Sete de outubro: eleições à vista – Outubro/2010

No dia 7 de outubro de 2010, os brasileiros
irão às urnas eleger prefeitos e vereadores.
A escolha de nossos representantes precisa
ser feita com extrema cautela

Recentemente, o pastor batista Paschoal Piragine, de Curitiba, PR, fez um corajoso pronunciamento de teor político, alertando sua igreja acerca de determinados posicionamentos tomados pelo partido que está no governo. Até hoje (22/09/2010), o vídeo já foi visto por mais de dois milhões de pessoas na Internet (www.youtube.com).

Neste momento devemos abstrair-nos de nossas paixões políticas e partidárias para fazermos uma reflexão mais aprofundada sobre o que queremos para o nosso país. Antes de votar, pesquise a vida dos candidatos que você escolheu para que o representem. Procure saber se eles não estão envolvidos em denúncias de corrupção.

Precisamos mudar nosso país e podemos fazer isso através do voto. Será que seus candidatos refletem os pontos de vista que você tem. Que posicionamentos são defendidos sobre temas éticos e morais, como aborto, união estável entre pessoas do mesmo sexo, adoção de crianças por casais homossexuais, etc? Que conflitos há entre os posicionamentos de seu candidato e as convicções que você defende? Muitos votam sem pensar nessas questões.

O apólogo do espinheiro

A Bíblia contém uma interessante história em que as árvores conversam sobre qual delas reinaria sobre as demais. A narrativa está em Juízes 9: 7-21 e foi contada em um momento de crise política em Israel.

As árvores precisavam escolher um rei. Reuniram-se, então, e pediram à oliveira que reinasse sobre elas. Mas a oliveira recusou-se a assumir tal função. Por causa disso, as árvores pediram à figueira: “Vem tu e reina sobre nós.” Mas a figueira também não aceitou o convite. O mesmo aconteceu com relação à videira. Por fim, as árvores foram falar com o espinheiro. “E o espinheiro respondeu: Se vocês querem mesmo me fazer o seu rei, venham e fiquem debaixo da minha sombra. Se vocês não fizerem isso, sairá fogo do espinheiro e queimará os cedros do Líbano.”

Essa história faz-nos refletir sobre nossa responsabilidade política. Nossas decisões muitas vezes nos levam em direção à consolidação das instituições democráticas. Contudo, decisões tomadas incorretamente nos fazem caminhar em direção ao matadouro.

A fábula das árvores que queriam escolher um rei nos ensina grandes verdades. Líderes autoritários são como o espinheiro. Não são dados ao diálogo. Eles não conseguem ocultar sua personalidade dura e intransigente. Revelam-se desde cedo. O espinheiro aceitou o convite, mas de imediato mostrou-se duro e irredutível.

A sombra do espinheiro

Se escolhermos mal nossos governantes, estaremos nos abrigando à sombra do espinheiro. O Presidente da República e os governadores exercem o Poder Executivo. Senadores e deputados, dentre outras atribuições, têm a responsabilidade de legislar. Nós, população, vivemos sob o império das leis. Portanto, pense na procuração que você dará a homens e mulheres que, em seu nome, farão leis para nosso Brasil.

Um candidato humorista afirma, em sua propaganda política, que não sabe o que um deputado faz. Mas que, se for eleito, ele vai aprender para contar ao eleitor. Em todo o Brasil são vistos candidatos que, ao que tudo indica, não têm condições de exercer nenhum tipo de mandato.

Escolha bem

A Bíblia está repleta de narrativas de cunho político, especialmente no Antigo Testamento. Tais narrativas mostram descuidos tanto de líderes políticos quanto do povo. Governantes incautos podem trazer grande insatisfação. O rei Roboão, sucessor de Salomão, sem qualquer experiência administrativa, sem tato político, sem capacidade de ouvir os mais experientes, causou uma divisão em Israel.

Portanto, reafirmo, sejamos cuidados. Líderes autocráticos, que não sabem compartilhar decisões, são perigosos. E também fiquemos atentos aos que, fazendo-se de democráticos, desejam sustentar projetos pessoais ou de um grupo, esquecendo-se do povo.

É curioso observar que as “repúblicas democráticas” ou “repúblicas populares” eram redutos de ditadores. A República Popular da China nada mais é que a China comunista; a extinta DDR (República Democrática Alemã) era a Alemanha comunista; a República de Cuba nada mais é do que a república do senhor Fidel Castro; a República Democrática Popular da Coreia é a Coreia do Norte. A história é clara quando mostra a força de líderes carismáticos que, perpetuando-se no poder, subjugaram o povo.

Liberdade de escolha

Está em nossas mãos a escolha. Reflitamos bem antes de elegermos quem governará o país nos próximos anos. Feita a escolha, teremos de arcar com as consequências. Não vamos abrigar-nos à sombra do espinheiro.

Quero concluir com duas afirmações de Salomão: “Quando os honestos governam, o povo se alegra; mas, quando os maus dominam, o povo reclama.” Pv 29: 2; Provérbios 29:18: “Um país sem a orientação de Deus é um país sem ordem. Quem guarda a lei de Deus é feliz.”

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Fonte: Adaptado do artigo publicado no Jornal Aleluia de outubro de 2010, ed. 357, p. 02

“Persiste em ler…” – Março de 2006

O mercado editorial cristão tem crescido
de modo extraordinário no Brasil.
A cada mês, o leitor tem à sua disposição dezenas
de novos títulos. São obras acadêmicas, devocionais,
de autoajuda, testemunhos, etc.
A Editora Aleluia se insere nesse contexto,
publicando literatura que ensina e edifica

Como seria bom se todos soubéssemos aproveitar bem a riqueza de conteúdo que nos é oferecida. Mas, infelizmente, as estatísticas comprovam que o brasileiro lê pouco, quando comparado aos europeus ou aos norte-americanos. No Brasil, a média de livros lidos por ano é de 1,8 por pessoa. Na Europa, ultrapassa a casa dos sete livros por pessoa. E há mais uma agravante na realidade brasileira: pesquisas revelam que até nos meios universitários há muita dificuldade na interpretação de textos.

Apesar do triste quadro em que está imersa a cultura brasileira, os evangélicos levam vantagem no hábito da leitura. Leem mais do que o restante da população. Leem a Bíblia, leem os textos usados nas escolas bíblicas, leem os autores cristãos.

O poder da literatura

A literatura é um poderoso instrumento para formar opinião, firmar conceitos, propagar ideias, criar debates. Há obras que jamais cairão no esquecimento. Atravessam séculos, milênios e não perdem sua atualidade. A Bíblia é o maior exemplo. E tantas outras verdadeiras pérolas da literatura mundial permanecem sendo editadas e influenciando pessoas.

Precisamos ler mais. E devemos ser críticos quando abrimos um livro e começamos a nos deliciar com ele. O leitor deve ser o grande juiz dos conceitos que o autor está querendo transmitir.

Diante de tantas opções para alimentar nossas mentes e almas, temos de ser criteriosos nas escolhas que fazemos.

