:5).
Em 31 de outubro de 2017, completam-se 500 anos dessa façanha cristã. O momento é oportuno para refletirmos sobre a coragem de Martinho Lutero, ao protestar e romper com os religiosos romanos, a fim de que a Igreja alcançasse a liberdade e assumisse a missão divina de ser sal da terra e luz do mundo (Mt 5:16,17). Por isso, vamos celebrar com gratidão e louvores a Deus esse marco histórico, que nos deixa lições práticas e relevantes para a vida cristã.
Reforma x Bíblia
A Reforma Protestante não é apenas um movimento reformista, em protesto aos dogmas de uma instituição religiosa. Se assim fosse, não seria tão duradoura. Um marco desse porte prova a razão de sua existência e finalidade. Seu fundamento não está na pessoa de Martinho Lutero ou de outro reformador, mas na veracidade e infalibilidade da Palavra de Deus, capaz de penetrar e dividir alma e espírito, juntas e medulas, sensível para perceber os pensamentos e intenções do coração (Hb 4:12).
A Reforma sem Bíblia não seria reforma, não teria valor, não teria credibilidade. As contestações de Lutero a respeito da venda de indulgência e da salvação pelas obras estavam alicerçadas nas Sagradas Letras. A Bíblia foi o retrovisor, para que Lutero enxergasse o que estava por detrás das doutrinas católicas, que cegava e condenava as pessoas. Nenhuma doutrina deve ter outro fundamento além da Palavra de Deus.
Bíblia x Indulgência
A Bíblia Sagrada foi a plataforma de sustentação para que Lutero pudesse mostrar ao mundo os erros da doutrina romana, especialmente a venda de indulgência. Indulgência, segundo o dicionário, está relacionada à clemência, tolerância e perdão. O termo originou-se do latim “indulgentia”, que significa “bondade”, “para ser gentil” ou “perdão de uma pena”. Portanto, no contexto religioso-romano, seria a remissão dos pecados cometidos por um indivíduo, sendo perdoado pela Igreja, como ato de sua misericórdia.
Em outras palavras, as indulgências eram concedidas pela Igreja ao pecador para reparar as penas temporais causadas pelo pecado já perdoado pelo Sacramento da Confissão. Com isso, a cada pessoa que a Igreja Católica concedia o perdão divino, por meio da venda da indulgência, aumentava consideravelmente sua força política e econômica. Isso explica o poderio que essa Igreja exerceu nessas e em outras áreas do Estado.
Indulgência x Fé
Insatisfeito, Lutero encontra a verdade na Bíblia. O perdão dos pecados e a salvação do ser humano são resultados da obra vicária de Jesus, pelo seu sangue derramado na Cruz do Calvário. Garantir perdão por meio da indulgência foi a grande farsa da Igreja, antes da Reforma Protestante. Isso era inadmissível! Essa heresia deixou Lutero incomodado e o tornou uma pessoa disposta a lutar a favor da liberdade cristã. A venda de indulgências era para ele o principal motivo da Reforma.
Lendo Romanos (1:17), Lutero se depara com a verdade: “Mas o justo viverá pela fé”. O que representava para o reformador essa palavra? Estaria ele desvendando uma verdade omitida pelo clero romano? Sim, porque, à luz desse texto, Lutero passou a compreender e a ensinar a justiça de Deus como um ato divino, pelo qual o justo (pecador) vive. As obras não são, em hipótese alguma, suficientes para salvar o perdido, mas simplesmente algo necessário à vida do cristão (Tg 2:26).
Fé x Liberdade
Liberdade é o que todos desejamos e precisamos. Liberdade é o eco que ainda ressoa do brado de Jesus na Cruz do Calvário: “Está consumado!” (Jo 19:30). É como se Jesus dissesse: Pai, agora eles estão livres, eu paguei o preço por todos (Jo 8:32). Dessa forma, ninguém precisa pagar mais nada pelo perdão e salvação. Jesus pagou de uma vez por todas a nossa “indulgência” com o seu próprio sangue: “Mas fostes resgatados pelo precioso sangue de Cristo, como de Cordeiro sem mácula ou defeito algum” (1Pe 1:19).
Para expressar suas convicções, Lutero escreveu as 95 Teses contra a prática da Igreja Romana, fixando-as na porta do Castelo de Wittenberg e desafiando, com muita autoridade, as lideranças do clero ao debate teológico. O conteúdo dessas teses tinha como meta principal combater o comércio das indulgências praticado pelo clero romano.
No dia 31 de outubro de 1517, a liberdade eclesiástico-cristã estava proclamada. A Reforma Protestante nos trouxe muitos legados importantes. Por meio dela, a Igreja pôde sair do “casulo” e se expandir pelo mundo afora, obedecendo à ordem de Jesus (Mt 28:19,20; At 1:8). Com isso, surgiram diversas igrejas cristãs, tais como: Luterana, Anglicana, Presbiteriana e outras mais. A IPRB, fundada em 8 de janeiro de 1975, é fruto desse movimento histórico-reformista. Que Deus abençoe a sua Igreja na face da terra, e que esta data seja uma oportunidade de renovação de compromissos com Deus.
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Fonte: Jornal Aleluia de outubro de 2017
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