Dia do Presbítero (2)

Primeiro de agosto, dia do presbítero
Quem é esse homem? O que é esse título?
Por que essa homenagem?

No sistema presbiteriano, há o presbítero docente e o presbítero regente. Docente é o pastor, o líder espiritual do rebanho, a quem cabe doutrinar a igreja, conduzindo-a nos caminhos do Senhor. Regente é o presbítero que se dedica à administração da igreja, sendo eleito e ordenado para isso. Participa, ao lado do pastor, da composição do Conselho da Igreja.

Muitos pastores de hoje foram presbíteros ontem. Trabalharam muitos anos na igreja e pela Igreja e essa experiência prática que trouxeram tem sido muito útil à sua atual visão de serviço.

De fato, a Igreja Renovada deve muito aos seus presbíteros. Pioneiros, pode-se dizer que eles implantaram centenas de trabalhos que, prosperando, hoje são fortes igrejas. Basta olhar as fotos antigas da denominação para comprovar isso. Alguns, ao mudar-se para novas regiões, como faziam os patriarcas que erguiam um altar, começaram pontos de pregação que logo se transformaram em fortes congregações e igrejas.

Só para citar alguns exemplos, foi o caso de um presbítero que, ao aposentar-se, saiu de São Paulo e iniciou o trabalho no Piauí. Hoje, nesse Estado, existe um grande Presbitério. Foi esse também o caso dos presbíteros de Rondônia, bem como dos de Minas. Estes adentraram o Estado da Bahia, empunhando a bandeira da MISPA, e fundaram, em várias cidades, as primeiras igrejas.

Hoje, o Estado da Bahia tem dois grandes Presbitérios. Outros presbíteros abriram os trabalhos no Nordeste, como o Pr. Otoniel de Souza, e hoje Pernambuco tem fortes igrejas. Alguns, partindo de Assis, SP, foram, a serviço da MISPA, abrir igrejas nas capitais nordestinas. Atualmente fortes trabalhos! Um presbítero de Cruzeiro do Oeste, PR, Osvaldo Borges, foi para Mato Grosso e fundou inúmeras igrejas, de tal forma que a Renovada nascia juntamente com muitas cidades.

Dois presbíteros dedicaram-se às instituições: um deles, Loudomiro Carneiro, construiu a atual sede da MISPA, em Assis, após adquirir uma belíssima área, e serviu a obra missionária por vinte anos. Outro, Joel Ribeiro de Camargo, fundou a gráfica e editora Aleluia, instituição basilar para o incentivo da cultura religiosa na denominação.

Dois outros presbíteros, Jamil Josepetti e Divino Guimarães, legaram à igreja os documentos que fazem hoje sua estrutura jurídica. À medida que um fato novo surgia, demandando uma decisão da diretoria nacional da Igreja, um texto era produzido e, hoje, a igreja, bem estruturada, caminha com segurança nessa área. Graças ao conhecimento desses homens na área do Direito, normas foram redigidas para criação de igrejas, de presbitérios, recepção de pastores, etc. Resoluções e Estatutos claros, explicitando cada passo para ação dos vários órgãos administrativos. Alguns desses documentos, inclusive, têm sido copiados por outras denominações.

Centenas de outros presbíteros viram igrejas nascendo em suas casas; fundaram pontos de pregação, congregações e igrejas. Pregaram, ensinaram, batizaram. Fizeram a obra com dedicação.

Muitos templos foram construídos graças ao empenho e liberalidade de presbíteros. Não se pode esquecer do irmão Saturnino Borges Teixeira, conhecido como Teixeirinha, de Londrina, PR, que tinha prazer de auxiliar na construção de templos, favoreceu muitos pastores na compra de veículos e, principalmente, contribuiu com o Seminário de Cianorte, custeando, em todos os anos, os estudos de vários seminaristas.

Em 2015, a Renovada tem 2.510 presbíteros. Representam uma força extraordinária no crescimento da igreja. Repousa sobre seus ombros a grande responsabilidade de, nos concílios (conselhos das igrejas, presbitérios e assembleias gerais), representar o pensamento do povo que os elegeu.

Neste ano em que comemoramos os 40 anos da IPRB, nosso desejo é de que todos os presbíteros cultivem o mesmo amor que envolveu a geração de presbíteros fundadores da Renovada, homens que se entregaram incondicionalmente à obra; que tenham o mesmo alvo, dedicando-se à causa do Senhor com o mesmo entusiasmo. A recompensa virá do Senhor.

Mensagem à família do pastor Francisco Araújo Barretos Neto

Pastor da IPRB desde 1993. Em 2000 integrou-se
à equipe da Editora Aleluia, onde atuou
como redator de 2000 a 2008

Francisco Araújo Barretos Neto fora pastor da IPRB de 16 de dezembro de 1993 até 25 de janeiro de 2010, quando faleceu em Rondonópolis, MT, onde residiam seus familiares.

Nasceu aos 15 de junho de 1963.
Fora recebido como pastor em 16 de dezembro de 1993 e ordenado em 27 de fevereiro de 1999. Detentor do prontuário número 713.

Pastoreou as igrejas de Jaciara e Alto Araguaia, em Mato
Grosso, e de Pati do Alferes, no Estado do Rio de Janeiro.

Em 01 de dezembro de 2000 veio do Rio de Janeiro para Arapongas, PR, onde se integrou à equipe da Editora Aleluia, e atuou, durante sete anos, como redator do Jornal Aleluia, órgão oficial da Igreja Presbiteriana Renovada do Brasil.

Em 2008, desligou-se por motivo de enfermidade.

Formação

Cursou Ciências Contábeis.

Formado em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Sul
do Brasil, no Rio de Janeiro.

Fez Especialização em Psicologia Pastoral e em Educação Religiosa.

Mestrado em Teologia no Seminário Teológico Batista do Sul
do Brasil, no Rio de Janeiro.

Enquanto trabalhava no Jornal Aleluia, formou-se em Comunicação
Social (Jornalismo) pela UNOPAR, Londrina, PR – 21/01/2007.

Mensagem

à família do Pastor Francisco

Embora distante de vocês, o mesmo sentimento de perda de um companheiro, de um amigo e de um irmão me envolve neste momento.

DE COMPANHEIRO, porque tive o privilégio de descobrir o Pr. Francisco quando ainda trabalhava em Pati do Alferes, no Estado do Rio, e convidá-lo para vir integrar-se à equipe da Editora Aleluia, o que aconteceu no final do ano 2000.

Assentamos juntos, à mesa de trabalho, durante anos. Percebi que ele queria crescer. Então, conseguimos os recursos para que cursasse Jornalismo. Durante quatro anos ele fez a jornada Arapongas-Londrina e eu via que o fazia com alegria. Ele cresceu na profissão. Serviu à Igreja. Produziu reportagens fotográficas e bons textos, tanto para o Jornal como para a Revista de Escola Dominical.

DE AMIGO, porque estava sempre pronto para o trabalho. Convocado, nunca deixava de atuar com interesse. Simples em seus costumes, morava sozinho num apartamento no próprio prédio da Gráfica, e sabíamos que sua presença ali era como a de um guardião para aquele patrimônio.

DE IRMÃO, porque era um homem de fé, conhecedor da Palavra, pregador e assíduo aos trabalhos da Igreja.

Deixei a direção da Editora, mas ele continuou lá, ao lado do Pr. Rubens Paes. Nos últimos anos, percebíamos que sua capacidade parecia declinar, estava meio esquecido, mais lento, mas nem de longe imaginávamos que um moço assim tão forte poderia estar sendo assediado por um mal tão terrível.

Um dia, soubemos de um acidente de carro, que ele parecia querer esconder. Depois, alguém nos informou sobre um desmaio, durante um culto, que ele disse que não era nada. Fatos assim estranhos se sucederam. Até que ele mesmo percebeu o aparecimento de dificuldades visuais.

Mas o especialista constatou que seus olhos estavam perfeitos. E recomendou exames mais profundos os quais revelaram a presença de um mal contra o qual ele lutou bravamente. Várias cirurgias, tratamentos, melhoras, pioras…

Enfim, chegou o momento em que a trombeta soou. Era a hora de atravessar o rio. E ele ouviu a voz de seu Senhor chamando-o: “Francisco, chega de sofrer… Você foi um servo bom e fiel. Venha aqui. Venha morar comigo.”

Impossibilitado de estar presente, como seria meu desejo, transmito minhas condolências à família.

E que o bálsamo dos céus console os corações.

A memória do justo é eterna.

Joel R. Camargo
Ex-Diretor da Editora Aleluia

Arapongas, 25 de janeiro de 2010

O momento do adeus – Fevereiro de 2006

Pronunciamento
do Prof. Joel R. Camargo
para a Diretoria Administrativa
reunida em Anápolis, GO,
em dezembro de 2005

A vida é uma longa viagem…
Se for de trem, a composição parte e segue seu rumo. Depois de horas, pára numa estação, descem alguns passageiros e sobem outros.

Ela dá o sinal e reinicia sua marcha.
Na próxima estação, descem mais pessoas e outras sobem…

E assim por diante…

Chegou meu momento de descer!