A fé cristã na mira
de grandes autores

Redigi este artigo para chamar a atenção do leitor para algumas novidades no mundo editorial secular que têm como objetivo achincalhar a fé.

Muitas obras já foram publicadas com a finalidade de questionar as bases do Cristianismo. Recentemente, algumas ganharam notoriedade em todo o mundo. Seja pelo estilo romanceado, seja pela linguagem, foram ganhando força e criando polêmica. Quero chamar a atenção para duas delas.

Jesus e Javé – Os Nomes Divinos é o título de um novo livro publicado no Brasil. Em 276 páginas, o autor, Harold Bloom, rebate conceitos fundamentais em que o Cristianismo se baseia. Ele contesta a ideia de que existe uma cultura judaico-cristã. Nega qualquer continuidade entre Judaísmo e Cristianismo e opõe-se à ideia de que o Deus do Antigo Testamento seja uma divindade amorosa, como a que nós, cristãos, cultuamos.

Uma resenha publicada na revista Veja afirma que o autor apresenta um Jesus que “mostra pouco afeto por seus discípulos, que parecem escolhidos por sua incapacidade de entender o que o mestre prega…” (Jerônimo Teixeira, “Deus não é amor”, Veja, 22/02/ 2006, p. 107).

O Código Da Vinci é outra dessas obras polêmicas que atacam a fé. Milhões de cópias já foram vendidas em todo o mundo. Escrito por Dan Brown, o romance propõe a falsidade do Cristianismo. O autor questiona a veracidade histórica da fé e afirma que Jesus foi casado com Maria Madalena, com quem teve uma filha.

Que respostas temos?

Enquanto alguns autores escolhem como tema de suas obras a crítica ao Cristianismo, e vendem milhões de exemplares, nós, cristãos, muitas vezes ficamos apáticos. Não temos respostas para dar àqueles que leem essas obras e nos questionam sobre pontos da fé que lhes parecem contraditórios.

O apóstolo Pedro orientou seus leitores: “Estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós”, 1 Pe 3: 15.

E a literatura infanto-juvenil:
que livros nossos filhos estão lendo?

Além dos nítidos ataques à fé direcionados ao leitor adulto, nossos jovens e adolescentes também estão na mira dos escritores. Nos últimos anos, a autora J. K. Rowling fez sucesso em todo o mundo ao escrever diversos livros cujo principal personagem é Harry Potter, o mais amado bruxo das crianças e adolescentes.

Segundo especialistas em comportamento, essa série de obras tem influenciado muitos jovens leitores e os levado à prática da bruxaria. Artigo publicado pela Folha de São Paulo, em 06/09/2004, mostra que, por influência do bruxo da ficção, adolescentes estão se tornando praticantes da bruxaria Wica: “Inspirados por sucessos como o fenômeno Harry Potter, muitos jovens começam a pesquisar sobre o assunto na internet e encontram páginas de grupos que promovem rituais.” (“Folha de São Paulo, Folha-teen, “O Feitiço virou moda”).

As Crônicas de Nárnia

Recentemente, a mídia chamou a atenção para As Crônicas de Nárnia. Esse trabalho literário merece ser conhecido.

Em dezembro, a famosa obra O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, escrita por C. S. Lewis, virou filme. Talvez, muitos tenham se assustado com o título e pensado tratar-se de mais alguma obra que apregoe o ocultismo. Enganou-se quem pensou assim.

Quanto à obra de C. S. Lewis, não é preciso ter medo algum. Famoso pensador cristão irlandês, ele escreveu a série As Crônicas de Nárnia voltadas para o público juvenil. São sete obras que, sem mencionar o Cristianismo ou o nome de Jesus, tratam de profundas questões concernentes à fé cristã. Usando linguagem simbólica, personagens mitológicos, o leitor é levado a refletir sobre temas como redenção, pecado, natureza humana, etc.

Conclusão

Quando Paulo recomendou a Timóteo: “Persiste em ler” (1Tim 4:13), referia-se à necessidade que o jovem pastor tinha de dedicar-se à leitura das Escrituras.

Diante da riqueza dos debates contemporâneos, de modo nenhum podemos manter-nos alienados das ideias que circulam no mundo secular e também no religioso. Devemos, sim, saber filtrar e reter o que é bom. 1Timóteo 4:13.

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Fonte: Jornal Aleluia de março de 2006

Os dons do Espírito Santo – Dezembro/2004

Todo movimento de renovação espiritual,
para ser legítimo, precisa aceitar
e pôr em prática, de forma irrestrita,
as doutrinas bíblicas relacionadas
à ação do Espírito Santo.
E uma delas é a existência dos dons espirituais
para os nossos dias. Os dons são ferramentas
que o Espírito de Deus entrega aos crentes, conforme sua vontade e propósito, sempre visando
à edificação do Corpo de Cristo.

A Igreja está envolvida numa intensa batalha espiritual. Seus conflitos não se travam contra poderes humanos, mas contra potestades do mal. Por isso, é importante ter recursos espirituais para lutar contra os poderes que escravizam o homem, levando-o ao pecado.

Os dons são para hoje ou não?

Para os grupos carismáticos e pentecostais, a atualidade dos dons espirituais é um fato incontestável. Mas não ocorre a mesma coisa nas igrejas chamadas de históricas ou tradicionais. Nestas, a não-aceitação da atualidade dos dons sempre foi motivo de discussões e divisões.

Para alguns teólogos, os dons eram apenas para os dias apostólicos, para a igreja primitiva. Quem pensa dessa maneira toma por base o texto de 1Co 13: 8-10. A expressão “quando vier o que é perfeito”, no v. 10, significaria que, ao cessar a era apostólica, ou quando estivesse completo o cânon do Novo Testamento, também cessariam os dons. Contudo, a crença de que os dons eram apenas para o primeiro século da era cristã não é unanimidade nem mesmo dentro das igrejas históricas.

Os argumentos favoráveis à existência dos dons para os nossos dias são muito mais convincentes. Há em 1Co 13: 8-10 uma clara referência à volta de Cristo. Só após a segunda vinda de Cristo é que não mais precisaremos usar os dons.

Jesus prometeu capacitar os crentes para a pregação da Palavra, Lc 10: 19. A história da Igreja confirma o uso dos dons nos seguintes períodos: IV século – Irineu, Tertuliano, Crisóstomo e Agostinho; séculos V ao XV, os valdenses, os albigenses, os jansenitas e os pietistas alemães; no século XIX, os metodistas; os quakers, Wesley, Whitefield, Moody, além de outros que passaram por essa experiência.

A diversidade de dons

Os dons têm sua origem na ação do Espírito Santo, 1Co 12: 1-11. Ele é quem os distribui soberanamente aos crentes, com objetivos específicos, 1Co 12: 7, 11.

Geralmente, ao estudarmos os dons espirituais nos prendemos àqueles mencionados em 1Co 12. Mas há diferentes listas de dons no Novo Testamento:

Romanos 12: 6-8: profetizar, ministrar, exortar, contribuir, presidir e exercer misericórdia. O contexto desses versículos enfatiza que todos somos membros do Corpo de Cristo e dependemos uns dos outros. Cada crente contribui para o crescimento do Corpo, usando o dom específico que tem recebido.

