Desafios de um novo tempo – Maio/2006

Chegou o momento de a IPRB
dar continuidade em cumprir
o propósito de Deus em sua vocação
histórica na conquista
do Brasil
Deuteronômio 1: 10-11

Esta meditação originou-se do sermão que preguei no 36° Encontro de Avivamento e Missões da IPRB, em Cianorte – 08/04/2004. Refletindo sobre a realidade do mundo atual e dos desafios que esperam a igreja neste novo milênio, cheguei a algumas conclusões que compartilho com os leitores.

Hoje vivemos na pós-modernidade. São dias de mudanças e de multiplicação da ciência, da quebra de tabus e do controle remoto, dos celulares, do computador e da internet on-line. Vivemos em um mundo de plástico, onde tudo é descartável. É também neste tempo de valores passageiros que as pessoas na sociedade se tornam desprezíveis e desvalorizadas.

A Igreja é desafiada a fazer a diferença. É neste mundo de desesperança e perdição que Deus tem desafiado a igreja a trazer um tempo novo de salvação e avivamento. Um tempo que deve ser de grandes desafios e realizações; de conquistar novos territórios e ampliar a visão ministerial; de vitórias e de expansão do Reino de Deus.

Percebo que a Igreja Presbiteriana Renovada está convocada para os desafios deste novo tempo: 1) esta convocação tem ressoado no coração de muitos, e gostaria muito que ressoasse no seu também; 2) Este desafio nos tem mobilizado e feito aflorar em nós a capacidade de executar com dedicação e resultados a obra que Deus nos confiou.

Assim sendo, podemos considerar
algumas afirmações importantes:

1. Apesar dos desafios do presente século, Deus tem uma grande colheita de almas a entregar a quantos crêem que podem, por graça, realizar um ministério frutífero.

2. O crescimento da IPRB, a multiplicação de suas fileiras e a participação mais efetiva na expansão do Reino de Deus, o cumprimento do IDE de Jesus mediante a evangelização sistemática através das células, grupos familiares ou pequenos grupos é apenas uma questão de tempo.

3. Chegou o momento de a IPRB dar continuidade em cumprir o propósito de Deus em sua vocação histórica na conquista do Brasil.

Moisés liberou uma palavra profética a uma a geração de pessoas que iria conquistar Canaã, Dt 1: 11. Afirmo, em convicção muito forte e baseado na atualidade da Bíblia: 1) esta é uma palavra atualizada de Deus para a IPRB, e para quantos se apoderarem dela para sua vida e ministério; 2) O alvo de Deus para nós é superar os desafios da pós-modernidade e expandir o Reino de Deus.

Visando ampliar nossa visão e ajudar-nos na superação dos desafios dos dias em que vivemos, ofereço algumas sugestões:

Observe o ministério de Jesus

Jesus é o melhor referencial para o novo tempo porque foi vanguarda em seu tempo e superou os desafios de seus dias. Hoje, todos buscam um referencial ou modelo para sua vida, ministério e para a Igreja. Todos buscam se espelhar em alguém ou em algum método. Convido o leitor a se espelhar em Jesus, sua forma de viver e de conduzir sua vida. Então vejamos:

Sua relação com o Pai. Esta relação foi responsável pelo sucesso de todo projeto na vida de Jesus. O caminho do sucesso da igreja hoje esta em valorizar a relação com Deus: na vida de comunhão, consagração, adoração e principalmente em uma vida de santidade. Não há conquistas sem Deus. Jesus prezou a comunhão, buscando Deus para a sua vida. A verdadeira espiritualidade não está em meios ou métodos, que podem, de forma secundária, oferecer uma excelente ajuda. Mas a base do sucesso espiritual é a comunhão e vida com Deus, Mt 14: 23; Lc 6: 12. Jesus valorizou o que vinha do Pai para sua vida.

Sua relação com o Espírito Santo. Quem fez a diferença na vida e no ministério de Jesus foi o Espírito Santo. Ele guiou, operou e realizou as obras do Pai na vida de Jesus. Para vencer os desafios do tempo presente, valorize a unção dele em sua vida. Seja um homem espiritual. A unção do Espírito Santo capacitou Jesus a cumprir todo o projeto de Deus para sua vida, At 10: 30. Não há possibilidade de realizarmos a obra do ministério com êxito sem o poder e a unção do Espírito Santo.