Estou deixando a direção da Junta de Publicações
e da Editora Aleluia. Na verdade, penso que estou fazendo uma parada para realimentar minha visão
e entusiasmo.
Porque ainda vou prosseguir servindo ao meu Senhor
e à Igreja.

Quando parar?
Eis uma decisão muito complicada.
Quando parar de dirigir? Quando parar de comandar,
de liderar? Quando abandonar a política?

Mas essa atitude tem de ser tomada.
As instituições são maiores que as pessoas.
Outros valores, novos, mais vigorosos, podem assumir nosso lugar e conduzir a igreja, a empresa ou o que quer que seja com outros olhos.

Ninguém é insubstituível.

Foi pensando assim que resolvi deixar a direção
da Editora Aleluia. O momento pareceu-me certo para essa decisão.

Primeiro, porque a Editora está num estágio muito bom
de trabalho, já tem sua sede, bons equipamentos, finanças estabilizadas. Pode marchar com suas próprias pernas, como vem fazendo.

Segundo, porque há pessoas que podem conduzir
a instituição com toda segurança, administrando-a
com total entrosamento com a Igreja,
com os funcionários e clientes.

E, por último, porque estou trabalhando no Jornal Aleluia há 32 anos. Dediquei o melhor de minha vida a esse mister. Começamos do nada. Foi uma semente
que plantamos e que prosperou, com a graça de Deus.

Agora que tudo está bem, gostaria de me colocar
um pouco ao lado e ver a Editora crescendo, avançando.
Esse talvez fosse meu maior prêmio por todas
as vicissitudes que esses anos me impuseram.

Então, chegou o momento do adeus.

Quero agradecer a todos que ombrearam comigo nessa empreitada. Tanto na Igreja – líderes, pastores, diretores – como aos funcionários, à família e amigos. Às várias Diretorias da Junta de Publicações. Aos ex-funcionários.

E também às pessoas de outras denominações que foram solidárias com esse empreendimento. Às editoras irmãs, livreiros, distribuidores, fornecedores, meu muito obrigado. Aos que redigiram lições, artigos e escreveram livros, igualmente registro meu sincero reconhecimento.

Infelizmente, nesta longa empreitada, sempre acabamos ferindo alguns, desgostando outros, sendo
mal-entendidos ou não atendendo como gostaríamos. Quero aproveitar
para pedir que me perdoem e creditem toda atitude negativa ou palavra imprópria ao desejo que sempre tive de levar avante esta amada instituição.

Agradeço aos que me sustentaram com suas orações,
ou com suas palavras de encorajamento,
e aos que contribuíram financeiramente
para que a Gráfica honrasse seus compromissos
em tempos difíceis.
Tudo foi muito bom. Que ótimo! A Igreja me confiou alguns talentos e estou devolvendo-os.
Penso que quadruplicados.

Joel Camargo
Anápolis, dezembro de 2005

………………..

Fonte: Jornal Aleluia de fevereiro de 2006

O lugar do IBA nas raízes históricas da IPRB – Maio/2011

Para se alinhavar algo sobre a história do Instituto Bíblico de Arapongas, instituição que atuou na área do ensino teológico de 1970 a 1974, talvez seja necessário inicialmente propor um conceito de avivamento e relembrar as razões das origens da Igreja Presbiteriana Renovada. A seguir, verificar quem foi seu fundador e diretor, apontando traços da ação do Rev. Palmiro Francisco de Andrade, homem que esteve no centro desses acontecimentos. E, por fim, tentar recordar um pouco do ambiente espiritual que permeou essa escola e, assim, poder pensar na sua importância como formadora de homens e mulheres que, vocacionados, foram ali preparados para a tarefa ministerial.

O avivamento

O avivamento espiritual, conquanto tenha aspectos concretos que podem ser vistos pela história, sociologia e teologia, também é a vivência de experiências pessoais quase inexplicáveis. Quem tentou descrevê-lo não fugiu de termos como reuniões maravilhosas, convicções pessoais, fogueira, pentecostes, unção, glória… Evan Roberts foi mais longe:

“O avivamento no País de Gales não vem dos homens: é obra de Deus” [1].

Vendo-o assim, da mesma forma como ocorreu em outros países que tiveram o privilégio de experimentá-lo, também chegou ao Brasil. Somos a geração que testemunhou sua eclosão, como um presente de Deus, uma resposta dos céus a muitos clamores e angustiosas orações, na forma como rogava o profeta Habacuque:

“Aviva, Senhor, a tua obra” [2].

Avivamento que veio chocar-se, na década de 60 do século XX, com um processo de secularização presente em alguns meios teológicos, e que era aplaudido como

“altamente positivo para a desmitificação da religiosidade alienante…” [3]

Mas, ao finalizar obra na qual relata a chegada do movimento pentecostal ao Brasil, no século XX, conclui o historiador e pastor presbiteriano Elben César:

“Não se pode negar a redescoberta da pessoa e obra do Espírito nesse século pentecostal. Isto procede do Senhor, não se tenha dúvida.” [4]

É nesse tempo e nesse ambiente espiritual que nasce a Igreja Presbiteriana Independente Renovada, a IPIR, depois de meses[5] muito tensos para os que aceitaram o avivamento, quando dezenas de pastores e presbíteros foram despojados de suas funções. A IPIR não foi resultado de decisões de um líder, nem de um projeto, e muito menos do acaso, mas de uma ação que tinha de ser tomada para agasalhar espiritualmente os que se achavam desorientados diante de um quadro conflituoso. Historicamente, ela é fruto de um processo de pregação do avivamento[6], de busca de uma igreja santificada, de um desejo profundo de conhecer mais a Palavra de Deus, de expandir a obra missionária, de servir mais a Jesus e, sobretudo, de viver plenamente a vontade do Senhor para sua Igreja.

Raízes históricas

Duas fontes recentes podem oferecer preciosos subsídios. Comemorando, em 2010, os 35 anos de existência da Igreja, fora editada a obra A IPRB na virada do milênio, do Pr. Advanir Alves Ferreira[7], seu presidente. Trata-se de amplo relato com destaque aos seus últimos dez anos de atividades, com introduções históricas.

E, mais especificamente, devemos citar um trabalho científico que aborda esse início da obra de avivamento, a tese “Conflitos no campo protestante: o movimento carismático e o surgimento da Igreja Presbiteriana Renovada (1965-1975)”.[8] Trata-se de amplo e bem documentado texto, presente na edição de setembro de 2010 da Revista Brasileira de História das Religiões. Seu autor, o professor Sérgio Gini, da Universidade Estadual de Maringá, doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Paraná, pastor da IPI, discorre sobre a origem da Igreja Presbiteriana Independente Renovada, a IPIR. Com 43 páginas, inicia-se fazendo referência aos principais cismas no meio protestante brasileiro. Nos prolegômenos, destaca o afloramento do avivamento na IPI. Segundo ele, esse movimento cria uma tensão doutrinária interna que resultaria em medidas administrativas, vindo, no início dos anos 70, a dar origem à IPIR.[9]

Um homem, um líder

A história do IBA não poderia ser descrita sem que conhecêssemos, primeiramente, um homem chamado Palmiro Francisco de Andrade.[10] Quem esteve na famosa reunião do Sítio Marília pode fazer constar isso em seu currículo. Algo inusitado aconteceu ali. O local, a rodovia que liga Cambé a Londrina, em frente à empresa Cacique de Café Solúvel. Instalações rústicas. Manhã fria do dia 5 de julho de 1968. Ali está reunido um concílio da maior importância: o Sínodo Meridional da IPI.

O despertamento espiritual já havia alcançado algumas igrejas no meio presbiteriano independente nos Estados do Paraná, São Paulo e Minas e isso inquietava sua liderança, que passara a tomar posições. A missão de seu presidente, o Rev. Palmiro de Francisco de Andrade, pastor em Joinville, SC, não era outra senão a de colocar um ponto-final na questão em sua área administrativa. E ele vinha plenamente decidido a resolver o “problema”.

Entretanto, diz o refrão popular: “o homem põe e Deus dispõe”. Para falar aos ministros, fora convidado o Rev. Antônio Elias, pastor presbiteriano, de Niterói, RJ, conhecido avivalista, que discorreu sobre ‘A doutrina do Espírito Santo’. Ao final, o inesperado: o evento produzira efeito contrário ao que se previa. E, entre outros, o Rev. Palmiro teve uma experiência espiritual marcante e fora batizado com o Espírito Santo. Agora, ao voltar para Joinville, SC, levava a chama pentecostal que iria definir sua história dali para frente.

Com dois cursos superiores – teologia e história – vasta experiência ministerial e pedagógica, conferencista, de muita autoridade na Palavra, professor em faculdade de sua cidade, 44 anos, dotado de personalidade forte, esse foi um dos valentes que Deus levantou, nessa época, para iniciar uma obra que culminaria no cumprimento de Sua vontade para nosso país. E o revestiu de uma firmeza muito grande para poder enfrentar as turbulências que os próximos anos lhe reservariam.