Efésios 4: 11-16: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores-mestres. Através desses ministérios os crentes são equipados para o serviço. À proporção que cada um presta sua contribuição, todo o corpo vai sendo edificado, v. 12, e cada membro em particular vai crescendo e adquirindo maturidade espiritual, vv. 13-16.

1Coríntios 12: 4-10: palavra de sabedoria, palavra de conhecimento, fé, dons de curar, operações de milagres, profecia, discernimento de espíritos, variedade de línguas, interpretação de línguas. Essa passagem, juntamente com os vv. 28 a 31, se complementa ao narrar os dons do Espírito Santo. No v. 7 o apóstolo ensina duas grandes lições. A primeira é de que o Espírito concede dons a cada crente: “a manifestação do Espírito é concedida a cada um…”. Outra lição é a do fim proveitoso dos dons. Não há distribuição de dom sem finalidade específica.

1Coríntios 12: 28: apóstolos, profetas, mestres, operadores de milagres, dons de curar, socorros, governar, variedades de línguas.

1Pedro 4: 10-11: falar, servir. O objetivo dessa passagem é acentuar que, se o crente recebe um dom espiritual, deve empregá-lo a serviço dos outros membros, conforme o poder de Deus e para a glória do Senhor.

Manifestação do Espírito
no Antigo e Novo Testamentos

Há uma nítida diferença entre o agir do Espírito no Antigo Testamento e no Novo. No AT, o Espírito Santo agia sobre algumas pessoas específicas, com um propósito especial, dando-lhes capacidade para executarem certas tarefas. Alguns exemplos:

Belzaleel recebeu habilidades para trabalhar na obra
do tabernáculo, Êx 35: 30-31;

Otoniel, Gideão, Jefté e outros receberam poder
vindo do Espírito para livrar e governar Israel;

veja também estas ações especiais do Espírito no AT, dando habilidade específicas a certas pessoas para profetizar, Nm 11:26-27; operar milagres, Js 10: 12-13; ter fé, 1Re 18: 23-30; ter discernimento, 2Rs 5: 25-27; ter sabedoria, 1Rs 4: 29 e Gn 41: 25.

No Novo Testamento, no entanto, há uma nova perspectiva sobre o mover do Espírito Santo. Vê-se que o Espírito age irrestritamente no Corpo de Cristo. Ele é o selo que identifica que o salvo é propriedade de Deus, Ef 1: 13; 4: 30. Todo salvo tem o Espírito, Rm 8: 9. O Espírito é quem habilita os crentes para o serviço cristão. Ele é o distribuidor dos dons.
Conclusões

Há algumas importantes lições que temos de ter em mente sobre os dons:

1. devemos procurar com zelo os melhores dons, ou seja, aqueles que trazem edificação aos irmãos, 1Co 12: 31;

2. os dons devem ser usados para o benefício da igreja e não para proveito próprio;

3. cada cristão deve procurar desenvolver seus dons, 1Tm 4: 14 e 2Tm 1: 6;

4. se os dons não forem bem usados poderão provocar confusão no seio da Igreja, causando escândalo à obra de Deus;

5. o exercício dos dons espirituais não indica o grau de espiritualidade de uma pessoa. Compare 1Co 1: 4-7 com 1Co 3: 1-3. Embora os coríntios tivessem muitos dons, foram chamados de crianças em Cristo. O termômetro para se medir a espiritualidade de um crente é o fruto do Espírito, Gl 5: 22-23.

6. Os dons só terão valor diante de Deus se forem exercidos com amor.

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Fonte: Jornal Aleluia de dezembro de 2004

O trono da violência – Julho/2000

A expressão “trono da violência”
foi usada pelo profeta Amós (6: 3)
para falar de líderes políticos e religiosos
que desrespeitavam o direito do povo
para proteger seus próprios interesses.
Agiam de má fé, lesavam a parte mais fraca.
Todos precisavam calar-se diante deles

Caim matou Abel. Desde então, os relatos bíblicos mostram uma sociedade impregnada pela maldade. Quem lê o profeta Oseias (4: 2) vê em suas palavras os crimes retratados todos os dias nos jornais: “O que só prevalece é perjurar, mentir, matar, furtar e adulterar, e há arrombamentos e homicídios sobre homicídios.” Séculos antes de Cristo, a conduta de um povo que dizia conhecer a Lei do Senhor era vergonhosa.

A violência serve de cenário para a parábola do Bom Samaritano. Jesus refere-se à conduta dos salteadores que, após terem roubado tudo o que o homem possuía, o deixaram muito ferido e semimorto.

Violência que atemoriza a sociedade

Pessoas violentas promovem a insegurança da família e da comunidade. Recentemente um fato abalou o Brasil. Um homem seqüestrou um ônibus no Rio de Janeiro e, após diversas horas de tensão, o desfecho foi trágico. Uma senhora que estava sendo usada por ele como escudo humano foi baleada e morreu. Depois, morreu também o bandido, enquanto era levado ao hospital.

Assaltos a ônibus de turistas, roubos de veículos, seqüestros, crimes cometidos no trânsito, arrombamentos de residências, estupros são apenas alguns exemplos de como anda a criminalidade em nosso país. Há pouco tempo, a TV divulgou o seqüestro de um pastor no Rio de Janeiro. Com idade avançada, ele ficou vários dias em poder dos bandidos. Sem receber alimentação, ao ser resgatado seu estado de saúde era extremamente debilitado.

A população sente-se atemorizada, desamparada como parte mais fraca diante da ousadia dos bandidos e do poderio de suas armas. Os alarmes nos carros, as grades nas janelas, o seguro que se faz contra roubo são apenas alguns dos recursos que as pessoas usam para sentir-se um pouco mais protegidas e, assim, defender seu patrimônio.

Violência que fez o governo
pensar num plano emergencial

Preocupado com a segurança pública, recentemente o governo federal divulgou um plano que tem como objetivo diminuir a violência em nosso país. Alguns dos pontos mais importantes são os seguintes: suspensão, por seis meses, da emissão de registros de arma; criação de um fundo para financiar ações de segurança nos Estados; desbloqueio de verbas destinadas à construção de penitenciárias estaduais; projetos de reforma do Código Penal e do Código de Processo Penal; projetos que autorizem a infiltração policial em organizações criminosas e a ampliação do programa de proteção à testemunha.

Violência que recebe oposição da Igreja

A Igreja cristã é por natureza pacifista. No Sermão da Montanha, Jesus referiu-se aos pacificadores como bem-aventurados, porque serão chamados filhos de Deus, Mt 5: 9. A expressão “Deus da paz” é usada diversas vezes no Novo Testamento para referir-se ao Senhor. Veja, por exemplo, Rm 16: 20. Um dos requisitos para alguém ser líder eclesiástico já aos tempos do Novo Testamento é que tal pessoa não fosse violenta, 1Tim 3: 3.