Observe sua relação com os homens

O alvo de Deus sempre foi os homens. Jesus entendeu isto e exerceu seu ministério buscando homens para a salvação, treinou um grupo com direcionamento especifico de dar continuidade à obra por ele iniciada.

Jesus treinou pessoas. Homens necessitam de acompanhamento, atenção e valorização para que possam dar os frutos que Deus espera. No discipulado, podemos oferecer treinamento, acompanhamento e aconselhamento, para gerarmos homens devotados a Deus e que dêem prosseguimento ao mesmo ministério de Jesus.

Jesus se identificava com as pessoas. As necessidades das pessoas falavam ao seu coração e Ele supria e ajudava a todos que o buscavam. A igreja deve desenvolver um ministério integral que atenda o homem como todo: o espiritual, o emocional e o material, Mc 8: 2.

Jesus tinha a resposta para as pessoas. A isso podemos chamar de Ministério da provisão. É sair na frente. É ter o que o outro precisa. Se quisermos não receber de outros, temos de ter a revelação de Deus para o presente e pagar o preço. Caso contrário devemos ter a humildade de aprender e receber o que Deus tem distribuído através de tantos nestes dias, Mt 14: 19.

Conscientize-se da vocação da Igreja

A cada geração Deus confia a realização da obra a um grupo que compõe o corpo de Cristo na face da terra. Como este grupo dos dias atuais não podemos nos escusar, pois temos de ser resposta para nosso tempo. Somos parte do projeto de Deus nesta geração. Conscientizar as pessoas e integrá-las ao mover de Deus para hoje se faz necessário, se quisermos cumprir com resultados o nosso chamado para este tempo novo.

Somos parte da geração com a visão de conquistar o Brasil. Temos de estar abertos ao que Deus está fazendo hoje. Os patriarcas, os profetas, os apóstolos, cada qual teve o seu tempo e realizaram com êxito o ministério por Deus a eles confiado. Chegou o nosso tempo e agora a nossa vez de cumprir este mesmo chamado.

Somos a igreja de hoje. Devemos exercer o mesmo ministério de Jesus, com a visão de Deus para os dias atuais: valorizar o Pai, caminhar na unção do Espírito, ganhando, consolidando, treinando e enviando pessoas a conquistar outros, visando ao crescimento do Reino de Deus e à expansão da Igreja.

Exerça o ministério voltado a um novo tempo

Quando estamos do lado de fora de um projeto de qualquer natureza, podemos ter duas atitudes: se gostarmos, aplaudimos e, se não gostarmos, vaiamos. Quando porém fazemos parte, nos sentimos responsáveis tanto pelos acertos quanto pelos erros. E, diante do que Deus está fazendo, tanto podemos ficar de fora ou fazer parte, depende de nossa posição. O que vemos nos dias atuais é que:

Se Deus tem dado um ministério de multiplicação,
então que devemos crer.

Se crermos que Deus tem liberado uma Palavra profética a esta geração, então devemos, como parte do corpo de Cristo, recebê-la, Dt 1: 11.

Se Deus tem levantado um exército de valentes conquistadores, então devemos nos envolver.

Deus deu à IPRB uma grande experiência – o avivamento; Ele provou que podemos – nos equipou com dons e com a unção do Espírito Santo; Deus nos deu uma visão de conquista e multiplicação – Devemos aceitar o desafio e cumprir o propósito de Deus. “Ninguém pode impedir um homem determinado a cumprir o propósito de Deus”. Então: seja você este homem.

Diante do exposto:

Não abra mão de seu território.
Temos conquistado e não podemos voltar atrás.

Confirme o que você tem semeado. A colheita virá em breve.

Mantenha limpo o céu de sua vida. A santidade é meio eficaz para vencer.

Continue declarando que os desafios serão superados, pois é chegado o templo da colheita e da multiplicação.