Pelo menos sete trabalhos se destacam em sua biografia: fora pastor na IPI até 21/05/1972, um dos fundadores do Jornal Aleluia, fundou e foi diretor do IBA, participou da organização da IPIR, fundou e pastoreou a IPR de Arapongas, pastoreou a IPR de Curitiba (hoje 1ª IPR) e encerrou sua carreira como diretor do Seminário Presbiteriano Renovado de Cianorte, PR, depois de dedicar 19 anos à Renovada.

Embora não fosse pastor da IPI de Arapongas, PR, o Rev. Palmiro, quando diretor do IBA, passou a ser conhecido pelos membros pela sua espiritualidade e mansidão. Viam nele um homem temente a Deus e cheio do Espírito. Passaram a amá-lo e, aos poucos, sua liderança foi-se impondo. Muitos lares se abriram para a oração. O grupo avivado crescia não só em Arapongas, mas também em cidades vizinhas como Apucarana, Maringá, Paranavaí, Campo Mourão, Assis e Cianorte.[11]

Já residindo em Arapongas, PR, desde 1970, no começo de 1972 o Presbitério designou o Rev. Palmiro para assumir a IPI local. A oposição aos líderes avivados, que já era grande, avultou-se ainda mais. Por isso, escudado em decisões do Supremo Concílio, no dia 21 de maio de 1972, o Presbitério, reunido em Maringá, PR, despojou, entre outros, o pastor Palmiro de seus direitos eclesiásticos, afastando-o do pastorado, e dissolveu o Conselho de Arapongas. Ferido o pastor, as ovelhas procuraram um novo local para suas reuniões. Era o começo da futura Renovada em Arapongas.

Uma escola, um propósito

Funcionava desde 1962, nas dependências do Colégio Evangélico de Arapongas, PR, o Instituto Bíblico João Calvino, o IBJC, escola de teologia fundada e dirigida pelo Rev. Antonio de Godoi Sobrinho. Em 1969, havendo conflitos com a Igreja local, seu diretor demitiu-se e a Fundação Eduardo Carlos Pereira, entidade que administrava o IBJC, nomeou, no dia 25 de fevereiro de 1970, para seu lugar, o Rev. Palmiro de Andrade, que de imediato se transfere de Joinville, SC, para Arapongas, no começo de 1970, e se apresenta para assumir a direção da escola. O ex-diretor, alegando que o nome “IBJC” era um patrimônio da família, não consentiu no seu uso e ele foi extinto. Em seu lugar, o Rev. Palmiro criou, no dia 03 de maio de 1970, o IBA, Instituto Bíblico de Arapongas, com novos currículos, novos métodos de trabalho e novos professores.[12]

Nascia assim, ainda pertencente à IPI, um novo Instituto Bíblico, funcionando nas dependências cedidas pela igreja local, agora, porém, chamado de Instituto Bíblico de Arapongas – o IBA. Ter uma instituição para formar pastores na linha do movimento de renovação foi, sem dúvida, uma grande porta para a solidificação da futura igreja, que viria a ser organizada dois anos depois.

Numa mesma escola, alunos de posições diferentes agora compartilhavam salas de aulas, refeitório e o internato. Entre os que não queriam nem saber de avivamento estava o Otávio Nascimento. Línguas? Curas? Profecias? Isso não era com ele. Um rapaz forte, inteligente, de firmes convicções. Os meses se passaram. Os alunos, nos finais de semana, faziam escalas de serviço e treinamento nas igrejas da região. Otávio ia regularmente para Apucarana. Lá dava assistência a um grupo que aceitara o avivamento, mas ele, sempre na sua. Um final de semana, o grupo teria uma vigília. Estavam orando, quando, de repente, o Otávio fora batizado com o Espírito Santo! E falou línguas até o amanhecer. No outro dia, um domingo, não pôde pregar, não só pelo esgotamento físico, mas porque, se abrisse a boca, só falava em línguas. Ficou hospedado na casa de uma irmã por dois dias. Achando-se melhor, foi até a rodoviária. Mas o funcionário não entendeu nada do que queria, porque o Otávio ainda estava embriagado pelo Espírito e não percebia que estava falando em línguas…

Hoje, quem é o Otávio? Depois de pastorear igrejas renovadas por cerca de vinte anos no Brasil, foi para a Suíça. Reside em Zurique e, além de pastor local, preside uma federação de Igrejas Cristãs de Língua Portuguesa. Sua experiência está em seu livro autobiográfico.[13]

A formação, os resultados

Assim, o IBA foi trabalhando. Chega, porém, o ano de 1972, quando a IPIR fora organizada em Assis, SP. O Pr. Palmiro fora eleito seu presidente. Era natural que o IBA tivesse de deixar as dependências do Colégio Evangélico. Fora alugado um hotel na cidade, o Hotel Prado, situado na Rua Marabu, 229, que serviu de internato e de residência para o Pastor Palmiro. Uma ampla cozinha era liderada por dona Rosa Paula Lima, carinhosamente chamada de Tia Rosa pelos alunos. E um salão, na Rua Tico-Tico, 499, que havia sido uma antiga oficina mecânica, reformado, era agora o local para as aulas.

Oficialmente, o IBA fora instalado na IPIR no dia 8 de agosto de 1972, com 36 alunos. Um culto de ação de graças fora realizado no dia 16 do mesmo mês, estando presentes a diretoria da IPIR e o prefeito de Arapongas, Sr. Sadao Yokomizo. Houve a posse da diretoria do IBA: diretor pastor Palmiro Francisco de Andrade, tesoureiro Dr. Severo Franco e secretário Paulo Gomes.[14]

Nesse novo lar, o IBA formou admiráveis alunos, gente de fibra espiritual, de oração, que faziam evangelismo nas ruas, nas cadeias, que no louvor vibravam como se estivessem vivendo num paraíso, pisando em nuvens. Jovens – moços e moças – que sabiam com muita segurança de seu chamado. E o resultado foi uma plêiade de pastores que serviram e ainda servem com total integridade aos propósitos do reino de Deus.

À noite e nos fins de semana, o salão da Rua Tico-Tico recebia o grupo avivado de Arapongas para seus cultos. Nesse local houve lindas conversões, muitos restauraram sua vida espiritual, casais se reconciliaram e houve também um eficiente trabalho de libertação que beneficiou a muitos. Era o núcleo inicial da igreja local que veio a ser organizada em 12 de novembro de 1972.

Missão cumprida

O IBA formou três turmas. A de 1972, com 13 alunos[15]; a segunda, no final de 1973, com 14 alunos, e a última, em 74 com três: Nair Ribeiro, Raimundo Wilson e João Matos.

Em 1974, mais de 26 jovens já estavam atuando no sagrado ministério: Alvino de Paula Neves, João Bernardino, Jérson de Paula Neves, Natanael A. Palazin, Ronaldo Tavares, Daniel de Almeida, Francisco da Silva, Jair de Andrade, Ariovaldo Cardoso, Manoel Messias, Otávio Nascimento, Esmael Arcas, Dilmar de Paula Neves e as missionárias: Agda Batistela, Mariza Maciel e Rísia Maria da Costa.[16]

Então chegou o tempo em que IPIR e ICP (Igreja Cristã Presbiteriana) uniram-se, formando a IPRB, Igreja Presbiteriana Renovada do Brasil. Depois de vários meses de aproximação e de reuniões de trabalho, numa inesquecível assembleia, realizada em Maringá, no dia 8 de janeiro de 1975, as duas igrejas deram-se as mãos. A ICP administrava o Instituto Bíblico de Cianorte e decidiu-se que os alunos do IBA seriam transferidos para aquela instituição[17], que passou ao status de seminário, o Seminário Presbiteriano Renovado de Cianorte.

Passados quarenta anos que tudo isso aconteceu, a cortina do tempo foi levantada e realizado um reencontro dos ex-alunos, professores e familiares. Nos dias 1 e 2 de maio de 2010, em Arapongas, PR, uma festa de abraços, de risos e de lágrimas, de cânticos, de fotos e de recordações. E também de saudades e ações de graças.

Que bom ter tanto a comemorar!

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Fonte: Revista Ressurgir nº 1, de maio de 2011, páginas 13 a 16

NOTAS

[1] Bartleman, F. A História do Avivamento. Azusa. 2ª ed. Americana: Worship Produções, 1981, p. 26.

[2] Habacuque, 3: 2.

[3] Souza, M. Q. de. A IPI do Brasil, o avivamento e o pentecostalismo. In Cadernos de O Estandarte. 2º Caderno do Centenário. São Paulo: Editora Pendão Real, janeiro de 2003, p. 29.

[4] César, E. M. L. História da Evangelização do Brasil. Dos Jesuítas aos neopentecostais. Viçosa: Ultimato, 2000, p. 157.

[5] O Supremo Concílio que se definiu sobre a situação dos avivados fora realizado em Brasília em janeiro de 1972. A organização da IPIR viria a concretizar-se em julho daquele ano.