Na história da Igreja Cristã, há eventos marcados pela violência. Um exemplo foi o período da chamada “Santa Inquisição”. Atitudes violentas, no entanto, não têm nada a ver com a essência do Cristianismo e do Evangelho.

O melhor caminho para diminuir a violência

Um plano de combate à violência é, sem dúvida, um importante passo e as medidas, se devidamente implementadas, com certeza vão inibir a ação dos bandidos. Mas isso não é tudo. É preciso haver mudanças individuais. Há alguns dias, o governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, contou uma ilustração interessante numa de suas entrevistas. Um pai estava trabalhando em casa. O filho, pequenino, a todo momento o interrompia. Pensando em ocupar o tempo do filho, o pai pegou um mapa-múndi, recortou-o, separando os continentes, os mares, etc. Depois, entregou ao filho os pedaços de papel e disse-lhe que só voltasse quando houvesse juntado as partes corretamente.

Não demorou quase nada e lá estava o menino de volta, com a tarefa realizada. O pai ficou admirado e perguntou: “como você conseguiu fazer isso tão depressa?” O filho respondeu: “Eu olhei na parte detrás do mapa e havia figuras de diversas partes do corpo humano. Fui juntando tudo: cabeça, pescoço, braços, mãos, tronco, pernas, pés. Quando acabei, olhei do outro lado e o mundo também estava certinho!”

A lição é clara demais: o caminho para consertar o mundo é consertar, primeiro, o homem individualmente. E isso, só o Evangelho pode fazer: “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.”, 2Coríntios 5:17.

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Fonte: Jornal Aleluia de julho de 2000

O poder destrutivo da intolerância – Junho/2005

Uma reflexão sobre Lucas 9: 46-56.

“As leis, por si mesmas, não conseguem
assegurar liberdade de expressão; para que
cada homem exponha seus pontos de vista
sem sofrer penalidade deve haver espírito
de tolerância em toda a população”
                                       
Albert Einstein (1879 – 1955)

Desde o seunascedouro e durantetoda a história da Igreja, o Cristianismo sofre constantementedoistipos de ataques: os externos, promovidos porforças não-cristãs que querem barrar a expansão da fé, e os internos, que nascem dentro das próprias comunidades eclesiásticas.

Exemplo de investidas externas à Igreja são as perseguições movidas pelos oponentes do Cristianismo, que fizeram milhares de mártires.

Mas há também o que se poderia chamar de autofagia no Corpo de Cristo. Muitos conflitos nascem dentro da própria comunidade cristã. Surgem verdadeiros duelos onde cada uma das partes quer fazer prevalecer seus pontos de vista, sem importar-se com os danos que isso possa trazer.

Um retrato dessa autodestruição pode ser visto nos problemas vivenciados pela igreja de Corinto, que estava completamente dividida. A dificuldade foi tratada por Paulo em sua Primeira Carta aos Coríntios. O apóstolo repreendeu com severidade aqueles que promoviam divisões.

Os cismas na Igreja geralmente ocorrem porque há uma luta por poder. Procura-se normalmente justificar as divisões por questões doutrinárias. Mas o cerne de toda problemática geralmente tem a ver com alguma disputa por autoridade e prevalência de idéias. O orgulho leva à disputa por poder. No texto que nos serve de base para esta reflexão, os discípulos discutiram sobre qual deles era o maior, vv. 46-48. Como conseqüência, vieram as atitudes intolerantes.

Sejam de origem externa ou interna, os ataques contra o Corpo de Cristo têm sempre a intolerância como ponto de apoio. O intolerante não sabe ouvir opiniões contrárias às suas, não respeita limites, é perseguidor.

Em Lucas 9: 46 a 56, há dois interessantes episódios envolvendo Jesus e os discípulos. Nos dois casos, o tema da intolerância está presente. Na primeira narrativa, vv. 49-50, o apóstolo João conta ao Senhor que havia visto um homem que expulsava demônios em nome de Jesus, porém lho proibira: “Nós lho proibimos, por que não segue conosco.” Se aquele homem pertencia a um outro círculo de convivência, raciocina João, como poderia, então, ex-pulsar demônios em nome de Jesus?

O Senhor, tratando do assunto com extrema sabedoria, disse não à intolerância. João e os demais apóstolos foram repreendidos pelo Senhor, que disse: “Não proibais; pois quem não é contra vós outros é por vós”.

Jesus, assim, condenou a visão míope, unilateral, autofágica e auto-mutiladora. Aquela atitude de João feria não apenas o homem que fora repreendido, mas o Reino de Deus. Ao invés de agregar forças, os discípulos estavam desprezando alguém que poderia fazer um importante trabalho pelo Reino de Deus.

Assim é que, muitas vezes, continuamos agindo até hoje. Basta um ponto de divergência para que a intolerância se manifeste. E o resultado todos conhecemos!

Na seqüência da narrativa bíblica (vv. 51-56), há outro episódio curioso. Novamente, João é um dos que lideram o movimento. Jesus não fora recebido numa aldeia de samaritanos. Tiago e João, cheios de ira, perguntaram: “Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para os consumir?” E, de novo, Jesus repreendeu os discípulos. Não havia necessidade de fogo do céu. Estavam ali almas preciosas que seriam alcançadas pela graça de Deus. Jesus sabia que, mais tarde, o movimento missionário chegaria aos samaritanos. E, de fato, após um tempo Filipe pregou o Evangelho àquelas pessoas, At 8: 4-8.

Se desejamos ver igrejas fortes, saudáveis, temos de aprender a ser mais tolerantes, não-exclusivistas. O modelo ensinado por Jesus é de um coração fraterno e compreensivo. Atitudes permeadas pelo amor, fruto do Espírito, trarão mais paz em nossos relacionamentos.

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Fonte: Jornal Aleluia de junho de 2005

O pastor modelo – Junho/2002

O trabalho de alguns pastores tem sido alvo
de ferozes críticas na mídia. Os jornais e a TV
não perdoam deslizes e se incumbem de levar
os escândalos aos ouvidos de toda a nação.
Como evangélicos, não gostamos de ver o bom
nome do Evangelho maculado
pelo testemunho inadequado
de homens que deveriam
ser exemplos de vida

Já ao tempo do Novo Testamento, a Igreja sofria certas ameaças. Lobos que se vestiam de ovelhas rodeavam o rebanho de Jesus. Seus interesses eram egoístas; seus métodos, espúrios; seu vocabulário, enganador.

O texto de 1Pedro 5: 1-4 é um verdadeiro crivo para separar o bom do mau pastor. Em dias de mercantilismo da religião, em que pessoas com caráter doentio promovem escândalos, é necessário que aprendamos com o apóstolo as atitudes fundamentais de quem deseja pastorear o rebanho de Deus. Ele mostra três grandes provas a que todo aquele que almeja o pastorado deve se submeter e ser aprovado.

A prova das motivações

Quais os interesses que levam alguém a optar pelo sagrado ministério? Não pode ser outro, mas sim a vocação divina. Pedro disse que ninguém pode ir para o ministério pastoral movido por qualquer tipo de constrangimento. À vocação divina se atende com espontaneidade, como fizeram os discípulos que, deixando seus trabalhos e familiares, responderam ao chamado de Jesus, Mt 4: 18-22.