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Fonte: Jornal Aleluia de maio de 2004

Desafio ministerial da atualidade – Fevereiro/2003

Como homens e mulheres
de Deus desta geração, estamos
perante o desafio de levarmos
a igreja a uma realidade que faça frente
à atual forma de vivência humana
e social

Como ministros e líderes cristãos deste tempo de possibilidades e de desafios ministeriais, somos levados a nos conscientizar de que vivemos uma época de uma revolução de conceitos e valores, de mudanças abrangentes e profundas tais que ainda não tomamos ampla consciência de sua exata a dimensão.

Cabe-nos velar para que, no cenário de uma globalização crescente, as conquistas da igreja não se restrinjam a simples questão de ser apenas mais uma organização religiosa. E sim um organismo vivo que gere transformações profundas e intensas na evolução da nossa sociedade.

A chamada globalização tem-nos deixado em um mundo sem fronteiras, todavia a dolorosa verdade é que, junto com as fronteiras das nações, caem os principais valores éticos, morais e espirituais que foram estabelecidos por Deus para reger a vida do homem na face da terra.

Considero que, quanto mais o homem se fechar no seu indiferentismo e no individualismo do seu mundo de solidão, mais ele se descobrirá carente e necessitado do conhecimento de Deus e da salvação pela graça em Jesus Cristo.

Os fatos que se apresentam têm condenado homens e mulheres a viver em uma sociedade cada vez mais individualizada, quase intransponível. Porém cada vez mais necessitados da revelação do amor de Deus que sempre será a resposta para os mais profundos anseios humanos.

Perante este novo quadro de fenômenos como a globalização, sobretudo a que é imposta aos menos favorecidos e carentes, que sofrem sem uma verdadeira opção ou orientação que norteie suas vidas perante essa nova realidade, a pergunta que fica para os futuros ministros do evangelho é: como a igreja se comportará? Que tipo de ministério deverá ser exercido?

São dúvidas que nos desafiam a sermos criteriosos e nos tornarmos em obreiros de maior valor e que busquem o resgate do homem da era digital.

A graça de Deus, que é a solução para a humanidade, e sobretudo a salvação, terá de se revelar pela dedicação de homens e mulheres valorosos que tenham o propósito de combater forças escravizadoras, inimigos que não se podem ver, mas que criam crises e instabilidade na família e em comunidades inteiras.

O valor do ministro

O valor de um homem de Deus é dimensionado não apenas pelo seu discurso, mas principalmente por sua espiritualidade e aplicação dos princípios de Deus em sua própria vida. Nós vivemos em dias de profundas transformações e as necessidades humanas se tornam ainda mais prementes diante dos falsos ensinos, do materialismo, do consumismo desenfreado, da exploração pelos poderosos, da falsa segurança representada por uma vivência de pura aparência e, sobretudo, por uma religiosidade formal.

A igreja é desafiada frente ao descompromisso e o esfriamento da fé e do amor como cumprimento do tempo do fim. Faz-se necessário um comprometimento ainda maior, uma dedicação ainda mais sacrificial. É preciso ser destemido e fazer cumprir a chamada ministerial perante tamanhos desafios.

Uma experiência passada, por mais válida que tenha sido, por mais consistente que tenha parecido, por si só não será suficiente perante tão grande desafio da modernidade.

Para avançar e manter-se na vocação de Deus, é necessário que sejamos homens e mulheres de visão, de compromisso com a verdade e de percepção espiritual na atuação ministerial, neste cenário de mutações constantes, sob pena de se tornar evasivo o nosso ministério.

Em muitos casos serão dispensáveis a liturgia e os rituais. O que é imprescindível é a consistência dos princípios de fidelidade a Deus e ao ministério. Como bem expressou o apóstolo Paulo em Colossenses 4:17: “Cuida do ministério que recebestes do Senhor, para o cumprires”.

Como ministros devemos ser arautos e precursores de uma realidade, onde se valorizem os princípios e não os ritos. O ministério deve ser cumprido com entusiasmo, fé e amor ao chamado. Devemos fazer com que a salvação e a Justiça de Deus se estabeleçam tanto nos palácios dos mais abastados quanto nas choupanas dos desafortunados.

Que possamos entender que para cuidar do essencial é preciso muitas vezes despir-se do secundário. Para se fortalecer é necessário despojar-se do que seja apenas acessório, do que seja somente rito ou liturgia religiosa, porém jamais dos princípios fundamentais que norteiam a fé cristã.