[6] Lima, É. F. S. A IPI do Brasil e o pentecostalismo na década de 50. In: Cadernos de O Estandarte. 1º Caderno do Centenário. São Paulo: Editora Pendão Real, julho de 2002, pp. 42-59.

[7] O livro-relatório fora organizado pelo Pr. Émerson Garcia Dutra, tem 319 páginas e fora editado em 2010 pela Ed. Aleluia.

[8] Disponível em: http://www.dhi.uem.br/gtreligiao/pdf7/08.pdf

[9] O texto traz depoimentos e informações sobre a atuação de pastores como Azor Etz Rodrigues, Abel Amaral Camargo, Palmiro de Andrade, Jobel Cândido Venceslau, Jamil Josepetti, José Zaponi, Jonathan Ferreira dos Santos e outros. Refere-se à origem do Jornal Aleluia, ao Instituto Bíblico de Arapongas, o IBA, à reunião do sítio Marília, à reunião do Supremo Concílio da IPI, realizado em Brasília, em 1972, que se posicionou de forma final sobre a não permanência dos avivados na Igreja.

[10] Palmiro Francisco de Andrade nasceu em Biguaçu, SC, aos 11/10/1924 e faleceu em Cianorte, PR., em 01/06/1991.

[11] Em Cianorte, em 1968, um grupo se desligara da IPB. Sob liderança do Pr. Jonathan F. Santos, fora fundada a Igreja Cristã Presbiteriana. O trabalho expandiu-se, organizou-se um Presbitério e um Instituto Bíblico.

[12] .O Rev. Silas Barbosa Dias, ex-aluno, registrou no Orkut: “Em 1970, eu tinha uma caderneta onde anotava os fatos mais marcantes do dia. No dia 06 de maio, tivemos nossa primeira aula, há exatamente 40 anos. O IBA foi instituído no dia 03 de maio de 1970. No dia 04, houve um culto, quando pregou o pastor Abel Amaral Camargo. No dia 05, outro culto, e pregou o pastor Matias Quintela de Souza. Finalmente, no dia 06, a aula.”

[13] Nascimento, O. R. do. Resistindo às provas e crescendo na fé. Arapongas: Aleluia, 1999.

[14]Paes, R. IBA: Marco histórico na educação teológica da igreja. Jornal Aleluia, junho de 2010, ed. 353, p. 8.

[15] Segundo informação do Pr. Natanael Palazin, os 13 formandos da 1ª turma foram: Tânia Maria Tadei, Natanael Antonio Palazin, Shirley Menezes, Manoel Messias, Ariovaldo Cardozo, Rute Dominoni, Ronaldo Tavares, Neusa Naramoto, Gerson Paula Neves, Daniel de Almeida, João Bernardino e Marlene Ramos. Do antigo Seminário, ficaram sete alunos que seriam formandos dessa turma. Ele se lembrou de três: Osmar Menezes, Amélia e Jessé.

[16] Jornal Aleluia, abril de 1974, p. 2.

[17] Foram transferidos 29 alunos para Cianorte.

História da Editora Aleluia – Agosto/2005

Fundada em 1987,
tem como um de seus objetivos
prestar serviços na área de produção literária,
tanto à Igreja como a terceiros

Em 1987, a Junta de Publicações da IPRB, que já possuía a Gráfica Aleluia,
criou a Editora Aleluia. Esse novo passo permitiu a ampliação da prestação de serviços à Igreja e também a terceiros, e proporcionou recursos
para a manutenção dessas duas entidades.

Sede própria

Aos poucos o imóvel alugado em Arapongas, PR, em que estava a gráfica, foi tornando-se pequeno e inviável. Era preciso mudar-se, mas desejava-se fazê-lo para um prédio que fosse próprio. Isso foi tema para muitas orações. E Deus mostrou a solução. Em 1993, a Editora obteve, por doação do Município de Arapongas, no Parque Industrial II, uma área muito boa. Adquiriu um barracão nela existente, ampliou-o e ali se instalou, à Rua Gavião de Cauda Curta, 115, Parque Industrial II.

Na época, as ruas nesse Parque Industrial eram sem asfalto, a área achava-se isolada, longe do centro e cercada por chácaras; hoje é região nobre. Ali a Editora construiu, em várias etapas, as edificações que lhe permitiram expandir-se. Com a aquisição de novas máquinas, a gráfica cresceu, informatizou-se. E a qualidade dos serviços melhorou significativamente.

Em 1996, foi possível importar uma impressora industrial e uma dobradeira. Vários equipamentos foram sendo adquiridos, substituídos ou reformados. Em 2004 adquiriu uma impressora offset bicolor.

A redação, coração da editora

Assim, em 2005, a Editora Aleluia acha-se instalada em Arapongas, PR. Tem seu prédio próprio, com 1350 m2, onde está sua gráfica. Além dos funcionários e técnicos dos diversos departamentos (produção, faturamento, distribuição, manutenção, etc.) há a redação que é o coração da Editora. Há dois pastores trabalhando, em tempo integral, na redação: desde agosto de 1986, o Pr. Rubens Paes e, desde o final de 1999, o Pr. Francisco Araújo Barretos Neto. E, desde 1974, está na direção o prof. Joel R. Camargo.

Produção de livros

É na área de produção de livros que a Editora Aleluia tem-se empenhado ultimamente. Já chegam a 35 os títulos publicados. Vários livros de excelente qualidade foram traduzidos e produzidos, bem como de autores brasileiros, principalmente de pastores da Igreja. Essa é uma área em que a Editora Aleluia está pronta para crescer.

O primeiro livro publicado foi “O maior pecado do século: aborto”, de autoria do Pr. Jobel C. Venceslau, editado em setembro de 1985, com 23 páginas. O segundo, “Manual de lições bíblicas para preparação de batismo” do Pr. Abel A. Camargo, em fevereiro de 1988, com 85 páginas.

Revistas para EBD

Em 1977, a Igreja decidiu que deveria editar sua própria revista de EBD e o Aleluia se encarregou disso. Em 1978 nascia a número 1 e já começava bem! Seu tema era: “As bases da renovação espiritual”. E assim tem sido.

Produzida regularmente, em 2005 a revista para adultos chegou a 72 edições. Procurando ser original em seu texto e apresentada numa linguagem de fácil compreensão ao aluno, tendo suas lições redigidas pelos próprios pastores da Igreja, a Revista de EBD Aleluia tem sido qualificada como um dos melhores materiais dessa natureza entre os produzidos no Brasil.

Para ensino aos adolescentes, a Editora elaborou um currículo específico e criou uma revista. Trabalhando durante seis anos, editou uma série de 15 volumes com textos redigidos por professores, pedagogos e pastores. Um trabalho esmerado, que resultou num conjunto de manuais da mais alta especificidade.

Além de revistas para novos convertidos e para jovens, uma equipe vem trabalhando na produção dos originais de material de apoio para educação cristã de crianças de 0 (zero) a 11 (onze) anos. Serão produzidas revistas para alunos, professores e cartazes. Em 2004, já foram editadas as primeiras revistas dessa faixa: Mel e Leite e Berçário.

Agenda Aleluia

A Agenda Aleluia tem sido um banco de dados indispensável para toda a liderança. Sua criação pela Editora foi um instrumento que pressionou a coleta e a organização de informações pessoais e administrativas sobre a denominação. Agora também disponível na Internet, chamada Agenda Virtual.

Folhetos

Mais de 20 milhões de folhetos já foram editados, em 15 títulos, com mensagens muito objetivas. Estão disponíveis também em espanhol. Recentemente foi dado início à série Fé e Renovação, para folhetos de 15 a 20 páginas.

Hinário

Além do hinário com texto, com 450 hinos, e de ter editado o hinário com partituras musicais (atualmente esgotado), vem editando também o hinário com música, agora na forma de cadernos, e o hinário cifrado, em duas cores.

Loja Virtual e Televendas

Modernizando seu atendimento, com o advento da Internet, o Aleluia montou sua Loja Virtual e nela estão disponíveis todos os seus livros e produtos, facilitando a aquisição pelas igrejas, pastores e interessados. Pelo sistema de Televendas (0800), atende à igreja sem despesas para os pastores.

O Aleluia tem procurado estabelecer pontos de distribuição de seus produtos nas principais livrarias do Brasil e tem estado nas reuniões, Assembleias e Encontros promovidos pela Igreja, divulgando o que produz e suprindo as igrejas.

Site da IPRB

Também criou e tem mantido atualizado o site da IPRB, onde divulga as principais notícias denominacionais, artigos do Jornal Aleluia, estudos bíblicos, fotos e informações gerais de interesse dos membros e da liderança, sendo também instrumento valioso na propagação da Igreja e seus princípios doutrinários.

Contribuição em mão dupla

É confortador saber da imensa contribuição do Aleluia para a denominação. Pensar que tudo isso teve seu efeito positivo: vidas foram edificadas, pessoas foram orientadas, preservou-se a linda história desse grupo heróico de renovação e até igrejas nasceram pelo influxo dessa literatura.