Professores de seminários e de instituições teológicas costumam dizer, nos primeiros dias de aula, aos alunos: “Se você veio estudar no seminário porque não conseguiu passar no vestibular, está no caminho errado”. Ministério pastoral não é segunda opção, não é decisão forçada por circunstâncias humanas.

Ainda quanto às motivações, Pedro cita a “sórdida ganância”. Essa expressão refere-se a interesses financeiros. Desde o primeiro século, certas pessoas pensavam no ministério como fonte de ganhos financeiros.

O mercantilismo da fé tornou-se um grande negócio. Há pregadores que usam o Evangelho como instrumento para enganar o povo em sua simplicidade e arrebanhar os incautos. Não pensam nas almas perdidas, mas no dinheiro que podem vir a obter através de contribuições.

A prova do temperamento

Será que para alguém ser pastor é necessário que tenha um determinado temperamento? É evidente que não. Mas é preciso, sim, que tenha controle de seu temperamento.

O apóstolo Pedro havia sido um homem impulsivo e volúvel. Num momento confessara a Jesus: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16: 16); logo depois, ouviu a repreensão: “Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens” (Mt 16: 23); numa circunstância afirmou: “Senhor, estou pronto a ir contigo, tanto para a prisão como para a morte…” (Lc 22: 23); depois disse: “Não conheço tal homem” (Mt 26: 72), negando a Jesus.

O Espírito, contudo, moldou o apóstolo Pedro. Do alto de sua experiência pastoral, afirmou que todo aquele que pastoreia o rebanho de Deus não pode agir como “dominador”. Ora, que é isso senão uma afirmação de que o temperamento de quem exerce o pastorado deve ser completamente submetido ao controle do Espírito de Deus?

O pastor dominador não é temperante, modesto ou cordato, comportamentos essenciais mencionados por Paulo em 1Tm 3: 3. O dominador não ouve os liderados, é autocrático, não permite aos outros fazer escolhas, sente-se dono do rebanho e faz prevalecer sempre sua vontade. Tal pessoa não serve para o pastorado, de acordo com o apóstolo Pedro.

A prova do caráter

Finalmente, o apóstolo manda que os pastores sejam modelo para o rebanho. Essa foi a mesma preocupação que Paulo expressou para com Timóteo: “Ninguém despreze a tua mocidade; pelo contrário, torna-te padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza.” (1Tm 4: 12).

A palavra grega traduzida por “padrão” nesse versículo é “typos”. Esse termo (tipo) está relacionado às artes gráficas. O tipo gráfico é um bloco de metal fundido ou de madeira que tem em uma de suas faces uma determinada gravação em relevo. Através da impressão são feitas tantas cópias quantas necessárias. Assim deve ser o pastor: um tipo. Seu caráter deve ser reproduzido no rebanho.

A dura verdade é que há uma crise de comportamento no mundo atual. Essa crise tem sérios reflexos na igreja. Mas quem não tem condições de ser modelo, padrão para o rebanho, também não deve exercer o pastorado.

O caráter íntegro e o amor incondicional ao Senhor são marcas daquele que atendeu à vocação divina. Paulo, em 1Tm 3: 1- 7, enumera as qualificações necessárias para quem aspira ao ministério.

É impossível ser pastor sem o fruto do Espírito na vida, Gl 5: 22-23. São essas qualidades que dão condições ao homem de Deus de desenvolver um pastorado eficaz, produtivo e abençoado.

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Fonte: Jornal Aleluia de junho de 2002

O ministério modelo – Da obra ‘Ministério Excelente’, 2004

Os quatro evangelhos são a grande fonte
de que dispomos para analisar
o ministério de Jesus.
Basta uma leitura rápida desses textos
para nos encantarmos com a beleza
das narrativas e a riqueza de detalhes
e ênfases quando os autores
descrevem a vida do Senhor.

Neste capítulo, (*) nossa atenção se volta para duas passagens dos evangelhos que resumem os objetivos e as estratégias utilizadas por Jesus: Lucas 4: 18-19 e Mateus 9: 35-39. São textos curtos, mas permitem ampla reflexão sobre o trabalho realizado por Jesus como modelo para a ação pastoral hoje.

Lucas 4: 18-19

Em Lucas 4: 18-19, o leitor do Evangelho encontra uma síntese perfeita do ministério de Jesus. O Senhor havia acabado de passar por um longo período de jejum e tentação, ao final do qual saíra vitorioso. Estava iniciando seu ministério. Jesus foi à Galiléia e sua fama já estava se espalhando. Ia às sinagogas, ensinava e as pessoas ficavam impressionadas não só com o conteúdo de seu ensino, mas também com a forma como ele expunha as Escrituras. Sua palavra tinha autoridade (Mc 1: 22).

Chegando a Nazaré, onde fora criado, Jesus dirigiu-se à sinagoga, leu o texto de Isaías 61: 1-2 e disse que naquele dia aquela palavra profética estava se cumprindo. A leitura que Jesus fez na sinagoga foi a seguinte:

O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor. (Lc 4: 18-19)

O Espírito do Senhor
está sobre mim, pelo que me ungiu…

Ao dizer que o Espírito do Senhor estava sobre ele, Jesus faz uma grande distinção entre a ação do Espírito na vida dos servos de Deus do Antigo Testamento e em sua própria vida. No AT, o Espírito vinha sobre determinadas pessoas em ocasiões específicas. Dava instruções quanto ao quê deveriam dizer e as impulsionava a ação. Com Jesus era diferente. O Espírito do Senhor estava sobre ele não de forma temporária, mas permanente e representava a plenitude dos dons e da graça divina sobre o Messias:

Repousará sobre ele o Espírito do SENHOR, o Espírito de sabedoria e de entendimento, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do SENHOR. (Isaías 11: 2)

O Pai não só entregou um ministério nas mãos de Jesus, mas capacitou-o para a tarefa. O apóstolo Pedro reconheceu o valor dessa unção especial do Espírito sobre Jesus para o desempenho de seu ministério messiânico (At 10: 38).

Com Jesus, inaugurou-se um novo tempo nas relações entre o Espírito e o salvo. Num de seus diálogos com os discípulos, o Senhor disse: R20;E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convoscoR21; (João 14:16). E após sua ressurreição, R20;soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo.R21; (Jo 20: 22)

Sem unção do Espírito não há ministério eficiente, há mero profissionalismo; não há sermões, há discursos; não há formação de caráter dos ouvintes, mas informação que serve apenas para o intelecto. Sem unção do Espírito o pregador não tem alimento para dar às almas famintas.

A unção do Espírito traz visão ao ministério pastoral. O espírito abre os olhos do pastor para que ele consiga enxergar as reais necessidades que estão ao seu derredor. No ministério de Jesus, o Espírito o ungiu para diferentes tarefas, como é possível ver nas afirmativas do texto.