Como igreja devemos escancarar as portas do Reino dos Céus a esta geração, levando aos lares, às ruas e praças a verdadeira mensagem da redenção. Um ministério direcionado a gerar transformação de vidas e não apenas mudanças ocasionais.

Afinal, como vaticinou o apóstolo em Romanos 1: 16: “Porque não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê”.

As múltiplas abrangências
de nosso ministério

01) Vivemos em tempos de uma revolução de conceitos e valores, de mudanças abrangentes e profundas tais que ainda não tomamos ampla consciência de sua exata a dimensão.

02) Diante disso, não se restrinja a ser apenas mais uma organização religiosa. Faça de sua Igreja um organismo vivo que gere transformações profundas e intensas na evolução da nossa sociedade.

03) O quadro social e moral escravizador que a globalização nos impõe não é maior que a graça de Deus, que é a solução para a humanidade e terá de se revelar pela dedicação de homens e mulheres valorosos, que usem mais que rituais ou liturgias, mas firmem-se na verdade, na fé, nos princípios, na esperança e na certeza da ação libertadora e transformadora do Senhor.

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Fonte: Jornal Aleluia, fevereiro de 2003

Crescer em Deus é possível – Maio/2006

O apóstolo Paulo, ao escrever
a Carta à Igreja em Éfeso, procurou trazer
à mente de seus destinatários
algumas verdades relevantes:
a) o eterno propósito de Deus (1: 3-14);
b) a graça redentora a todos os homens (2: 1-10);
c) a unidade da Igreja (4: 1-16);
d) a necessidade de um viver diário
digno do Senhor (5: 6).

Para Paulo, aplicar esses princípios na vida resultaria em um crescimento espiritual sadio, levando o cristão à estatura da maturidade de Cristo ou à “estatura de varão perfeito”. Efésios 2: 21.

É possível vencer as barreiras e crescer

O versículo que deu base a esta meditação fala-nos de um edifício que, estando bem ajustado, terá como resultado o crescimento espiritual. Nestes últimos meses, venho edificando uma residência. A cada dia, vejo que o tijolo e a argamassa, somados ao trabalho de um profissional da construção civil, pouco a pouco fazem crescer um bonito edifício.

O propósito de Deus é ajustar nossas vidas de forma que cresçamos em todas as áreas do nosso viver, o que culminará em um forte edifício. Seremos homens e mulheres sarados, abençoados, vencedores e maduros espiritualmente. Contudo, apesar de ser esse o propósito de Deus, nem sempre isso tem ocorrido.

Ao olharmos para dentro de nós mesmos, para o nosso homem interior, temos encontrado limitações, barreiras e mesmo cadeias emocionais que tendem a gerar uma vida limitada, de frustrações, que atrapalham o nosso crescimento em Deus. Diante disso, surge-nos uma pergunta: o que fazer?

Lamentar, ou mesmo disfarçar, como se tudo estivesse bem, e acabando por aceitar tais situações de fracasso ou derrota seria uma opção. Ceder às limitações e, como escravo, manter a vida presa a estas realidades seria outra. Mas superar e, pela graça de Deus, obter o crescimento por Ele idealizado seria, com toda certeza, a melhor de todas as opções.

Como cristão, acredito que podemos superar e mesmo alcançar o crescimento idealizado por Deus em todas as áreas de nossas vidas.

O rei Davi, ao viver um momento de limitação interior, de acusação da consciência e perda da comunhão com Deus pelo pecado, bradou no Salmo 51: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto”… Sim, um coração puro e um espírito reto são o primeiro fator que nos ajudará a crescer em Deus, vencendo as limitações.

Situações que causaram transtornos a si mesmo e a outros, prejuízos, ofensas e mesmo o distanciamento de Deus pelo pecado ou esfriamento espiritual necessitam ser reparados. Pergunte-se: o que eu devo fazer para reparar esta situação? Zaqueu tem muito a nos ensinar sobre reparar ou restituir.

Esteja disposto a reparar, a restituir, a voltar atrás, se necessário for. Ofereça oportunidade para que Deus possa refazer sua vida e a de outras pessoas.

Fraquezas, pecados e mesmo os reveses da vida precisam ser confessados ou, então, tornar-se-ão cadeias e prisões tais que será impossível rompê-las. Confesse seus pecados a Deus e obtenha o Seu perdão.