Mas a Editora não fez todo esse trabalho sozinha. Muitos irmãos compreenderam o papel que a palavra escrita desempenha e colaboraram escrevendo lições de EBD, artigos, manuais e livros. Funcionários, companheiros e pastores, na Editora, trabalharam com dedicação. A Diretoria Executiva da Igreja destinou verbas, igrejas locais e irmãos prestaram apoio financeiro. Houve aqueles que, nas horas de dificuldades, estenderam sua destra de companhia, ofereceram sugestões e, sobretudo, sustentaram com orações. A todos, o registro de reconhecimento e gratidão.

Refletindo sobre essas bênçãos, e avaliando tudo quanto se fez neste sentido, a Igreja deve render graças ao Senhor. Ele sabe quanto tudo isso custou em esforço, em lutas, em tempo e em amor pelo seu reino.

A Deus, toda honra e toda glória.

Joel R. Camargo
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Fonte: Jornal Aleluia de agosto de 2005

Complementação

17-dez-2005 – Joel R. Camargo, aposentando-se, desliga-se da direção da Junta de Publicações e da Editora Aleluia, a pedido.

17-dez-2005 – Pastor Rubens Paes é nomeado para a direção da Editora Aleluia e da Junta de Publicações, substituindo Joel R. Camargo.

2011 – A Editora passa a chamar-se Aleluia Empreendimentos Gráficos Ltda., após mudanças na estrutura administrativa.

 

 

Com objetivo de imprimir o Jornal Aleluia,
em 1978 fez-se a aquisição da primeira impressora. Dava-se início ao que viria
ser a Gráfica Aleluia

Em Cianorte, PR

Em 1978, Joel R. Camargo fora convidado para dirigir o Seminário da IPRB em Cianorte, PR. O Jornal Aleluia, que estava sendo redigido por ele em Arapongas e impresso em Londrina, foi transferido para essa cidade. Mas tinha de ser impresso em Maringá, PR, distante 67 quilômetros. Era muito trabalhoso, porque, além de longe, só começavam a compor o Aleluia depois que terminavam seu jornal local, por volta das 22 horas ou mais. O redator tinha de ficar ali, junto, fazendo as revisões e orientando a montagem das páginas e dos fotolitos.

A impressão do jornal terminava de madrugada. O dia já estava amanhecendo, quando retornava a Cianorte. Fez isso muitas e muitas vezes. Ia cansado, mas feliz porque levava no carro cheio mais uma edição do Jornal. Trabalhando sozinho, nos dias seguintes, teria de empacotar tudo, endereçar, colocar nos Correios e começar a preparar nova edição.

As primeiras máquinas

O alvo de fazer o melhor e com qualidade começava a ser barrado pelas dificuldades econômicas. A inflação galopante, o fato de só poder ser impresso em Maringá, à noite, e outras tantas dificuldades levaram a pensar na compra de máquinas para se produzir o jornal.

O primeiro equipamento foi uma compositora IBM, que a Igreja importou, e que chegaria em 5/6/78. Um imenso passo para uma igreja pequena. Embora permitisse compor o jornal, as dificuldades persistiam. A solução seria tentar imprimir o jornal.

Um dia, quando as portas pareciam estar todas fechadas, orando, Joel clamou ao Senhor por recursos. E o fez com tanta convicção que marcou na parte final de sua bíblia: Hoje pedi uma impressora ao Senhor. 19/set/78″.

Exatamente um mês depois, 19 de outubro, estava chegando a Cianorte, a primeira impressora. Um veículo da firma vendedora viera entregar as máquinas. No Seminário, duas pequenas salas foram destinadas para uso do Aleluia. Uma era a redação e, na outra, o equipamento fora instalado. Era tão pequeno que viera no porta-malas do carro: apenas uma impressora offset de mesa e uma gravadora de chapas. Mas isso encheu de alegria a todos.

E foi assim, com muito esforço e oração, que se produziu “em casa” a edição número 29 do Jornal Aleluia, com 16 páginas, em outubro de 1979. A vontade de vencer era tão grande que permitiu fazer, dali para frente, com equipamento tão sem recursos, tanta coisa, que hoje, folheando o Jornal da época, é difícil acreditar ter sido isso possível.

Retorno a Arapongas

Em 1980, o Aleluia deixou o Seminário e instalou-se no centro de Cianorte, fase em que outras máquinas foram adquiridas. Agora possuía uma guilhotina, uma gravadora de fotolitos. Nesse período já foi possível produzir as primeiras revistas para Escola Dominical.

Em 1981, voltou para Arapongas, PR, instalando-se num salão alugado, à rua Tricódomo, 238, fundos. Já havia um bom começo de gráfica. Além do que trouxera de Cianorte, nos anos seguintes fora agregando outros equipamentos, entre eles uma impressora com mais recursos. Em 1986, adquire seu primeiro computador com os primeiros programas. Já se podia dizer que a Igreja tinha uma gráfica, que viria a ser a base para a criação da Editora.

A Deus, toda honra e toda glória.
Joel R. Camargo
             


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Fonte: Jornal Aleluia de agosto de 2005

 

 

O primeiro número do Jornal Aleluia
fora editado em 1972, em Assis, SP

Lançado com objetivo de levar à Igreja
a mensagem renovadora do avivamento,
mais tarde tornou-se órgão oficial da IPRB

Nasce o Jornal

No final da década de 60, a renovação espiritual havia alcançado parte das igrejas presbiterianas no Brasil. Em Assis, SP, pastores da Igreja Presbiteriana Independente percebiam a grande necessidade de levar essa mensagem renovadora a toda a Igreja. Seus artigos e notícias, porém, não eram divulgados pelo órgão oficial de sua Igreja, que via o avivamento com reservas.

Os fundadores

Sem voz, os pastores Abel Amaral Camargo, Azor Etz Rodrigues, Nilton Tuller, de Assis, SP, e Palmiro Francisco de Andrade, de Arapongas, PR, resolveram fundar um jornal para divulgar o avivamento que estava ocorrendo em algumas igrejas. Assim, em janeiro de 1972 circulava a primeira edição do Jornal Aleluia.

Aleluia nº 2

Em julho de 1972, organizava-se a IPIR – Igreja Presbiteriana Independente Renovada. No mês de outubro de 72, fora editado, em Maringá, PR, o que viria a ser o Aleluia número 2. Seu objetivo era informar aos pastores e crentes, alcançados pelo avivamento, que a IPIR, havia sido organizada.

Pr. Nilton Tuller
editou também o Aleluia nº 2

Aleluia número 3

A regularidade de publicação do Aleluia começa a partir de fevereiro de 1974. Nessa época a IPIR já era uma realidade, com vários presbitérios organizados. Em Arapongas, PR, estava o Pr. Palmiro Francisco de Andrade, à frente da Igreja recém-organizada, do Seminário, o IBA, (Instituto Bíblico de Arapongas) e era presidente da IPIR.

O objetivo desse projeto era lançar uma publicação para amalgamar os grupos que vinham chegando, as novas adesões. O professor Joel R. Camargo fora convidado para redigir e dirigir esse jornal.

Surgiram os primeiros assinantes, o jornal expandiu-se. Às vezes chegavam cartas de lugares distantes e desconhecidos e as pessoas dizendo: “Conheci o Jornal Aleluia, gostei muito e quero saber como me tornar assinante.”

O Aleluia número 1 da IPRB

Em 1975, a IPIR uniu-se à ICP (Igreja Cristã Presbiteriana), nascendo a Igreja Presbiteriana Renovada do Brasil. As duas denominações tinham tudo em comum e resolveram tornar-se uma só Igreja, a IPRB. O Aleluia foi declarado seu órgão oficial. Em janeiro daquele ano saía o primeiro número, agora impresso em offset. A manchete anunciava: “Nasce a Igreja Presbiteriana Renovada.”

O número 300

Com persistência, após 33 anos de vida, em agosto de 2005, o Jornal Aleluia chega à significativa marca de 300 edições! Acompanhando bem de perto todos os passos da Igreja Presbiteriana Renovada, o jornal tornou-se-lhe um documento extraordinário, pois registrou seu pensamento e sua história desde o seu nascedouro. Na verdade, bem antes, pois surgiu quando ainda nem havia a Renovada. Documentou fatos durante a IPIR e vem servindo continuamente à IPRB.

A Deus, toda honra e toda glória
Joel R. Camargo

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Fontes: 1.Jornal Aleluia de agosto de 2005
2.Jornal Aleluia, fevereiro 2012. Os primeiros tempos do Jornal: a fundação da Gráfica

Complementação

17-dez-2005 – Joel R. Camargo, aposentando-se, desliga-se da direção da Junta de Publicações e da Editora Aleluia, a pedido.

17-dez-2005 – Pastor Rubens Paes é nomeado para a direção da Editora Aleluia e da Junta de Publicações, substituindo Joel R. Camargo.

2011 – A Editora passa a chamar-se Aleluia Empreendimentos Gráficos Ltda., após mudanças na estrutura administrativa.

2014 – Em outubro de 2014, o jornal chegou a 400 edições.