… me ungiu para evangelizar os pobres

Quem eram os pobres, aos quais Jesus se referia? Eram aquelas pessoas sem recursos financeiros, desprezadas pelos doutores judeus. Estes as julgavam incapazes de compreender a lei e os ensinos que eles ministravam. Os pobres eram, também, aqueles que tinham consciência de sua fragilidade espiritual e que sabiam que sua justiça própria não os levaria a lugar algum. Por isso, buscavam a graça redentora oferecida pelo Messias.

Os fariseus referiam-se ao povo como se fosse escória: R20;Quanto a esta plebe que nada sabe da lei, é maldita.R21; (Jo 7: 49). Jesus, no entanto, disse que os pobres de espírito são bem-aventurados, porque deles é o reino dos céus (Mt 5: 3). Em muitas situações, os pobres serviram de exemplo em seus ensinos (Mc 12: 42-43; Lc 16: 19-31)

Jesus foi ungido para evangelizar tais pobres. O verbo evangelizar (gr. euaggelizw) significa levar boas notícias, anunciar boas novas. Nas traduções gregas do Antigo Testamento, a palavra era usada para referir-se a qualquer tipo de boa notícia, particularmente aquelas relacionadas à bondade de Deus e às bênçãos trazidas pelo Messias. No NT, o termo é empregado para falar das boas-novas a respeito da vinda do reino de Deus, e da salvação que pode ser obtida através de Cristo.

Evangelizar, no NT, não é apenas fazer o mero anúncio de uma verdade, mas refere-se também a instruir as pessoas a respeito das verdades que pertencem à salvação que há em Cristo. A evangelização praticada por Jesus não era uma proclamação vazia. Exigia mudança de caráter e de comportamento, como aconteceu com a mulher samaritana (Jo 4) ou com Zaqueu (Lc 19).

Jesus tinha visão de ministério. Fora ungido para levar boas notícias aos excluídos. Talvez muitos pastores se vejam limitados no trabalho pastoral porque esteja faltando visão de trabalho. Você foi ungido para quê? Para que tipo de trabalho Deus o chamou e o capacitou? Os ministérios são diversos e as capacitações também.

enviou-me para proclamar
libertação aos cativos

Os grandes opressores da alma do povo eram a lei, o pecado, o poder político romano e, sobretudo, Satanás. Os ouvintes de Jesus eram totalmente escravizados, embora não o admitissem: R20;Responderam-lhe: Somos descendência de Abraão e jamais fomos escravos de alguém; como dizes tu: Sereis livres?R21; (Jo 8: 33).

A unção de Jesus era, também, para proclamação de R20;liberdade aos cativosR21;. O verbo R20;proclamarR21; era usado para designar a atividade de um arauto. Sugere formalismo, gravidade e autoridade que deveria ser escutada e obedecida. No Novo Testamento, esse verbo era usado para referir-se à proclamação pública do evangelho e aos assuntos a ele atinentes.

A libertação dos cativos é um tema profundamente enraizado nas Escrituras, tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento: Sl 102: 20; 107: 10-16; 146: 7; Is 42: 7; 45: 13; 49: 9, 24, 25; 52R21;2,3; Zc 9: 11, 12; Cl 1: 13. O Senhor é um Deus de liberdade.

Jesus não anunciou libertação política. Após sua ressurreição, quando os discípulos pareciam ainda estar encantados com a idéia de um Messias político, perguntaram-lhe: R20;Senhor, será este o tempo em que restaures o reino a Israel? Respondeu-lhes: Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua exclusiva autoridadeR21; (At 1: 6-7).

Os judeus sofriam a opressão política exercida pelo Império Romano. Jesus sabia que o povo esperava um Messias que trouxesse libertação política. No entanto, ele não se deixou desviar do grande alvo de seu ministério: alcançar os que estavam espiritualmente cativos. A pior escravidão que existe é a do espírito. Quem tem o espírito sob algemas não exerce sua vontade, não pensa, não toma decisões. A liberdade do espírito é a maior que existe. A partir dela, é possível desfrutar de outras liberdades.

O pastor precisa saber para que foi chamado e como vai cumprir a vontade de Deus para sua vida. Muitas vezes, durante o exercício do ministério surgem belas propostas que tentam afastar o vocacionado do seu chamado. Jesus poderia até encantar-se com o sonho de liberdade política de seu povo. Mas, os cativos que ele precisava libertar eram outros.

…restauração da vista aos cegos

A referência aqui é aos que estão mortos em seus delitos. Tais pessoas foram imobilizadas pelo pecado e tornaram-se insensíveis. Não conseguem enxergar o avançado estado de decomposição espiritual em que se encontram até que Cristo abra as portas da prisão e faça com que seus olhos vejam a luz (Is 49: 9).

para pôr em liberdade os oprimidos

É preciso notar a distinção entre as expressões R20;proclamar libertação aos cativosR21; e R20;pôr em liberdade os oprimidosR21;. A primeira fala de anunciação de uma verdade, a segunda fala de ação. Jesus não apenas anunciou que era a liberdade era viável, e não uma utopia, mas ele foi ungido pelo Espírito para, definitivamente, libertar os oprimidos.

e apregoar o ano aceitável do Senhor

O ano aceitável do Senhor; é uma alusão ao ano do jubileu, em que os escravos eram libertos, as dívidas perdoadas, as terras devolvidas aos antigos proprietários, etc. (Lv 25: 8-54). Era um ano de restauração. Na mensagem de Jesus, o R20;ano aceitávelR21; é o momento que Deus escolheu para revelar seu Filho ao mundo. É o tempo em que Ele mostra sua boa vontade aos homens, disposto a celebrar uma nova aliança.

Mateus 9: 35-36

E percorria Jesus todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades. Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor.

Esse texto também ajuda a entender o ministério de Jesus como modelo para o pastorado. A passagem revela diferentes dimensões da atividade de Jesus como pastor de almas.

Jesus, pastor das cidades e dos povoados

Muitos pastores cobiçam pastorear grandes igrejas em movimentados centros urbanos. Sentem arrepios só em pensar na hipótese de trabalhar com comunidades pequenas, interioranas. Nesses casos, o foco desses pastores não são as almas, mas o status que o ministério lhes proporcionará.

Jesus não desprezava as pequenas vilas, onde habitavam pessoas simples e pobres. Tampouco deixava de visitar as grandes cidades de seu tempo. Seu ministério tinha como foco o indivíduo. Por isso, ele ia onde estivesse o homem.

Jesus, mestre

Uma das dimensões do ministério de Jesus era o ensino. Os evangelhos são riquíssimos nas narrativas em que os discípulos sentam-se aos pés de Jesus para ouvir suas lições. Jesus ensinou sobre o reino de Deus, sobre o pecado, sobre o homem, etc. Sua linguagem era direta, clara, objetiva. Usou parábolas para ensinar. Através de fatos conhecidos de seus ouvintes ensinava verdades espirituais profundas (Mt 13, 18, 20, etc.). Jesus permitia que os discípulos fizessem perguntas, tirassem dúvidas (Lc 8: 9). Usou o método de perguntas e respostas (Mc 8: 27). Uma das mais ricas narrativas do Evangelho em que Jesus ensina seus discípulos está em Mt 5 a 7.