Mudanças necessitam ocorrer em sua vida e não são impossíveis. Para obtê-las, basta disposição e força de vontade para mudar. Faça uma auto-análise. Considere o que há de errado e mude sua vida, pautando-a nos princípios da Palavra de Deus.

É possível buscar transformação e crescer

O segundo fator é estar aberto ao novo de Deus. Paulo bem expressou em sua Segunda Carta aos Coríntios: “Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”. Alguns, só de pensar, nem é necessário falar, e já deixam a resistência ao novo brotar em seu coração. Apenas por ser novo deve ser rejeitado?

O passado por vezes nos domina. Em alguns, por haver sido muito bom, uma grande experiência com Deus, um momento inesquecível. Diante disto, não conseguem acreditar que possa surgir novamente algo tão bom e aí ficam presos ao passado. Para outros, foi muito ruim, ou mesmo doloroso, e o medo de se ferir novamente os impede de crer em algo novo que possa ser de fato bom.

Bem, não importa. O que passou passou e não voltará outra vez. Por que razão ficar preso ao que já passou e resistir o novo de Deus? Tire os olhos do passado, viva o seu presente como um presente de Deus para você. Aprenda a olhar para o futuro. O melhor de Deus ainda está por vir em sua vida. Você se lembra do relato sobre as bodas de Caná da Galileia?

É possível crer em Deus e crescer

Finalmente, deixo com você umas poucas sugestões que suponho lhe ajudarão em seu crescimento em Deus.

a) Procure sempre se ver com a perspectiva de Deus.

b) Seja uma pessoa idealista, acreditando sempre no melhor.

c) Não desperdice seu tempo pensando nos fracassos e reveses da vida.

d) Aprenda com as experiências e siga sempre em frente.

e) Nunca culpe a ninguém por fracassos ou desilusões na vida.

f) Assuma sempre a responsabilidade de suas ações e atitudes.

g) Acredite nos sonhos e no chamado de Deus para você.

Ah… não se esqueça: crescer em Deus é possível!

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Fonte: Jornal Aleluia de maio de 2006

As chaves do avivamento – Maio/2006

“Bem-aventurada aquela que creu
que se hão de cumprir
as coisas que da parte do Senhor
lhe foram ditas”
Lucas 1: 45

A história da igreja cristã registra vários avivamentos que tiveram grande valor no desenvolvimento e crescimento da obra do Senhor, no decorrer dos séculos. A Igreja Presbiteriana Renovada do Brasil é fruto de avivamento, enviado por Deus na segunda metade do Século XX, mais precisamente nos anos sessenta. Somos uma igreja de raízes históricas no presbiterianismo e fruto da renovação espiritual. Isto significa que cremos na unção e no exercício dos dons do Espírito Santo para os dias de hoje.

Por essa razão, a IPRB tem estabelecido como meta, nestes próximos anos, enfatizar o reavivamento de Deus em suas fileiras. Ao pensarmos em avivamento o que nos vem à mente? (Solicito que você, leitor, coloque este tema em sua mente enquanto faz a leitura deste artigo).

O maior avivamento que o mundo já conheceu e que resultou na revelação do salvador, no derramar do Espírito Santo e o no estabelecimento da igreja de Jesus, teve seu início na revelação de Deus através de um anjo enviado pelo Senhor a uma jovem do século primeiro, no interior de Israel, em uma cidade chamada Nazaré, na Palestina do século I da era cristã.

O evangelista Lucas registra, no evangelho que leva o seu nome, no primeiro capítulo e nos versos 26 e 27: “Ora, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um varão cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria”.

Ao empreendermos uma análise da experiência vivida pela jovem Maria, podemos, além de revermos a história do anúncio do nascimento de Jesus, nosso único e suficiente Salvador e Senhor, obter as chaves que muito nos ajudarão a uma vida cheia do avivamento de Deus.

Segundo o texto, aquela jovem esboçou algumas atitudes em relação à revelação de Deus para sua vida e que culminariam no maior de todos os avivamentos da história: a encarnação do verbo de Deus.