Jobel Cândido Venceslau – Setembro/2004

Pastor pioneiro da IPRB
Pioneiro da obra de renovação no Brasil
Jubilado em 2003

O pastor Jobel Cândido Venceslau é um dos pioneiros da obra de renovação eclodida na década de 60. Já quando estudante ao ministério, pregava intensamente o despertamento espiritual. Após sua ordenação como pastor, em 1967, assumiu a Igreja de Campo Mourão, PR. Em julho daquele ano aconteceram os primeiros batismos com o Espírito Santo.

A Igreja evangelizava e crescia na região. Mas, em 1968, surgem as primeiras oposições oficiais à obra de renovação. Ele, porém continuou na mesma linha e Deus foi abençoando seu campo, dando muitas conversões. Um dia, leu o texto de Ezequiel 37 para pregar, mas não conseguiu. O Espírito do Senhor tomou a igreja de tal forma que muitos foram batizados, outros renovados. Deus agia poderosamente. Eram anos de bênçãos. A igreja crescia.

É um prazer recordar a biografia desse varão valoroso, pai carinhoso, fiel chefe de família e pastor amado. O pastor Jobel, 64 anos, pastor em Assis, SP, está à frente da Congregação Presbiterial do Parque Universitário. Cadastrado no rol de pastores sob número 17, ocupou os mais diferentes cargos de liderança e já pastoreou grandes igrejas com vasta folha de trabalho em favor do reino de Deus.

Das reuniões de Diretoria da Igreja, ficaram algumas lembranças positivas sobre sua atuação. Prudente, conselheiro, sempre que havia um problema em discussão sua palavra era uma luz oportuna.

A santa mensagem do Evangelho adentrou a casa da família Venceslau em 1893, através do Major Antônio Brás Nogueira, no Município de Cianorte, PR. Nessa época Joaquim Cândido Venceslau e Cândida Silvério Venceslau (avós de Jobel) entregaram suas vidas a Cristo. A grande família Venceslau tem membros radicados em quase todas as Igrejas evangélicas nos Estados do Paraná e São Paulo e outros. Jobel nasceu aos 20 de novembro de 1940, em Santo Antônio da Platina, PR. Filho de José Cândido Venceslau (presbítero) e Izabel Domingues.

Formação

Sentindo-se vocacionado para o ministério, estudou no Instituto Bíblico João Calvino, em Arapongas, PR, de 1963 a 1965. Em janeiro de 1966, assumiu a Igreja de Campina da Lagoa, PR, como obreiro provisionado. Morava em Campo Mourão, PR, e dava assistência a um vasto campo de trabalho, incluindo São José de Pitanga, Nova Cantu, Ivaiporã, Goioerê e cidades vizinhas.

Em 14/01/1967 contraiu núpcias com Maria Macedo Venceslau, fiel companheira, ajudadora idônea e companheira de jugo. Desse casamento nasceram quatro filhos: Jobel Cândido Venceslau Junior, Jader Macedo Venceslau, Jabner Macedo Venceslau e Jaqueline Macedo Venceslau.

A ordenação ao pastorado ocorreu no dia 07/05/ 1967, pelo Presbitério do Oeste do Paraná, da IPI, em Umuarama, PR., sob a bênção do Pr. Ner de Moura, nosso querido patriarca.

Pastorado

Quando pastor em Campo Mourão, PR, Deus abençoou muito o seu ministério e começou um grande avivamento na cidade e região, no meio presbiteriano, culminando com o surgimento da Igreja Presbiteriana Independente Renovada, a IPIR. Em 1973, transferiu-se para Osasco, SP., ficando até dezembro de 1978. Nessa fase, comprou uma área e construiu o templo da primeira igreja, em localização privilegiada. Osasco cresceu, muitos outros trabalhos foram abertos por seu intermédio e que hoje são florescentes igrejas e até Presbitérios.

Seu ministério em Goiânia e Brasília, na IPR de Cruzeiro, foi igualmente muito abençoado. A Igreja cresceu e abriu muitos trabalhos na região da capital. Seu segundo período em Brasília foi igualmente próspero. Quando precisou deixar a Igreja, por estar bastante enfermo, seu rol tinha aproximadamente 1.500 membros. Assumiu um trabalho menor, onde pôde ficar apenas 100 dias. Para um período de licença, mudou-se para Assis, SP, sendo membro, com toda a família na IPR Central. Em 2002, já recuperado, assumiu a Congregação de Vila Rodrigues, no Parque Universitário, hoje uma próspera Congregação Presbiterial.

Liderança

Ao longo de seus 37 anos de ministério, foi presidente de Presbitério por mais de uma dezena de vezes. Foi membro da Diretoria Executiva Nacional como secretário, secretário executivo e vice-presidente por vários anos, lutou pela causa do Mestre ao lado do Pastor Abel A. Camargo e Pr. Dr. Jamil Josepetti, sempre dando sua assessoria nos momentos cruciais da vida da igreja.

Os filhos

Jobel Cândido Venceslau Júnior – Presbítero IPR Central de Assis, Professor da EBD, Corretor de Seguros, Mestrando em Administração e Bacharel em Direito. Sua esposa Elaine de Souza Venceslau é vice-presidente das senhoras e pedagoga. Seus filhos: Gabriel, 11 anos, é vocal e baterista dos adolescentes; Isabela, 09 anos, e Rafaela, 07 anos, são coreógrafas.

Jader Macedo Venceslau – Administrador de Empresas, tecladista do Ministério de Louvor da IPR Central de Assis. Sua esposa Roberta de Souza Barreiros Venceslau é pedagoga. Seus filhos: Renata, 03 anos, e Julia, 10 meses.

Jabner Macedo Venceslau – Formado em Ciência da Computação com estágio na Espanha e na Inglaterra, tecladista, membro da IPR Central, solteiro.

Jaqueline Macedo Venceslau – Cursando Publicidade e Propaganda, tecladista, coreógrafa, membro da IPR do Parque Universitário, solteira.

Destaques

O pastor Jobel participou da reunião do “Sítio Marília”, em Londrina, em 05/07/1968, evento que foi o marco inicial do avivamento no Paraná. Nessa reunião, entre outros, o pastor Palmiro de Andrade, que era presidente de um Sínodo e tinha restrições ao avivamento, fora batizado com o Espírito Santo e, a partir daí, reviu suas posições. O preletor fora o pastor presbiteriano, Rev. Antonio Elias. Conta o pastor Jobel que um dos líderes da IPB, indignado, teria perguntado, numa reunião, se o Rev. Antonio Elias era ou não pentecostal. Houve um momento de silêncio e o Rev. Boanerges Ribeiro respondeu: “Olha, se o Elias é pentecostal eu não sei, mas onde ele passa o povo todo fica pentecostal.”

Publicações

O pastor Jobel sempre foi um leitor ardoroso. Estava sempre com um livro à mão, falando de seu conteúdo ou mesmo revendendo-o. Colaborou bastante com a Editora Aleluia, escrevendo várias lições para EBD. E foi dele o primeiro livro publicado pelo Aleluia. Era um opúsculo contra o aborto, chamado “Aborto, o maior pecado do século” (1985).
Depois, publicou Quem é Jesus, 1997,
e O Cristo que Conheci, 2003.

………….

Fontes:

Texto de Joel R. Camargo publicado no Jornal Aleluia de setembro
de 2004, pp. 8 e 9.

Além de entrevista com o Pr. Jobel, e de texto redigido por Jobel Cândido Venceslau Junior, especialmente para esta edição, o autor serviu-se de informações do Jornal Aleluia 47, de outubro de 1982.

“Pr. Jobel C. Venceslau, um dos fundadores da IPIR e IPR, conta como foi levado à renovação pelo Pr. Enéas Tognini”. Entrevista ao Jornal Aleluia de maio de 2014, edição 395, páginas 10 e 11.

Complementos

1 – Título de Pastor Pioneiro

O Presbitério de Assis, reunido no templo da IPR de Paraguaçu Paulista, SP, no dia 19/11/2005, teve o prazer de passar às mãos de um de seus membros, o estimado Pastor Jobel Cândido Venceslau, o Titulo de Pastor Pioneiro. Este título foi oferecido pela Diretoria Executiva da IPRB, como parte das comemorações dos 30 anos da denominação, aos pastores que estiveram presentes na fundação da Igreja Presbiteriana Renovada do Brasil, em 08/01/1975.

O título foi entregue ao Pastor Jobel Cândido Venceslau pelo Pastor Darci da Silva Lima, da IPR de Marília – SP. No momento da entrega do título, o Pastor Elton Nogueira de Almeida (Presidente do Presbitério de Assis), traduziu em palavras a satisfação de todos por estar compartilhando deste momento, e por contar com a ajuda do Pastor Jobel Cândido Venceslau como companheiro de ministério, elogiando sua conduta e firmeza durante estes 30 anos em que esteve lutando em prol desta obra de renovação. Em seguida fez uma oração, agradecendo ao Senhor Jesus, pela vida do nobre colega.