O pastor precisa saber ensinar. Precisa ser mestre (Ef 4: 11). Em 1Tim 3: 2, falando acerca dos bispos, o apóstolo Paulo exige que os que aspiram o episcopado sejam aptos para ensinar. Se o pastor não ensina, o rebanho fica desnutrido. Não há igreja que sobreviva sem alimento sólido. É o ensino que coloca a Palavra na mente e no coração do povo.

Jesus, o arauto das boas-novas

Em Mateus 9: 35, o verbo traduzido por R20;pregavaR21; também poderia ser traduzido por R20;proclamavaR21;. O conteúdo da pregação de Jesus era o Evangelho do Reino e o coração de seu ensino está no Sermão do Monte (Mat. 5-7).

Os pregadores contemporâneos estão afastando-se da simplicidade do ensino de Jesus. Estão deturpando a essência do Evangelho. Muitos pregam que a decisão por Cristo trará prosperidade financeira, aumento de bens, muitas riquezas. Fazem promessas de que a aceitação do Evangelho vai resultar numa rechonchuda conta bancária. Que diria Jesus se estivesse sentado num banco de igreja, ouvindo um desses sermões em que os pregadores dão a idéia de que o Evangelho é um negócio que se faz com Deus? Essa é a graça barata criticada pelo teólogo Dietrich Bonhoeffer. É a graça sem compromisso, que Jesus desconheceu.

Jesus e a cura das enfermidades

O ministério não é feito só com palavras. A eloqüência do pregador não garante a satisfação do povo. O ministério se faz com o poder que vem do Espírito de Deus. Jesus era mestre, pregador e também demonstrava que a unção do Senhor estava sobre ele ao curar as enfermidades. O apóstolo Pedro reconheceu isso em At 10: 38.

O ministério pastoral tem de ser holístico, integral, abrangente, como o de Jesus. Ele ensinava, pregava e curava. Fazia tudo movido por compaixão (Mt 9: 36). Muitos são os pastores que fundam igrejas pensando nas vantagens financeiras que poderão obter. São os mercenários condenados por Paulo quando escreveu a Timóteo (1Tim 6:5).

Concluindo

Jesus não se preocupou com o número de seguidores que se agregariam a ele. Quando lhe perguntaram: R20;Senhor, são poucos os que são salvos?R21; ele respondeu: R20;Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, pois eu vos digo que muitos procurarão entrar e não poderão.R21; (Lc 13: 23-24). E, certa vez, ao pregar um duro sermão, quando todos se retiraram, ele perguntou aos discípulos: R20;quereis também vós outros retirar-vos?R21; (Jo 6: 67).

Jesus enfatizou o compromisso e a mudança de vida. Não há lugar para vida cristã descompromissada nos relatos do Novo Testamento: R20;Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me.R21; (Lucas 9: 23).

As pessoas deixavam Jesus fascinado. Não as altivas, poderosas, cheias de si. Essas foram duramente criticadas por Jesus. Mas Jesus sentiu compaixão dos que estavam debilitados, dos oprimidos, dos pobres, dos rejeitados, dos considerados pecadores. A esses Jesus dedicou sua vida a fim de restaurá-los e de dar-lhes uma esperança renovada. Esse é o trabalho do pastor.

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Fonte: capítulo do livro “Ministério Excelente” Editora Aleluia, 2004

Em quem confiar nas horas de crise?

“Entre os ídolos inúteis das nações existe algum
que possa trazer chuva?
Podem os céus, por si mesmos, produzir chuvas copiosas?
Somente tu o podes, Senhor, nosso Deus!
Portanto, a nossa esperança está em ti, pois tu fazes
todas essas coisas.”

Jeremias 14: 22

A crise hídrica em algumas regiões de nosso país é notícia constante nos meios de comunicação. Todos os dias, fala-se sobre a falta d’água em São Paulo e em outras regiões do Sudeste brasileiro. Os reservatórios que abastecem toda a região metropolitana da capital paulista estão com pouquíssima água. Crescem, por isso, as campanhas para uso consciente da água.

O que é problema gravíssimo para o Sudeste virou até piada em outras regiões do país. Recentemente, um garoto do Acre postou um vídeo que, até 15 de fevereiro, havia tido mais de 500 mil visualizações só no Facebook. O menino abre uma torneira, entra embaixo de muita água e zomba dos paulistanos.

O Brasil é rico em recursos hídricos. Nosso país tem de 12 a 16% da água doce disponível no planeta. Mas a concentração desse precioso líquido está nas regiões onde as florestas são mais preservadas e a população é menor. Por isso, no litoral brasileiro e nas regiões Sudeste e Nordeste, onde estão 70% da população, os centros urbanos sofrem por falta d’água.

As perspectivas, infelizmente, não são boas. Os estudiosos do clima preveem para os próximos anos aumento de temperatura e redução significativa das chuvas.

Quanto desperdício de água se vê na lavagem de carros e de calçadas. Quanta água desperdiçada nos longos banhos. Tudo isso colabora para a escassez que agora vivenciamos. E há, também, a culpa dos governantes, que não tomaram medidas antecipadamente para evitar a crise.

O profeta Jeremias e a seca

Uma forte crise hídrica também foi o tema abordado em Jeremias 14. A seca trazia prejuízos incalculáveis para o povo. O profeta menciona as dificuldades vividas nas cidades pela falta de chuvas (vv. 2-3); fala sobre a seca nos campos (v. 4) e o sofrimento dos animais pela falta de comida (vv. 5-6). As cidades definhavam, as cisternas estavam vazias, os agricultores nada colhiam, os animais pereciam. O povo estava desesperado.

Jeremias associa a seca que seu país vivia ao juízo divino. Havia pecado, afastamento de Deus, esquecimento da lei, prostituição religiosa. Jeremias, então, afirma: “Embora os nossos pecados nos acusem, age por amor do teu nome, ó Senhor! Nossas infidelidades são muitas; temos pecado contra ti. Ó Esperança de Israel, tu que o salvas na hora da adversidade… não nos abandones”.

Não podemos dizer que o Brasil vive seus melhores dias. Hoje, 23 de fevereiro de 2015, há manifestações de caminhoneiros em sete estados brasileiros, parando rodovias, pedindo preços mais baixos de combustíveis, pedágios mais baratos, fretes mais compensadores. No Paraná, professores estão em greve com várias reivindicações ao governo. Sinais de corrupção há por todo lado, em todos os poderes. Fala-se em recessão econômica em 2015. Que fazer em situações assim?

Na hora da crise, o profeta Jeremias vê uma só saída: clamar pela intervenção de Deus. Ele afirma que os ídolos pagãos não poderiam faziam chover. Nem a natureza, por si, segundo o profeta, tinha o poder de derramar copiosas chuvas.

A fé que Jeremias nutria em seu coração apontava para o Senhor como sendo aquele que tem tudo sob o seu domínio, inclusive a natureza. Por isso, diz o profeta: “Nossa esperança está em ti.”