O verso vinte e oito diz: “Alegra-te, muito favorecida! O Senhor é contigo”. Alegria é uma das características básicas e importantes do avivamento. O apóstolo Paulo escreveu em sua Carta aos Filipenses, no capítulo quatro, verso quatro: “Alegrai-vos sempre no Senhor”.

Que tipo de alegria o anjo revela em sua expressão a Maria? Das festas, das conquistas e realizações humanas? NÃO. Ele revela a alegria de sermos escolhidos de Deus – Ela se alegraria de ser escolhida do Senhor.

A alegria de saber que Deus é conosco – Maria se alegraria de ter Deus sempre com ela.

Avivamento não nasce na tristeza, nas letras ou no esforço humano e sim na alegria de saber que o Senhor está conosco. Entendo que a primeira chave do avivamento é: deixar a alegria do Senhor invadir nosso coração e nos motivar a nos alegrarmos e celebrarmos diante dele como fez Miriã, no deserto, após grande livramento de Deus a seu povo.

Outra chave fundamental para o avivamento, encontramos no verso trinta: “Não temas,… pois achaste graça diante de Deus”.

O avivamento não é gerado por homens, por conceitos humanos, por estratégias nascidas nas pesquisas ou nos bancos das grandes faculdades teológicas. Avivamento é um ato soberano de Deus. Se, de fato, queremos avivamento genuíno temos de, primeiro, agradar ao Senhor. Avivamento é graça de Deus.

Não há avivamento sem que Deus se agrade de nós. Israel só obteve suas maiores conquistas quando Deus se agradou de seu povo. Deus se agradou daquela jovem e fez dela protagonista do maior avivamento de todos os tempos. A encarnação do Verbo de Deus e a revelação da salvação a todos os homens através de Jesus. Assim, se Deus se agradar de nós, seremos uma das igrejas mais avivadas do Brasil, porque a segunda chave do avivamento é achar graça aos olhos de Deus.

No verso 35 o anjo expressou: “Virá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra”. Nesta frase encontramos a terceira chave para o avivamento genuíno: estar sob a cobertura do Espírito Santo. Nunca haverá avivamento genuíno sem o mover da do Espírito Santo e sem o derramar do poder do Altíssimo.

O Espírito Santo é o agente promotor de todos os avivamentos da história, desde Abel, no início da história humana, até os mais recentes avivamentos da igreja pós-moderna. Jesus disse: “Recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo”. E o profeta Joel vaticinou: … Derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos anciãos terão sonhos, os vossos mancebos terão visões; e também sobre os servos e sobre as servas naqueles dias derramarei o meu Espírito.

Todos os avivamentos genuínos da história brotaram em apenas um lugar: na sombra do Onipotente. É aí que a IPRB, seus líderes, pastores, professores de teologia e todo o seu povo devem estar, se de fato queremos um avivamento genuíno e poderoso para marcar a história da igreja, do Brasil e do mundo neste novo século.

Finalizando, convido o leitor a observar o versículo trinta e sete que expressa: “Para Deus não haverá impossível em todas as suas promessas”.

Avivamento é o cumprir das promessas de Deus na vida de seu povo. Abraão esperou na promessa de ser pai de uma multidão, Moisés em tirar o povo da casa da escravidão e celebrar a Deus no sopé do monte Sinai. Josué em conquistar a terra prometida. E a IPRB, o que espera?

Nossos primeiros pais acreditaram que, na força do Espírito Santo, conduziriam uma “Obra Santa” e assim o fizeram. Cabe agora a esta nova geração, da qual eu e você temos o privilégio de fazer parte, de reivindicar as mesmas promessas, depender mais do Espírito Santo, caminhar no caminho da santidade, trilhar o caminho do avivamento e não ter medo do novo de Deus para a igreja do século XXI, pois, afinal, como afirma o evangelista Lucas, em Atos 2.39: “A promessa vos pertence a vós, a vossos filhos, e a todos os que…o Senhor nosso Deus chamar. E Deus está nos chamando hoje para o avivamento. Assim sendo, a quarta chave do avivamento é: tomar posse das promessas de Deus para hoje.

Quero desafiar você a crer e receber o avivamento de Deus em sua vida e colocá-lo em prática.
Que o Senhor o abençoe!

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Fonte: Jornal Aleluia de maio de 2006