2 – Jubilação

A jubilação do Pr. Jobel Cândido Venceslau fora aprovada pela Diretoria Administrativa em dezembro de 2013. Fonte: Jornal Aleluia de fevereiro de 2014.

Francisco Araújo Barretos Neto – Janeiro de 2010

Pastor da IPRB desde 1993. Em 2000 integrou-se
à equipe da Editora Aleluia, onde atuou
como redator de 2000 a 2008

Francisco Araújo Barretos Neto fora pastor da IPRB de 16 de dezembro de 1993 até 25 de janeiro de 2010, quando faleceu em Rondonópolis, MT, onde residiam seus familiares.

Nasceu aos 15 de junho de 1963.
Fora recebido como pastor em 16 de dezembro de 1993 e ordenado em 27 de fevereiro de 1999. Detentor do prontuário número 713.

Pastoreou as igrejas de Jaciara e Alto Araguaia, em Mato
Grosso, e de Pati do Alferes, no Estado do Rio de Janeiro.

Em 01 de dezembro de 2000 veio do Rio de Janeiro para Arapongas, PR, onde se integrou à equipe da Editora Aleluia, e atuou, durante sete anos, como redator do Jornal Aleluia, órgão oficial da Igreja Presbiteriana Renovada do Brasil.

Em 2008, desligou-se por motivo de enfermidade.

Formação

Cursou Ciências Contábeis.

Formado em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Sul
do Brasil, no Rio de Janeiro.

Fez Especialização em Psicologia Pastoral e em Educação Religiosa.

Mestrado em Teologia no Seminário Teológico Batista do Sul
do Brasil, no Rio de Janeiro.

Enquanto trabalhava no Jornal Aleluia, formou-se em Comunicação
Social (Jornalismo) pela UNOPAR, Londrina, PR – 21/01/2007.

Mensagem

à família do Pastor Francisco

Embora distante de vocês, o mesmo sentimento de perda de um companheiro, de um amigo e de um irmão me envolve neste momento.

DE COMPANHEIRO, porque tive o privilégio de descobrir o Pr. Francisco quando ainda trabalhava em Pati do Alferes, no Estado do Rio, e convidá-lo para vir integrar-se à equipe da Editora Aleluia, o que aconteceu no final do ano 2000.

Assentamos juntos, à mesa de trabalho, durante anos. Percebi que ele queria crescer. Então, conseguimos os recursos para que cursasse Jornalismo. Durante quatro anos ele fez a jornada Arapongas-Londrina e eu via que o fazia com alegria. Ele cresceu na profissão. Serviu à Igreja. Produziu reportagens fotográficas e bons textos, tanto para o Jornal como para a Revista de Escola Dominical.

DE AMIGO, porque estava sempre pronto para o trabalho. Convocado, nunca deixava de atuar com interesse. Simples em seus costumes, morava sozinho num apartamento no próprio prédio da Gráfica, e sabíamos que sua presença ali era como a de um guardião para aquele patrimônio.

DE IRMÃO, porque era um homem de fé, conhecedor da Palavra, pregador e assíduo aos trabalhos da Igreja.

Deixei a direção da Editora, mas ele continuou lá, ao lado do Pr. Rubens Paes. Nos últimos anos, percebíamos que sua capacidade parecia declinar, estava meio esquecido, mais lento, mas nem de longe imaginávamos que um moço assim tão forte poderia estar sendo assediado por um mal tão terrível.

Um dia, soubemos de um acidente de carro, que ele parecia querer esconder. Depois, alguém nos informou sobre um desmaio, durante um culto, que ele disse que não era nada. Fatos assim estranhos se sucederam. Até que ele mesmo percebeu o aparecimento de dificuldades visuais.

Mas o especialista constatou que seus olhos estavam perfeitos. E recomendou exames mais profundos os quais revelaram a presença de um mal contra o qual ele lutou bravamente. Várias cirurgias, tratamentos, melhoras, pioras…

Enfim, chegou o momento em que a trombeta soou. Era a hora de atravessar o rio. E ele ouviu a voz de seu Senhor chamando-o: “Francisco, chega de sofrer… Você foi um servo bom e fiel. Venha aqui. Venha morar comigo.”

Impossibilitado de estar presente, como seria meu desejo, transmito minhas condolências à família.

E que o bálsamo dos céus console os corações.

A memória do justo é eterna.

Joel R. Camargo
Ex-Diretor da Editora Aleluia

Arapongas, 25 de janeiro de 2010

Anairton de Souza Pereira – Dezembro/2004

Pastor pioneiro da IPRB
e membro da Diretoria Executiva.
Pastor da IPR de Cruzeiro, SP, desde a sua organização.

Temos o prazer de apresentar o pastor provavelmente
com o mais longo pastorado local numa igreja da Renovada. O pastor Anairton, 50 anos, é um dos pioneiros da obra
de renovação e com larga folha de trabalhos realizados.
Sempre primou pela linha doutrinária que abraçou
desde o princípio da Igreja. Fez uso e valorizou
o exercício dos dons espirituais.

Conversão

Nascido num lar evangélico, fez sua pública profissão de fé na Igreja Presbiteriana de Conceição de Ipanema. Foi nessa igreja que começou a ter oportunidade para pregar e onde recebeu seu chamado para o ministério.

Anairton nasceu em Conceição de Ipanema, MG, em 1º de agosto de 1953. Filho de Delarvino de Souza Pereira e Zédina de Souza Pereira. Casou-se em 20/01/1979, com Eunice Hernandes e tem três filhos: Damares (casada com Rosivaldo), Jether (casado com Zaíne) e Denise. E um neto: Gabriel, com três anos.

Avivamento

Como tinha muita simpatia pelo avivamento, costumava frequentar a Igreja Batista Renovada. Em 1.973, ingressou na Igreja Cristã Presbiteriana. E participou de um Encontro de Avivamento em Cianorte, no Paraná, onde Deus falou ao seu coração, confirmando seu chamado para o ministério, e de onde saiu muito abençoado com as várias palavras proféticas que recebera.

Em 1.973, ingressou na Igreja Cristã Presbiteriana de Vila das Mercês, no Ipiranga, São Paulo e foi batizado pelo pastor Joed Lamônica Crespo, em São Caetano do Sul. Recebeu nessa ocasião o batismo com o Espírito Santo e, logo em seguida, os dons espirituais, os quais têm sido uma bênção em sua vida e na Igreja.

Cursou, a partir de 1974, o Seminário Pentecostal do Avivamento Bíblico, em São Paulo, hoje da Igreja Evangélica Assembleia de Deus.

Ingresso na IPR

Com a união da ICP e IPIR, em 1.975, filiou-se à Igreja Presbiteriana Renovada de Osasco, SP. Em outubro assumiu a Congregação no Jardim Mutinga, recebendo-a com 16 membros, deixando-a, em 1976, com 38 e um terreno onde hoje está o templo da Igreja.

Participou da Assembleia Geral de janeiro de 1.977, em Belo Horizonte, onde foi examinado e recebido como pastor evangelista. E fora designado para assumir o pastorado da IPR de Cruzeiro, SP, no dia 27 de janeiro de 1.977. Na época, era presidente do Presbitério da Grande São Paulo o pastor Jobel Cândido Venceslau. No ano seguinte, no dia 4 de março, fora ordenado pastor, recebendo o número 162 no prontuário da IPRB.

Em janeiro de 2.005, completa 28 anos de pastorado à frente da IPR de Cruzeiro.

Um Presbitério

Partindo de Cruzeiro, o trabalho se estendeu por toda a região. Como consequência, foi organizado, em 12 de dezembro de 1.986, o Presbitério do Vale do Paraíba, que é formado por Igrejas e congregações estabelecidas em 20 municípios, abrangendo o Vale do Paraíba, Sul de Minas Gerais e Oeste Fluminense. A formação desse Presbitério contou diretamente com a liderança espiritual e administrativa do Pr. Anairton.

O Pr. Anairton está à frente do Presbitério do Vale do Paraíba desde sua fundação, com exceção do ano de 1.984, ano em que ficou fora da Diretoria.

Gosta de trabalhar com o Presbitério do Vale do Paraíba por se tratar de um grupo muito unido, que tem procurado preservar os princípios que a igreja abraçou desde os começos, afirma.

Nos Encontros

O Pr. Anairton tem sido insistentemente convidado para pregar em Encontros de Avivamento e em campanhas de despertamento. Em Cruzeiro já realizou 20 Encontros, eventos que têm trazido crescimento para todos.

Na Diretoria da IPRB

Em janeiro de 1.989, foi eleito vice-presidente da Igreja Presbiteriana Renovada do Brasil e exerceu esse cargo por seis anos. Depois fora Segundo Tesoureiro por três anos. Afirma que foi gratificante trabalhar, entre outros companheiros, ao lado do Dr. Jamil Josepetti, que deixou marcas de um grande líder, excelente administrador e amigo fiel.