O profeta nos ensina que, em todos os momentos, precisamos compreender que o Senhor tem o controle de tudo. Ele é soberano. Ele faz chover. Exemplo disso foi a experiência do profeta Elias, que orou e por três anos e seis meses não choveu; depois, orou de novo, e choveu abundantemente (1Rs 17, 18; Tg 5:17-18).

Embora haja razões científicas para explicar a falta de chuvas, as Escrituras nos fazem ver a questão sob outra perspectiva, com olhos de quem conhece o sobrenatural poder de quem criou todas as coisas e que rege o universo segundo seu querer.

Lembro-me de um professor de Teologia, vindo da América do Norte, que fora missionário no interior do Piauí por alguns anos. Ele contava a história de um missionário, também no Piauí, que enfrentara forte resistência ao pregar o Evangelho.

Num período de intensa seca, certa vez aquele missionário orou, pedindo chuva. Ninguém acreditava que, em terra tão árida, com um período tão prolongado de estiagem, uma simples oração pudesse fazer chover. Para surpresa de todos, choveu logo após a oração. A resposta àquela súplica do missionário fez o povo ver que há um Deus soberano, que controla a natureza. Lembro-me, também, de um edificante testemunho de um produtor agrícola, temente a Deus, que em período de seca, orou e viu chover sobre suas terras.

Experiências assim fortalecem nossa fé. Em pleno século XXI, do império da ciência e da tecnologia, do esfacelamento das verdades absolutas, em que reina uma fé que se apega ao que pode ser visto, tocado e sentido, devemos voltar os olhos e o coração às verdades eternas das Escrituras, que nos revelam um Deus que tudo criou e que jamais perdeu o controle sobre sua criação. “Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra de suas mãos.” (Sl 19: 1)

O Senhor a quem servimos é soberano e controla a natureza. Diante desse Deus nos curvamos. Nele está a nossa esperança porque ele faz até os céus produzirem copiosas chuvas.

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Fonte: Jornal Aleluia de março de 2015
Disponível em Issuu

A questão teológica da singularidade de Cristo – Jornal Aleluia 232

Aqueles que nunca ouviram
o evangelho serão salvos?

Quem nunca fez uma destas perguntas: “os que jamais ouviram o Evangelho estão perdidos?”; ou então “os índios vão ser salvos?”.

Em nossas escolas bíblicas dominicais, ou nas conversas sobre evangelismo e missões, sempre surgem dúvidas como essas.

Normalmente nossas respostas são muito evasivas, se é que temos alguma. Não refletimos sequer nas implicações que elas possam vir a ter.

Teólogos, pastores e seminaristas fazem a mesma indagação e procuram investigar o assunto sob uma perspectiva bíblica, teológica e filosófica.

A globalização, o pluralismo religioso, a extrema valorização da religiosidade de cada povo como fenômeno cultural, o crescente contato entre os povos e o intercâmbio entre pessoas de diversas culturas vêm fazendo surgir diferentes respostas quanto à salvação dos que nunca ouviram a pregação do Evangelho. Na prática, parece que a mentalidade moderna não admite mais a concepção de que só o Cristianismo têm a resposta única para a salvação humana. Nosso sentimentalismo e todas as influências da globalização nos impedem que afirmemos que os budistas, os muçulmanos, ou os índios, para citar alguns exemplos, que nunca ouviram sobre Jesus, e, portanto, não crêem n’Ele, estão indo para o inferno. Preferimos ignorar o assunto, ou então, bem lá dentro de nós, cremos que, no final, Deus vai dar um “jeitinho”.

A afirmação da singularidade de Cristo como Salvador do mundo, ou seja, dizer que só Jesus salva, é um tema que vem sendo largamente discutido nos Estados Unidos. Diferentes livros sobre o assunto estão sendo publicados. No Brasil, ainda não temos discutido amplamente essa temática, mas mesmo inconscientemente, e sem o necessário debate, possuímos nossas idéias e respostas. Alguns pastores que andaram pesquisando o pensamento de membros de suas igrejas sobre isso se assustaram ao perceber que a maioria dos crentes não achava que a pregação do Evangelho aos povos não-alcançados fosse essencial porque, de alguma forma, Deus iria salvá-los, mesmo sem a ajuda de missionários humanos. Já pensou nas implicações disso para missões?

O tema está sendo discutido no Brasil nos meios teológicos por causa de sua grande relevância. Afirmar, ou então negar, a singularidade de Cristo como Salvador, têm implicações para diversos aspectos da fé cristã, indo a soteriologia (doutrina da salvação) à missiologia (estudo de missões). Como subsídio para a discussão do assunto, a Editora Aleluia lançou um livro sobre o tema. Chama-se E Aqueles que Nunca Ouviram? Três pontos de vista sobre o destino dos não-evangelizados.

As respostas

Alguns teólogos acreditam que mesmo aquelas pessoas que nunca ouviram o evangelho podem ser salvas. Se, através da criação – revelação geral – vierem a crer em Deus, ainda que não conheçam a Jesus, serão redimidas de seus pecados. Dizem que qualquer religião pode ser um instrumento útil para aproximar a pessoa de Deus. Isso é chamado de “inclusivismo”, porque Deus inclui todos em sua graça, antes de excluí-las no julgamento. Mas a fundamentação bíblica desse ponto de vista é muito questionável.

Outros dizem que ninguém será salvo com base no conhecimento que possam ter de Deus através da natureza. No entanto, chegam ao absurdo de afirmar que, logo após a morte, aqueles que nunca ouviram o Evangelho terão uma oportunidade de dizer “sim” ou “não” a Jesus. Deus concederá a todos os homens a chance de ouvir o evangelho e optar, ou não, pela redenção trazida por Jesus. Tomam por base alguns textos difíceis de 1 Pedro (como o cap. 3: 18ss). Dão ao seu ponto de vista o nome de “perseverança divina” ou “evangelismo post-mortem”

Há também os teólogos que ensinam não haver qualquer oportunidade de salvação para o homem, se não existir conhecimento de Cristo e uma resposta pessoal e consciente ao seu chamado. Essa posição é conhecida como “exclusivismo”; às vezes também “restritivismo”. Para que alguém seja salvo, é fundamental ouvir o Evangelho nesta vida e fazer uma decisão por Jesus. Essa é a interpretação que mais parece se afinar ao ensino geral das Escrituras Sagradas.

Os três pontos de vista mencionados aqui – inclusivismo, perseverança divina e restritivismo – são amplamente discutidos na obra E aqueles que nunca ouviram? Três pontos de vista sobre o destino dos não-evangelizados, que a Editora Aleluia publicou. O livro foi escrito por três professores de teologia norte-americanos. É em forma de debate. Cada autor expõe seu ponto de vista e, depois, seu pensamento é avaliado e criticado em duas réplicas escritas pelos co-autores.

A linguagem do livro é clara, com excelente fundamentação. Originalmente foi publicado em inglês pela Inter Varsity Press. A leitura dessa obra irá ajudar todos os que sempre buscaram resposta para a pergunta: “o que vai acontecer aos que jamais ouviram a pregação do Evangelho?”.

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Fonte: Jornal Aleluia 232