A IPR de Cruzeiro

Cruzeiro foi uma das primeiras cidades alcançadas pelo avivamento Espiritual, já na década de 60, sob liderança do pastor Altair Monteiro. O pastor Anairton assume a Igreja em 1977. Era um salão alugado na Vila Batista. Depois foi alugado um maior no centro da cidade, na rua Coronel Castro, 623. Em 26/01/1975 foi organizada como Igreja. Em 1976 já se reunia no templo próprio, à rua Eng. Penido, 19. Atualmente, está se reunindo no novo templo, na rua Othon Barcelos, 19. Sua EBD (Escola Dominical) está com 156 alunos e a Igreja com 341 membros.
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Fonte:
Texto de JRC, redigido em 2009.
Servimo-nos de informações recentes da Profª. Eunice Hernandes Pereira e de dados
do Jornal Aleluia de maio/1986, fev./1999, julho/2001 e dezembro/2003

Atualizações

Eleito segundo tesoureiro da Diretoria Executiva da IPRB,
em dezembro de 2012, pela XVIII Assembleia Geral, realizada
em Poços de Caldas,MG, para o triênio 2013/2015

Em dezembro de 2015 fora reeleito segundo tesoureiro
da Diretoria Executiva da IPRB pela XIX Assembleia Geral realizada
em Poços de Caldas, MG, para o triênio 2016/2018

Advanir Alves Ferreira – Fevereiro de 2001

Pastor da IPRB desde 1985
Terceiro presidente da IPRB
Pastor da 10ª IPR de Maringá

Advanir Alves Ferreira é pastor da IPRB desde 17/08/1985,
quando fora recebido pelo Presbitério de Maringá.
Ordenado em 31/12/1988 e detentor é do prontuário 381.

Natural de Londrina, PR, onde nasceu

no dia 1º de dezembro de 1956.
Casado com Jucieni Aguiar Ferreira e tem dois filhos.

Formação

Formado em Economia pela Universidade de Maringá.

Foi professor nessa mesma Universidade, lecionando
Introdução à Economia.

Atuou na área administrativa como Secretário
da Administração municipal em Maringá, PR, por quatro anos.

Cursou Teologia na EETAD, 1980/1983.

Em 2008, concluiu o doutorado em Liderança
e Administração Cristã, pela Faculdade Teológica Sul Americana.

Atuação na IPRB

Exerceu o cargo de primeiro secretário da IPRB

Ex-professor do Seminário Presbiteriano Renovado de Cianorte

Presidente do Presbitério de Maringá

Presidente da IPRB desde 2001 eleito pela XIV Assembleia Geral
realizada em Anápolis, Goiás, em janeiro de 2001.

Reeleito em dezembro de 2003 pela XV Assembleia Geral
realizada em Sumaré, SP, para o triênio 2004/2006

Reeleito em dezembro de 2006 pela XVI Assembleia Geral realizada em Luziânia, GO, para o triênio 2007/2007

Reeleito em dezembro de 2009 pela XVII Assembleia Geral realizada em Poços de Caldas, MG, para o triênio 2010/2012

Reeleito presidente da IPRB em dezembro de 2012 pela XVIII Assembleia Geral realizada em Poços de Caldas, MG, para o triênio 2013/2015

Reeleito presidente da IPRB em dezembro de 2015 pela XIX Assembleia Geral realizada em Poços de Caldas, MG, para o triênio 2016/2018.

Adolfo Neves – Outubro/2004

Pastor pioneiro da IPRB chamado carinhosamente
de “batizador”, por ter realizado o primeiro batismo
por imersão, ainda ao tempo da IPIR

O pastor Adolfo Neves vivenciou os dias iniciais da Renovada. Concluído o Seminário, em 1971 assumiu o campo de Presidente Venceslau, SP, e, no ano seguinte, o de Pirapozinho, SP.

Nesse tempo, várias igrejas do interior do Estado de São Paulo, Paraná, Minas e Goiás estavam sendo alcançadas pelo avivamento. Ele também experimentara essa bênção que, por um lado era de alegria, por outro de dificuldades.

Alegria porque via pessoas sendo batizadas com o Espírito Santo e se dedicando ao evangelismo como nunca o fizeram anteriormente; de alegria porque o amor ao evangelho se despertara profundamente em muitas vidas; de alegria porque o povo se voltava para Bíblia com sede e para a vida de oração com muita fé. Mas de tristeza por causa das lutas eclesiásticas que essa posição suscitou.

Havia em Pirapozinho um grupo de irmãos vivenciando essa experiência e estavam interessados em dar continuidade ao trabalho. Para isso fora alugado um salão na Rua Florisvaldo Ribeiro Bessa, 1209.

O primeiro culto ocorreu no dia 28 de maio de 1972, com a presença de 62 pessoas. A Igreja fora organizada mais tarde, em 6 de agosto de 1972, estando entre as primeiras a se definir como Igreja Presbiteriana Independente Renovada, a IPIR. A reunião de organização se deu na casa do presbítero Jacyr Cardoso Garcia.

Um marco histórico é que o primeiro batismo nas águas na IPIR foi realizado por essa Igreja, no dia 17/09/1972, no sítio de Altino R. Santana, no distrito de Tarabay, com direito a banda de música. Foi oficiante o Pr. Adolfo Neves, estando presentes os pastores Palmiro de Andrade e Celsino Marques de Azevedo.

Pela sua bravura e força espiritual, convém relembrar os nomes dos primeiros oficiais, eleitos na data de organização: diáconos: Nehemias Francisco Lagos, Altair Rodrigues Menezes, Alfredo Frebonio dos Santos, Ivanice Bessa Oliveira, Ivanilda Bessa Evangelista do Lago e Nair Lourdes Garcia; e presbíteros Jacyr Cardoso Garcia, Djalma Barbosa Oliveira e Geraldo Soares de Oliveira, tendo o pastor Adolfo Neves como presidente do Conselho.

Além de Pirapozinho e Cândido Mota, pastoreou, no Paraná: Goioerê (nessa ocasião fez uma viagem missionária a Foz do Iguaçu e lá foi realizada a primeira Escola Bíblica Dominical na casa de Dorival Francisco da Silva, na época funcionário da Itaipu, hoje pastor da IPR em Rondônia), Ubiratã, Campina da Lagoa, Toledo, Assis Chateaubriand, Aldeia Feliz, Marechal Cândido Rondon e suas congregações. No Mato Grosso, pastoreou a Igreja de Sinop.

Missionário

Por um período esteve ajudando numa casa de recuperação em Curitiba, PR, marcado por gloriosas experiências. Depois de trabalhar em mais de 35 cidades, em três Estados; depois de construir ou reformar mais de vinte imóveis; depois de ganhar, pela graça de Deus, um número considerável de vidas para Jesus, das quais mais de dez são pastores, fora enviado, pela MISPA, para o Estado do Amapá, onde desembarcou em 04/02/1994.

Sua incumbência era a de fundar o trabalho Renovado na cidade de Macapá, e dar assistência aos campos missionários daquele Estado. No Estado havia quatro trabalhos, fundados pelo Pr. Márcio Lemes e Soeli e Ronaldo Gazoni. Atuou nesse campo até 1999. Atualmente está à frente do trabalho o presb. Euclides Augusto Palheta Pires e conta com 38 membros e 52 alunos na EBD.

Formação

Adolfo Neves é membro da grande família dos Neves, de Palmital, na região central do Paraná. Filho de Vitório de Paula Neves e de Dulvina Vidal, nasceu aos 23/11/1946, em Linha Nova, sendo registrado em Pitanga. PR. É o filho mais velho entre os 11 irmãos.

Desde a infância fora ensinado nos preceitos da Palavra de Deus. Sua conversão se deu no dia 31 de dezembro de 1967, quando Deus permitiu que um incêndio destruísse tudo que haviam construído até então. Sua casa, com todos os móveis e pertences, tudo se queimou e a família chegou a precisar de doação até de roupas.

Adolfo, que já se sentia chamado para o ministério, começou a pensar seriamente na transitoriedade da vida. Em 1968 matriculava-se no Instituto Bíblico de Cianorte, onde fez seu preparo para o ministério.

Família

Foi no Seminário que conheceu Isabel Cristina. Casaram-se em 1971. Souberam que não poderiam ter filhos, porém o Senhor operou um milagre em suas vidas e lhes deu três varões: Jônatas, Israel e Paulo César, que hoje é pastor auxiliar em Faxinal, PR. Há também a Natasha que é a alegria dos avós.

Conclusão

Atualmente pastoreia a IPR de Guarapuava, PR. Deus tem dado um novo rumo ao seu ministério, acatando a visão celular como princípio bíblico que tem por objetivo proporcionar à igreja não só um crescimento numérico, mas principalmente um crescimento do Corpo de Cristo e da expansão do Reino do Senhor sobre a terra.

Texto de Joel Ribeiro de Camargo

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Fontes:

1 – Jornal Aleluia de outubro de 2004, páginas 6 e 7.

2 – Além de texto recente, fornecido pela família, servimo-nos
do Jornal Aleluia de setembro de 1986, p. 7 (biografia),
do Jornal Aleluia de novembro de 1997, p. 16 (sobre Pirapozinho)
e do Jornal Aleluia de dezembro de 1994, p. 12 (sobre Macapá).